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Em recessão, França cancela sua etapa da F-1
Dirigentes franceses alegam dificuldades econômicas para pedir saída do país do calendário e quebrar série que vinha desde 1956
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A XANGAI
A crise na economia mundial
já fez uma vítima no esporte.
Não por coincidência, na França, primeira grande economia
européia a entrar em recessão.
Dirigentes da Federação
Francesa de Automobilismo
anunciaram ontem o cancelamento da etapa da F-1 no país,
em 2009. Será a segunda vez na
história e a primeira desde 1955
que o GP francês não acontece.
Naquela ocasião, há 53 anos,
o motivo foi uma tragédia esportiva: a corrida foi cancelada
após um acidente nas 24 Horas
de Le Mans que matou 78 pessoas e deixou o esporte de luto.
Desta vez, a ameaça de uma
tragédia econômica motivou a
decisão. Nos últimos anos, a federação enfrentou dificuldades
para pagar as taxas cobradas
pela FOM (empresa que gere
comercialmente a F-1). E, segundo os dirigentes, seria impossível, "diante do atual clima
da economia", conseguir lucro
com a corrida no ano que vem.
Agora, a federação tentará
encontrar parceiros na iniciativa privada para pleitear uma
vaga no calendário de 2010.
Entre os projetos possíveis, o
preferido de Bernie Ecclestone,
comandante da FOM, é de uma
corrida num circuito na Eurodisney, nos arredores de Paris,
No começo do mês, o governo francês anunciou crescimento negativo da economia
do país pelo segundo trimestre
consecutivo. Assim, depois da
Irlanda, a França tornou-se o
segundo país da zona do euro a
se enquadrar na definição clássica de recessão econômica.
Com a exclusão de Magny-Cours do calendário, há duas
possibilidades para 2009. Ou o
próximo campeonato acontece
com 17 etapas, um constrangedor passo atrás para o expansionista Ecclestone, ou as datas
serão remanejadas para que
uma nova prova seja incluída.
O problema é que o Canadá,
primeiro país da fila, já foi excluído do calendário justamente por dificuldades financeiras.
O atual cenário não deve ajudar. O país só escapou da recessão no último trimestre porque
registrou crescimento de 0,3%
e já recebeu até socorro do Fed,
o Banco Central dos EUA.
A etapa da França, país que
também é sede da FIA (entidade máxima do automobilismo),
aconteceria em 28 de junho.
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