São Paulo, domingo, 16 de outubro de 2011

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SOB CAOS

Prata, Yane Marques obtém 1ª medalha para o Brasil e reclama de condições ruins da prova

MARCEL MERGUIZO
ENVIADO ESPECIAL A GUADALAJARA

Da "Disneylândia" para o caos. Foi esse o caminho da pentatleta Yane Marques, 27, para conquistar a prata nos Jogos Pan-Americanos, ontem, a primeira medalha do Brasil em Guadalajara.
O ouro ficou com a americana Isaksen Margaux, que treinou com a pentatleta pernambucana antes dos Jogos do México, no centro de treinamento de Colorado, nos EUA -chamado pelo próprio técnico de Yane de "Disneylândia" do pentatlo moderno devido à boa infraestrutura que oferece ao atleta.
No Pan, entretanto, a realidade enfrentada foi bem diferente nas cinco modalidades da prova (esgrima, natação, hipismo, tiro e corrida).
"O percurso [da corrida] estava simplesmente terrível. A organização da prova não foi muito satisfatória", atacou a atleta brasileira após a conquista da medalha de prata.
"Nadamos em uma piscina a 21ºC, gelada, o que não é permitido. Na esgrima, não dava para ver a luz de quem tocava. No tiro, o sol atrapalhou. Coisas que vão de encontro ao bom rendimento do atleta, mas aconteceu para todos, não é desculpa", complementou a atleta.
A americana não quis comentar a reclamação.
Ela e Yane garantiram vaga na Olimpíada de Londres.
O bronze ficou com a mexicana Tamara Vega.
"Vou comemorar, agora é férias", disse a atleta de Afogados da Ingazeira, que conquistou o ouro no Pan do Rio, em 2007. "Ela [Margaux] estava no dia dela, foi merecido", acrescentou.
Antes de ir para Guadalajara, Yane passou 16 dias no centro de treinamento da seleção dos EUA, no Colorado.
"Tem tudo lá. E tudo próximo, para o atleta só pensar em treinar. E isso faz diferença", disse o chefe da equipe de pentatlo do Brasil em Guadalajara, Celso Sasaqui.
O Comitê Olímpico Brasileiro patrocinou esse treinamento de Yane nos EUA.
Atual quinta colocada no ranking mundial de pentatlo moderno -chegou a ser terceira no meio deste ano-, Yane era favorita à medalha de ouro. A disputa com Isaksen, 18ª melhor do mundo, começou desde o início do dia, na esgrima. A americana foi a primeira colocada. Yane terminou em segundo.
"Ela me surpreendeu na esgrima", disse Yane.
Na natação, a brasileira assumiu a liderança. Elas nadaram lado a lado nas raias três e quatro, o que no caso de Guadalajara é importante, pois a piscina instalada no Clube Hípica tinha diferença de 18 cm entre as bordas da raia um e da oito. Essas duas raias laterais não foram utilizadas na prova.
Nos saltos, modalidade em que os cavalos são sorteados, Yane ampliou a vantagem, ao repetir a primeira colocação, sem faltas. A rival ficou em quarto, com dois erros.
Na corrida, Yane perdeu a vantagem acumulada de 20 segundos obtida nas primeiras provas. A pista, de terra, virou lama dias antes da prova, devido à chuva, e nenhum atleta treinou lá. Buracos foram tapados na véspera.
No fim dos 3.000 metros, cansada, Yane ainda foi amparada pela rival campeã. A outra brasileira da prova, Priscila Oliveira, ficou na nona colocação geral.


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