São Paulo, sexta-feira, 16 de setembro de 2011

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À espera de Dilma, operários do Mineirão fazem greve-relâmpago

PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE
BERNARDO ITRI
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE

Na véspera da visita da presidente Dilma Rousseff a Belo Horizonte, onde ela visita hoje as obras do Mineirão, os operários que reconstro-em o estádio para a Copa de 2014 cruzaram os braços.
A paralisação, no entanto, não prosperou e acabou ainda na tarde de ontem.
O governo mineiro agiu rápido e evitou uma nova greve três meses depois da primeira, que durou cinco dias.
A Polícia Militar foi enviada para fazer a segurança no Mineirão, inibindo a ação do sindicato grevista, e integrantes do governo do Estado aproveitaram o horário do almoço na obra para convencer parte dos 1.300 trabalhadores a voltar ao trabalho.
De manhã, poucos entraram para trabalhar, informou a Secopa (Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo). À tarde, as obras prosseguiram, disse o órgão.
A visita de Dilma ao estádio ocorre no dia em que o país celebrará os mil dias para a Copa-2014. Segundo o governo, o Mineirão é o estádio com as obras mais adiantadas e evolui de acordo com o cronograma elaborado.
Para aproveitar o momento político, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de BH e Região (Marreta), que não representa os operários da arena, decidiu agir, mas ficou isolado. O sindicato que representa os trabalhadores da construção pesada não apareceu, o que enfraqueceu a paralisação.
O Marreta é ligado à LOC (Liga Operária e Camponesa), um dos últimos defensores da linha maoísta, do líder comunista chinês Mao Tsé-Tung. Não é ligado a nenhuma central sindical porque considera todas "pelegas".
Osmir Venuto, presidente do Marreta, disse que a paralisação não tinha "nada a ver" com a visita de Dilma, mas que o momento era uma "oportunidade para os trabalhadores receberem melhor".
Sergio Barroso, secretário da Secopa, refutou a paralisação e criticou a "violência" usada pelo Marreta.
"Não houve greve. O sindicato da construção civil tenta pleitear o comando das obras do Mineirão, que é do sindicato da construção pesada."
Barroso diz que os operários "não têm o que reivindicar agora" já que, há cinco semanas, foi firmado acordo.
O secretário fazia referência a benefícios como plano de saúde e aos 4% de reajuste que elevou os salários para R$ 605 (serventes) e R$ 926 (oficiais, que são pedreiros, carpinteiros, ceramistas).


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