São Paulo, quarta-feira, 16 de setembro de 2009

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Europa faz pacto, e clubes terão de controlar gastos

Uefa aprova criação de "fair play financeiro", com divulgação de valores das transações e saneamento do mercado da bola

Medida, com apoio da Fifa, pode até excluir de torneios quem descumprir regras; liga inglesa cria limite de atletas de fora para conter excessos

DA REPORTAGEM LOCAL

O Comitê Executivo da Uefa aprovou ontem a criação do ""fair play financeiro" para os clubes, projeto que teve Michel Platini, presidente da entidade que controla o futebol europeu, como grande defensor e que sinaliza para um maior controle dos gastos excessivos com contratações de atletas no futebol.
O projeto tem como meta melhorar a "justiça" nas competições europeias e promover a estabilidade dos clubes, obrigando times cujas receitas são superiores a certo limite a manter as contas equilibradas.
Também será regra divulgar salários e valores de contratações, o que não costuma ocorrer até em grandes transações.
Basicamente, os clubes não vão poder gastar mais do que recebem, discussão que tem sido trazida ao Brasil por meio do Clube dos 13, que reúne 20 dos principais times do país.
""Os clubes que atuam em nossas competições foram unânimes em concordar com o conceito", falou Platini, presidente da Uefa, após a aprovação do ""fair play financeiro".
Jean-Luc Dehaene, ex-primeiro-ministro da Bélgica, foi apontado como presidente da Comissão de Controle Financeiro dos Clubes, que irá supervisionar a introdução da nova norma. "A regra do "fair play financeiro" é para assegurar a saúde e a viabilidade dos clubes", afirmou ontem Dehaene.
A comissão terá o poder de apontar casos de desagravo às regras e remetê-los a julgamentos disciplinares, que poderão até resultar em exclusão dos clubes dos torneios da Uefa.
O conceito aprovado, diz a Uefa, é vital para fomentar a sustentabilidade a longo prazo do futebol europeu, que sofreu com a crise financeira global.
Outras medidas também têm sido debatidas e aprovadas mundo afora para controlar os gastos exorbitantes dos clubes.
Na esteira da regra ""6+5", que a Fifa discute para limitar estrangeiros nos times, a Premier League, badalada liga inglesa de futebol, aprovou uma norma similar, embora ainda bastante convidativa à contratação de jogadores de fora.
Os clubes ingleses deverão ter no grupo pelo menos oito atletas formados na base. Como os elencos serão "enxugados" para 25 jogadores, haveria espaço para "só" 17 estrangeiros -o Arsenal tem mais de 20 forasteiros em seu plantel.
Além disso, a Premier League será mais rígida nas finanças. Mesmo com elencos milionários, poucos times do país têm situação financeira tranquila. Até o Chelsea possui altas dívidas. O Liverpool adiou o plano do novo estádio. E, nesta temporada, o Manchester City usou uma fortuna em reforços.
"Os 20 clubes irão responder aos mesmos critérios financeiros. Um processo poderá ser aberto se surgir a dúvida sobre a viabilidade de um clube", falou Richard Scudamore, diretor-geral da Premier League.
O Manchester City torrou mais de 100 milhões em atletas nesta temporada porque é bancado pelo Abu Dhabi United Group. O time virou um dos favoritos ao título da liga, que tem mais clubes respondendo por aliciamento de atletas.


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