São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 2008

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Torcedores, mais uma vez, esnobam a equipe brasileira

Um mês após a última exibição no Rio, seleção, de novo, amarga encalhe de ingressos e vê confusão nas bilheterias

CBF diz que 55 mil foram ao Maracanã assistir ao jogo sem gols com a Colômbia, o que significa que cerca de 30 mil lugares ficaram vazios


DO ENVIADO AO RIO
DA SUCURSAL DO RIO

Pela segunda vez em pouco mais de um mês, um jogo da seleção brasileira teve um encalhe de ingressos no Rio de Janeiro, mas com direito a problemas típicos de casa cheia.
O Maracanã recebeu ontem, segundo divulgado pela CBF, 55 mil presentes. O que significa que cerca de 30 mil lugares do estádio ficaram vazios.
Mas, com menos de duas horas para a bola rolar, as imediações da arena ferviam.
A começar pelas dezenas de cambistas que dividiam as calçadas com policiais e torcedores. O inusitado é que, para um jogo com demanda menor do que a oferta, às 21h os cambistas queriam comprar entradas.
E não sem motivo. Depois de anunciar que não venderia ingressos no Maracanã no dia do jogo, a CBF resolveu mudar de idéia por causa da baixa procura. A confusão no recolhimento dos bilhetes de quem os havia comprado pela internet era grande. Assim, as filas nas bilheterias cresceram, abrindo a possibilidade de os cambistas faturarem com quem temia perder o início do jogo.
Para as cadeiras inferiores, com preço oficial de R$ 30, os cambistas pagavam R$ 20, para depois oferecer a quem estava na fila por R$ 40.
As filas para um jogo sem lotação esgotada fizeram com que torcedores entrassem no estádio quando faltavam apenas cinco minutos para o primeiro tempo terminar.
Contra a Bolívia, no Engenhão, no mês passado, a CBF publicou um borderô com pouco mais de 30 mil ingressos vendidos, mas o estádio aparentava ter bem menos gente.
Sem grande entusiasmo do carioca, o programa de ontem virou coisa de turistas de outros Estados e estrangeiros.
O chinês Di Tsan, 27, comandava um grupo de mais de 20 compatriotas na arquibancada.
"'Será uma festa para os meus amigos. Mesmo com parte das arquibancadas vazias, passar uma noite no Maracanã será mágico para todos", disse Di, que trabalha numa empresa chinesa que presta serviço para a Petrobras. Di vestia uma camisa amarela com o número 10 e o nome de Ronaldinho.
O mineiro Carlos Comin, 33, levou para o estádio 15 colegas. Todos moram fora e fazem curso da Petrobras no Rio.
"Viemos conhecer essa imensidão. Sem tantos torcedores será até melhor. Conseguimos ingressos pela manhã com facilidade. A festa só será estragada se a seleção perder", disse Comin, pouco antes de entrar na arquibancada.
A carioca Gabriela Fernandes, 22, aproveitou a previsão de pouco público para conhecer o Maracanã. "Nunca tinha entrado aqui no estádio e espero gritar muito", afirmou Gabriela, vestida com camisa da seleção e gravata amarela. (PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)


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