São Paulo, Terça-feira, 16 de Novembro de 1999
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VÔLEI

Seleção feminina perde da Rússia, mas assegura 3º lugar da Copa após vitória do Japão sobre a China

Adversário ajuda e Brasil vai aos Jogos
Associated Press
A atacante Virna (dir.) tenta passar por bloqueio russo em jogo da Copa do Mundo, torneio em que o Brasil garantiu vaga olímpica


MARCILIO KIMURA
enviado especial a Nagoya

A seleção feminina de vôlei teve ontem seu jogo mais difícil na Copa do Mundo, mas o esforço não foi suficiente para garantir por seus próprios meios a vaga em Sydney-2000. Precisava ganhar da Rússia. Perdeu por 3 sets a 2 (21/ 25, 25/20, 25/17, 22/25 e 15/9).
A classificação, porém, veio pelas mãos das japonesas, rivais de hoje do time do Brasil, no encerramento da competição, em Nagoya (cerca de 460 km de Tóquio), às 7h de Brasília.
Foi o segundo favorecimento que a seleção teve em dois dias. No dia anterior, o Japão teve dizimadas suas chances de obter a vaga para a Olimpíada por Cuba.
Restaram as chinesas, que não podiam perder nenhum set nas duas últimas partidas. Perderam três e a partida para as anfitriãs (3 sets a 0), ontem.
As outras duas vagas haviam sido definidas anteontem, para as invictas Rússia e Cuba (dez vitórias), que se enfrentariam hoje, na preliminar do jogo brasileiro, pela decisão do título.
A derrota da China, vice-campeã mundial, era totalmente inesperada, mas o resultado não foi motivo de festa no hotel em que a seleção assistia ao jogo pela TV.
""Teve uma comemoração tímida. O pessoal só se parabenizou. Temos um jogo para ganhar", disse a atacante Ana Moser.
O confronto de hoje não melhora nem piora a colocação do Brasil na Copa do Mundo. O Japão, apesar de ter uma vitória a menos (7) não pode alcançar o set average (sets vencidos divididos pelos perdidos) do Brasil, que venceu 26 e perdeu 8. As anfitriãs, 22 e 15.
A equipe dirigida por Bernardinho busca, assim, apenas um ""clima" melhor para comemorar depois a classificação num restaurante brasileiro em Nagoya.
""Mas acho que não vou. Talvez elas queiram ficar sozinhas e curtir entre elas", afirmou o técnico.

Tática duvidosa
Bernardinho abriu mão do título da Copa e sofreu a segunda derrota em dez jogos no torneio. A primeira fora na primeira etapa, em Okayama, para as cubanas.
Ontem, o treinador decidiu poupar a atacante Ana Moser, que tem problemas crônicos nos joelhos, para decidir contra o Japão a classificação olímpica.
""O Japão é mais fraco do que a Rússia. Poderíamos ter ganho das russas, mas dependeríamos do resultado de Rússia e Cuba para subir de posição. Poderíamos ter arriscado e terminado em terceiro do mesmo jeito", justificou.
E o fraco desempenho ofensivo foi determinante para a derrota, principalmente o de Leila e Érika. A canhota atacou 30 bolas e só pôs 7 no chão. ""Foi um erro meu. Deveria tê-la substituído pela Elisângela", admitiu Bernardinho.
Já a substituta de Ana Moser cortou 29 bolas, com sucesso de apenas 34,48%.
Os dois sets em que o ataque não comprometeu muito, o primeiro e o quarto, o Brasil venceu.
Outro diferencial russo foi seu forte saque -foram sete aces, contra um brasileiro. Evgenia Artamonova foi a maior pontuadora (28) do jogo. Virna foi responsável por 24 pontos brasileiros.


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