São Paulo, sábado, 16 de outubro de 2010

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Torcida encurrala o próprio time

CORINTHIANS
Integrantes da Gaviões da Fiel vão ao CT protestar e exigir a saída de atletas

Ricardo Nogueira/Folhapress
Corintianos fazem protesto no CT do clube, ontem

MARTÍN FERNANDEZ
DE SÃO PAULO

O Corinthians aceitou virar refém de sua maior torcida organizada. Pelo menos 70 integrantes da Gaviões da Fiel e representantes de outras torcidas protestaram ontem em frente ao CT do clube.
Foram recebidos pelo diretor de futebol Mario Gobbi e por Elias, Roberto Carlos e William. Literalmente emparedados, com as costas contra o portão do CT, jogadores e cartola ouviram muito.
Escutaram que o atacante Souza não pode mais vestir a camisa do Corinthians. Ouviram também que Danilo, Moacir e Alessandro não devem mais ser escalados no time até o final do Brasileiro.
A semana, que começou com a demissão de Adilson Batista, terminou com a dispensa do atacante Souza.
Segundo a assessoria do Corinthians, o jogador pediu dispensa até segunda-feira, quando voltará aos treinos.
O meia Elias deu versão diferente. "A diretoria achou melhor tirar [o Souza] da partida, para dar tranquilidade a ele e ao time", explicou.
Foi a terceira vez em oito dias que torcedores pisaram no CT, inaugurado há um mês e celebrado pela diretoria como um local em que o departamento de futebol poderia trabalhar em paz.
Começou na quinta-feira da semana passada com três torcedores, que driblaram a segurança e invadiram o local para pressionar o então treinador Adilson Batista.
Eram integrantes do movimento Rua São Jorge, uma dissidência da Gaviões.
Dois dias depois, sete homens da Gaviões "oficial" estiveram outra vez no CT. Conversaram com o presidente, Andres Sanchez, com Gobbi e com William, Chicão, Roberto Carlos e Alessandro.
No domingo, foram na porta do vestiário do Pacaembu para pedir a cabeça de Adilson Batista. Levaram.
E fecharam a rua que dá acesso ao estádio, obrigarando o ônibus dos atletas a deixar o local pela contramão.
Ontem, concentraram-se às 16h na entrada do CT, que fica na rodovia Ayrton Senna, distante dez quilômetros do Parque São Jorge.
Penduraram várias faixas nas grades do CT. "A Fiel repudia esses m... Souza, Moacir, Alessandro, Danilo, pois são comédias", dizia uma.
Durante a semana, no Rio, o presidente Andres Sanchez reafirmou sua ligação com a torcida Gaviões da Fiel.
O meia Elias, um dos integrantes da comissão que recebeu os organizados, afirmou que a pressão é válida.
"Como corintiano, eu já fiquei bravo com resultados. Hoje eu aceito, desde que não haja violência. Quem não aguenta a pressão de jogar no Corinthians deve ficar em casa." Como fez Souza.
Mario Gobbi não quis conversar com a imprensa.


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