São Paulo, terça-feira, 16 de setembro de 2008

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Ferrari torna Raikkonen escudeiro de Massa

Escuderia impõe jogo de equipe para privilegiar brasileiro na luta pelo título

Vice-líder da F-1 lembra desfecho do último Mundial, quando ajudou finlandês a se sagrar campeão, para obter retribuição nesta temporada


TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MONZA

Kimi Raikkonen evita falar sobre o tema. Felipe Massa diz que não é hora de pensar nisso. Mas Stefano Domenicalli colocou um ponto final no assunto.
Depois de o brasileiro chegar em sexto no GP da Itália, anteontem, e diminuir para apenas um ponto sua desvantagem para Lewis Hamilton, líder do Mundial de F-1, o chefe da Ferrari deixou claro que o finlandês terá de ajudar o companheiro daqui para a frente.
"Sempre disse que nosso maior interesse é a equipe. É claro que os pilotos sabem que isso é o mais importante também", falou Domenicali.
"Até o fim da temporada, Kimi fará o possível para ser mais agressivo, mas sempre levando em conta o fato de que Felipe está mais perto de Lewis."
Faltando quatro corridas e 40 pontos para o desfecho do Mundial, Raikkonen tem 21 pontos a menos que o rival da McLaren e está a 20 de seu companheiro. Na Itália, completou a terceira corrida seguida sem pontuar. É seu pior jejum desde a época de McLaren.
"Este ano obviamente não tem sido bom para mim, mas faz parte do esporte", disse ele, após chegar em nono em Monza -o alemão Sebastian Vettel, da Toro Rosso, venceu pela primeira vez e se tornou o mais jovem ganhador da F-1. Heikki Kovalainen, da McLaren, foi o segundo colocado, e Robert Kubica, da BMW, o terceiro.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de trabalhar a partir de agora para Massa, Raikkonen despistou. "Não estou interessado em pensar no que vai acontecer nas próximas corridas. Vamos ver o que acontece", afirmou ele, talvez ainda com esperanças de repetir a arrancada que deu no ano passado para ficar com o titulo.
A duas corridas do encerramento, o finlandês estava 17 pontos atrás de Hamilton, que também liderava o Mundial na ocasião. Mas com uma vitória na China e outra no Brasil, esta dada de presente por Massa, e o fracasso do inglês, que só marcou dois pontos em Interlagos, Raikkonen sagrou-se campeão.
E é justamente nesse "presente" que Massa se apóia para dizer que tem certeza de que terá o auxilio do companheiro de Ferrari. "Sei que a equipe reconhece o que fiz pelo Kimi, e só fomos campeões dos dois Mundiais no ano passado graças a mim", afirmou o brasileiro.
"Mas não acho que é o momento de pensar nisso. Tenho que trabalhar dia após dia, fazer meu trabalho e me concentrar só nisso e em vencer corridas."
Coincidência ou não, no último fim de semana, a Ferrari anunciou a prorrogação do contrato de Raikkonen até o final de 2010, quando também vence o contrato de Massa.
Estima-se que o finlandês vá receber entre 25 milhões e 27 milhões só na temporada de 2010. Domenicali, porém, disse que o anúncio foi feito no GP da Itália só por coincidência.
"Na verdade, esse contrato foi uma coisa que já vínhamos conversando há algum tempo", falou o chefe ferrarista.
"Normalmente, em Monza, gostamos de fazer algum anúncio. Isso já virou uma tradição", completou ele, lembrando que foi no mesmo local que a escuderia italiana divulgou a aposentadoria de Michael Schumacher e a contratação do próprio Raikkonen em 2006.


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