São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 2008

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Em recessão, França cancela sua etapa da F-1

Dirigentes franceses alegam dificuldades econômicas para pedir saída do país do calendário e quebrar série que vinha desde 1956

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A XANGAI

A crise na economia mundial já fez uma vítima no esporte. Não por coincidência, na França, primeira grande economia européia a entrar em recessão.
Dirigentes da Federação Francesa de Automobilismo anunciaram ontem o cancelamento da etapa da F-1 no país, em 2009. Será a segunda vez na história e a primeira desde 1955 que o GP francês não acontece.
Naquela ocasião, há 53 anos, o motivo foi uma tragédia esportiva: a corrida foi cancelada após um acidente nas 24 Horas de Le Mans que matou 78 pessoas e deixou o esporte de luto.
Desta vez, a ameaça de uma tragédia econômica motivou a decisão. Nos últimos anos, a federação enfrentou dificuldades para pagar as taxas cobradas pela FOM (empresa que gere comercialmente a F-1). E, segundo os dirigentes, seria impossível, "diante do atual clima da economia", conseguir lucro com a corrida no ano que vem.
Agora, a federação tentará encontrar parceiros na iniciativa privada para pleitear uma vaga no calendário de 2010.
Entre os projetos possíveis, o preferido de Bernie Ecclestone, comandante da FOM, é de uma corrida num circuito na Eurodisney, nos arredores de Paris,
No começo do mês, o governo francês anunciou crescimento negativo da economia do país pelo segundo trimestre consecutivo. Assim, depois da Irlanda, a França tornou-se o segundo país da zona do euro a se enquadrar na definição clássica de recessão econômica.
Com a exclusão de Magny-Cours do calendário, há duas possibilidades para 2009. Ou o próximo campeonato acontece com 17 etapas, um constrangedor passo atrás para o expansionista Ecclestone, ou as datas serão remanejadas para que uma nova prova seja incluída.
O problema é que o Canadá, primeiro país da fila, já foi excluído do calendário justamente por dificuldades financeiras.
O atual cenário não deve ajudar. O país só escapou da recessão no último trimestre porque registrou crescimento de 0,3% e já recebeu até socorro do Fed, o Banco Central dos EUA.
A etapa da França, país que também é sede da FIA (entidade máxima do automobilismo), aconteceria em 28 de junho.


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