|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Corinthians prolonga sua queda livre
Time completa sete jogos sem vitória, estaciona na zona de rebaixamento, e atletas acusam falta de vontade de colegas
Nina Lima/Futura Press
|
O goleiro Sílvio Luiz e a bola nas redes: Flamengo 2 a 0 |
Flamengo 3
Corinthians 0
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
"Não viemos aqui para cumprir tabela, mas para vencer",
dizia Leão antes do jogo. Enquanto isso, Amoroso beija o
santo. Marinho reza com o dedo da mão direita apontado para o céu. Magrão, bem a seu estilo e fazendo cara feia, grita palavras de incentivo aos colegas.
Mas nem todas as preces do
mundo são capazes de ajudar
um Corinthians que está sedado, tem mais derrotas (25) que
vitórias (24) no ano e, a nove
rodadas do fim do Brasileiro,
segue na zona de rebaixamento
do Brasileiro -permanece em
17º lugar, com 32 pontos.
"Se estamos no vermelho, temos que sair. E não dá para sair
do vermelho sem vontade, sem
dedicação", declarou Leão.
Um time que tem jogadores
sem inspiração, não cria jogadas, não marca com eficiência e
esta à espera de uma profunda
reformulação em 2007.
Leão, que tem armado a equipe de forma previsível, geralmente defensiva, e pode ter
perdido o comando do grupo
por já ter anunciado mudanças
no elenco para o próximo ano,
completou ontem sete jogos
sem vitórias -cinco pelo Brasileiro e dois pela Sul-Americana.
O resultado no Maracanã não
poderia ter sido outro, mesmo
com as mandingas, os pedidos e
as rezas de seus jogadores. O 3 a
0 para o Flamengo, a quarta
derrota seguida em que o time
leva pelo menos três gols, saiu
até barato para uma equipe
que, segundo o volante Marcelo
Mattos, não teve vontade.
Dá para acreditar nele, principalmente pela maneira como
saiu o primeiro gol. Marinho,
após chutar a bola em Obina, ficou esperando que ela saísse
pela linha de fundo.
O flamenguista, mais esperto, tocou, a arbitragem deixou o
lance seguir, e a bola sobrou para Sávio na área. Ele dividiu
com Marcelo Mattos, e então o
estabanado Marquinhos chutou em cima de Sávio. A sobra
ficou com Léo Medeiros, que,
livre, fez 1 a 0, aos 23min.
O segundo gol, em cobrança
de pênalti de Renato, aos
47min, foi mais uma falha de
Marinho, que, de forma desastrada, derrubou Juan na área.
O golpe de misericórdia veio
no segundo tempo, com belo
chute cruzado do mesmo Juan.
A essa altura, os flamenguistas gritavam olé, faziam reverência a Obina "melhor que
Eto'o [atacante do Barcelona]",
enquanto os corintianos protestavam. "Não é mole não, tem
que ser homem pra jogar no
Coringão", cantavam. Sobrou
para Leão, ofendido após tirar
Rosinei e pôr Paulo Almeida.
"Essa é hora de mostrar que é
homem. Cada um tem que assumir a responsabilidade.
Quem não quiser jogar que vá
embora, porque a pressão vai
existir até o final", disse o volante Magrão após o jogo.
O atacante Amoroso, que fez
só dois gols desde que chegou
ao clube como esperança de
salvação, diagnosticou bem o
que foi o time. "Fizemos um
primeiro tempo horrível, melhoramos um pouco no segundo, mas já era tarde para qualquer reação", analisou o jogador, que, mais uma vez, esteve
longe de seus dias de São Paulo
-fez apenas duas finalizações.
O atacante discordou, a princípio, de Marcelo Mattos.
"Vontade nunca vai faltar". Depois, rendeu-se: "Temos de nos
preocupar em correr mais".
O Corinthians volta a campo
somente no próximo domingo,
contra o Cruzeiro. E diante de
sua torcida, no Pacaembu.
Texto Anterior: Juca Kfouri: Crise mesmo só no Corinthians Próximo Texto: "Alguém vai pagar por isso", diz Leão Índice
|