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Torcedores, mais uma vez, esnobam a equipe brasileira
Um mês após a última exibição no Rio, seleção, de novo, amarga encalhe de ingressos e vê confusão nas bilheterias
CBF diz que 55 mil foram ao Maracanã assistir ao jogo sem gols com a Colômbia, o que significa que cerca de 30 mil lugares ficaram vazios
DO ENVIADO AO RIO
DA SUCURSAL DO RIO
Pela segunda vez em pouco
mais de um mês, um jogo da seleção brasileira teve um encalhe de ingressos no Rio de Janeiro, mas com direito a problemas típicos de casa cheia.
O Maracanã recebeu ontem,
segundo divulgado pela CBF,
55 mil presentes. O que significa que cerca de 30 mil lugares
do estádio ficaram vazios.
Mas, com menos de duas horas para a bola rolar, as imediações da arena ferviam.
A começar pelas dezenas de
cambistas que dividiam as calçadas com policiais e torcedores. O inusitado é que, para um
jogo com demanda menor do
que a oferta, às 21h os cambistas queriam comprar entradas.
E não sem motivo. Depois de
anunciar que não venderia ingressos no Maracanã no dia do
jogo, a CBF resolveu mudar de
idéia por causa da baixa procura. A confusão no recolhimento
dos bilhetes de quem os havia
comprado pela internet era
grande. Assim, as filas nas bilheterias cresceram, abrindo a
possibilidade de os cambistas
faturarem com quem temia
perder o início do jogo.
Para as cadeiras inferiores,
com preço oficial de R$ 30, os
cambistas pagavam R$ 20, para
depois oferecer a quem estava
na fila por R$ 40.
As filas para um jogo sem lotação esgotada fizeram com
que torcedores entrassem no
estádio quando faltavam apenas cinco minutos para o primeiro tempo terminar.
Contra a Bolívia, no Engenhão, no mês passado, a CBF
publicou um borderô com pouco mais de 30 mil ingressos
vendidos, mas o estádio aparentava ter bem menos gente.
Sem grande entusiasmo do
carioca, o programa de ontem
virou coisa de turistas de outros Estados e estrangeiros.
O chinês Di Tsan, 27, comandava um grupo de mais de 20
compatriotas na arquibancada.
"'Será uma festa para os meus
amigos. Mesmo com parte das
arquibancadas vazias, passar
uma noite no Maracanã será
mágico para todos", disse Di,
que trabalha numa empresa
chinesa que presta serviço para
a Petrobras. Di vestia uma camisa amarela com o número 10
e o nome de Ronaldinho.
O mineiro Carlos Comin, 33,
levou para o estádio 15 colegas.
Todos moram fora e fazem curso da Petrobras no Rio.
"Viemos conhecer essa
imensidão. Sem tantos torcedores será até melhor. Conseguimos ingressos pela manhã
com facilidade. A festa só será
estragada se a seleção perder",
disse Comin, pouco antes de
entrar na arquibancada.
A carioca Gabriela Fernandes, 22, aproveitou a previsão
de pouco público para conhecer o Maracanã. "Nunca tinha
entrado aqui no estádio e espero gritar muito", afirmou Gabriela, vestida com camisa da
seleção e gravata amarela.
(PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)
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