São Paulo, segunda-feira, 16 de outubro de 2006

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Corinthians prolonga sua queda livre

Time completa sete jogos sem vitória, estaciona na zona de rebaixamento, e atletas acusam falta de vontade de colegas

Nina Lima/Futura Press
O goleiro Sílvio Luiz e a bola nas redes: Flamengo 2 a 0


Flamengo 3
Corinthians 0

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

"Não viemos aqui para cumprir tabela, mas para vencer", dizia Leão antes do jogo. Enquanto isso, Amoroso beija o santo. Marinho reza com o dedo da mão direita apontado para o céu. Magrão, bem a seu estilo e fazendo cara feia, grita palavras de incentivo aos colegas.
Mas nem todas as preces do mundo são capazes de ajudar um Corinthians que está sedado, tem mais derrotas (25) que vitórias (24) no ano e, a nove rodadas do fim do Brasileiro, segue na zona de rebaixamento do Brasileiro -permanece em 17º lugar, com 32 pontos.
"Se estamos no vermelho, temos que sair. E não dá para sair do vermelho sem vontade, sem dedicação", declarou Leão.
Um time que tem jogadores sem inspiração, não cria jogadas, não marca com eficiência e esta à espera de uma profunda reformulação em 2007.
Leão, que tem armado a equipe de forma previsível, geralmente defensiva, e pode ter perdido o comando do grupo por já ter anunciado mudanças no elenco para o próximo ano, completou ontem sete jogos sem vitórias -cinco pelo Brasileiro e dois pela Sul-Americana.
O resultado no Maracanã não poderia ter sido outro, mesmo com as mandingas, os pedidos e as rezas de seus jogadores. O 3 a 0 para o Flamengo, a quarta derrota seguida em que o time leva pelo menos três gols, saiu até barato para uma equipe que, segundo o volante Marcelo Mattos, não teve vontade.
Dá para acreditar nele, principalmente pela maneira como saiu o primeiro gol. Marinho, após chutar a bola em Obina, ficou esperando que ela saísse pela linha de fundo.
O flamenguista, mais esperto, tocou, a arbitragem deixou o lance seguir, e a bola sobrou para Sávio na área. Ele dividiu com Marcelo Mattos, e então o estabanado Marquinhos chutou em cima de Sávio. A sobra ficou com Léo Medeiros, que, livre, fez 1 a 0, aos 23min.
O segundo gol, em cobrança de pênalti de Renato, aos 47min, foi mais uma falha de Marinho, que, de forma desastrada, derrubou Juan na área.
O golpe de misericórdia veio no segundo tempo, com belo chute cruzado do mesmo Juan.
A essa altura, os flamenguistas gritavam olé, faziam reverência a Obina "melhor que Eto'o [atacante do Barcelona]", enquanto os corintianos protestavam. "Não é mole não, tem que ser homem pra jogar no Coringão", cantavam. Sobrou para Leão, ofendido após tirar Rosinei e pôr Paulo Almeida.
"Essa é hora de mostrar que é homem. Cada um tem que assumir a responsabilidade. Quem não quiser jogar que vá embora, porque a pressão vai existir até o final", disse o volante Magrão após o jogo.
O atacante Amoroso, que fez só dois gols desde que chegou ao clube como esperança de salvação, diagnosticou bem o que foi o time. "Fizemos um primeiro tempo horrível, melhoramos um pouco no segundo, mas já era tarde para qualquer reação", analisou o jogador, que, mais uma vez, esteve longe de seus dias de São Paulo -fez apenas duas finalizações.
O atacante discordou, a princípio, de Marcelo Mattos. "Vontade nunca vai faltar". Depois, rendeu-se: "Temos de nos preocupar em correr mais".
O Corinthians volta a campo somente no próximo domingo, contra o Cruzeiro. E diante de sua torcida, no Pacaembu.


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