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JUCA KFOURI
@ Juca Kfouri
Crise mesmo só no Corinthians
O Tricolor ganha bem, o Peixe perde com brilho, o Verdão arranca empate com brio,
e o Timão é só problemas
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RODADA MELHOR , outra vez,
para o São Paulo, só se o Grêmio também tivesse perdido
em São Caetano.
Mas há sempre os maus perdedores que vêem o lance que originou o
primeiro gol da goleada tricolor sobre o Juventude, e as duas expulsões
no time gaúcho que dele decorreu,
como decisivo para que o líder ficasse mais líder ainda.
OK, é verdade, mas, se o que Antônio Carlos fez não foi falta, não se sabe mais o que é falta em futebol.
E, se não foi uma entrada violenta,
digna, ao menos, de cartão amarelo,
então tratemos de transformar o futebol em luta livre. Pois o zagueiro
tomou o segundo cartão amarelo e
banho mais cedo, ao lado do companheiro que achou que podia peitar o
árbitro.
Nada a reclamar, portanto.
Como não têm o que reclamar os
santistas da derrota para o Botafogo,
no Rio de Janeiro.
Aliás, foi dessas derrotas que o torcedor tem de assimilar, por doído
que seja, porque o clássico de sábado
encheu os olhos.
Sim, o que já era difícil agora ficou
quase impossível para o time da Vila,
que teve seu sonho de ainda lutar
pelo tricampeonato brasileiro praticamente despedaçado.
Seria injusto, no entanto, não reconhecer que num jogo daqueles tudo pode acontecer e que não há motivos para lamúrias ou críticas, porque viu-se uma partida digna dos
melhores tempos de Botafogo e Santos no Maracanã.
O estádio do Maracanã, por sinal,
foi palco de duas significativas vitórias cariocas sobre o futebol paulista
no fim de semana, com direito a dez
gols, sete deles no embate entre Botafogo e Santos.
Os três restantes couberam ao
Flamengo, ao dobrar o Corinthians
com facilidade.
Que perdeu pela quarta vez seguida, com a incrível marca de 13 gols
sofridos na triste quadra.
Todos depois da volta de Alberto
Dualib de Londres.
Ficou famosa na política brasileira
recente uma frase que percorria o
Congresso Nacional toda vez que o
então presidente José Sarney viajava: "A crise foi viajar", dizia-se com
malícia.
Pois no caso corintiano é o inverso: a crise voltou de viagem. Crise
que, diga-se, não dá sinais de ter solução a curto prazo.
Claro que nem o mais otimista dos
corintianos tinha motivo para imaginar que o time ganharia do Flamengo fora de casa. Por mais que o
rubro-negro tenha apenas uma
equipe sofrível e muito distante de
sua tradição, a alvinegra é ainda pior.
Sem se dizer que o treinador Ney
Franco, mal ou bem, já deu ao time
da Gávea um padrão que Emerson
Leão está a léguas de conseguir
no Parque São Jorge. E bote légua
nisso.
Para piorar, das três contratações
que recomendou, apenas Magrão
não está fazendo feio (o que não significa que esteja fazendo bonito),
porque tanto César quanto o refinado Amoroso mais parecem ex-jogadores em atividade.
Para não falar, é óbvio, de algumas
tralhas herdadas como Rafael Moura, Marquinhos, Coelho, Marcus Vinicius e Gustavo Nery.
A verdade é que Mascherano faz
falta, Tevez faz muita falta, até Carlos Alberto fez falta. E, por incrível
que pareça, Márcio Bittencourt
também parece fazer falta.
Kia Joorabchian certamente não
faz, ele que abandonou definitivamente a ponte aérea Londres-São
Paulo, tão ao seu feitio nos primeiros tempos da parceria.
E Dualib faz. Faz mal, muito mal.
Como faz mal perder tantos gols
como perdeu o Palmeiras diante
do Atlético-PR. E faz bem ver um time capaz de se matar para evitar
uma derrota que seria enorme injustiça, numa noite eletrizante no
Palestra Itália.
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