São Paulo, terça-feira, 16 de setembro de 2008

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Brasileiro é quem mais sobe ao pódio

Estreante em Paraolimpíadas, Daniel Dias, 20, conquista 9 medalhas, 4 de ouro, na natação em Pequim

DA REPORTAGEM LOCAL

Daniel Dias dava suas primeiras braçadas em 2004 e nem sonhava em competir na Paraolimpíada de Atenas.
Quatro anos depois, ele deixa o Cubo d'Água como o atleta que mais subiu ao pódio da Paraolimpíada de Pequim. Foram nove medalhas: quatro ouros, quatro pratas e um bronze.
As duas últimas medalhas de sua coleção vieram ontem, com as pratas nos 50 m livre classe S5 (33s56) e no revezamento 4 x 50 m medley 20 pontos.
"Essa equipe está de parabéns pela união. Isso ajuda tanto na prova individual quanto nos revezamentos e mostra o quanto a equipe está unida", disse Dias, 20, após o revezamento, última prova da natação no programa paraolímpico.
O brasileiro, que teve má formação congênita dos membros superiores e da perna direita, disputou 11 provas em Pequim e só não conseguiu medalhas em dois revezamentos.
Apesar de ter conquistado mais medalhas do que qualquer um no Cubo d'Água, Dias terminou os Jogos em terceiro lugar no quadro de medalhas individual. Na frente dele estão o australiano Matthew Cowdrey (cinco ouros e três pratas) e a sul-africana Natalie du Toit (cinco ouros em cinco provas).
Apesar de amputada, Du Toit também disputou a Olimpíada -foi a 16ª colocada nos 10 km da maratona aquática.
A natação brasileira teve outro multimedalhista em Pequim. André Brasil competia com atletas sem deficiência quando assistiu à Paraolimpíada de Atenas-2004.
Com hipertrofia muscular na perna esquerda (seqüela de poliomielite), Brasil viu atletas com deficiências similares à sua competindo na Grécia.
Ontem, ele encerrou sua primeira participação em uma Paraolimpíada com o ouro nos 400 m livre e o recorde da competição: 4min05s84. "A avaliação que eu faço desta Paraolimpíada é ótima. Consegui melhorar meus tempos e ganhar medalhas inéditas na minha trajetória", afirmou o nadador de 24 anos, que conquistou quatro ouros e uma prata.
No último dia da natação, o Brasil ainda faturou o bronze com Edênia Garcia nos 50 m livre da classe S4, com 53s28.
O país conquistou também uma medalha inédita no tênis de mesa. Luiz Algacir e Welder Kane perderam a final por equipes para os franceses Jean Phelippe Robin e Florian Merrien por 3 partidas a 1 e terminaram com a prata.
E, no Ninho de Pássaro, Yohansson Nascimento fez 11s25 nos 100 m, um centésimo mais rápido do que o chinês Zhao Xu, e ficou com o bronze na classe T46 (amputados nos membros superiores).
A Paraolímpiada de Pequim distribui suas últimas medalhas na próxima madrugada.


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