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Europa faz pacto, e clubes terão de controlar gastos
Uefa aprova criação de "fair play financeiro", com divulgação de valores das transações e saneamento do mercado da bola
Medida, com apoio da Fifa, pode até excluir de torneios quem descumprir regras; liga inglesa cria limite de atletas de fora para conter excessos
DA REPORTAGEM LOCAL
O Comitê Executivo da Uefa
aprovou ontem a criação do
""fair play financeiro" para os
clubes, projeto que teve Michel
Platini, presidente da entidade
que controla o futebol europeu,
como grande defensor e que sinaliza para um maior controle
dos gastos excessivos com contratações de atletas no futebol.
O projeto tem como meta
melhorar a "justiça" nas competições europeias e promover
a estabilidade dos clubes, obrigando times cujas receitas são
superiores a certo limite a
manter as contas equilibradas.
Também será regra divulgar
salários e valores de contratações, o que não costuma ocorrer até em grandes transações.
Basicamente, os clubes não
vão poder gastar mais do que
recebem, discussão que tem sido trazida ao Brasil por meio do
Clube dos 13, que reúne 20 dos
principais times do país.
""Os clubes que atuam em
nossas competições foram unânimes em concordar com o
conceito", falou Platini, presidente da Uefa, após a aprovação do ""fair play financeiro".
Jean-Luc Dehaene, ex-primeiro-ministro da Bélgica, foi
apontado como presidente da
Comissão de Controle Financeiro dos Clubes, que irá supervisionar a introdução da nova
norma. "A regra do "fair play financeiro" é para assegurar a
saúde e a viabilidade dos clubes", afirmou ontem Dehaene.
A comissão terá o poder de
apontar casos de desagravo às
regras e remetê-los a julgamentos disciplinares, que poderão
até resultar em exclusão dos
clubes dos torneios da Uefa.
O conceito aprovado, diz a
Uefa, é vital para fomentar a
sustentabilidade a longo prazo
do futebol europeu, que sofreu
com a crise financeira global.
Outras medidas também têm
sido debatidas e aprovadas
mundo afora para controlar os
gastos exorbitantes dos clubes.
Na esteira da regra ""6+5",
que a Fifa discute para limitar
estrangeiros nos times, a Premier League, badalada liga inglesa de futebol, aprovou uma
norma similar, embora ainda
bastante convidativa à contratação de jogadores de fora.
Os clubes ingleses deverão
ter no grupo pelo menos oito
atletas formados na base. Como os elencos serão "enxugados" para 25 jogadores, haveria
espaço para "só" 17 estrangeiros -o Arsenal tem mais de 20
forasteiros em seu plantel.
Além disso, a Premier League será mais rígida nas finanças. Mesmo com elencos milionários, poucos times do país
têm situação financeira tranquila. Até o Chelsea possui altas
dívidas. O Liverpool adiou o
plano do novo estádio. E, nesta
temporada, o Manchester City
usou uma fortuna em reforços.
"Os 20 clubes irão responder
aos mesmos critérios financeiros. Um processo poderá ser
aberto se surgir a dúvida sobre
a viabilidade de um clube", falou Richard Scudamore, diretor-geral da Premier League.
O Manchester City torrou
mais de 100 milhões em atletas nesta temporada porque é
bancado pelo Abu Dhabi United Group. O time virou um dos
favoritos ao título da liga, que
tem mais clubes respondendo
por aliciamento de atletas.
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