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Prancheta do PVC
Paulo Vinicius Coelho - pvc@uol.com.br
Réplica dos velhos tempos
ADRIANO fez questão
de vestir a camisa 10,
quando chegou à Gávea. Não gostou da pesquisa
realizada na internet ter definido que ele jogaria com a 9.
Queria o número que foi de
Zico, de Dida, de Petkovic.
Jogos como o de ontem, em
que foi a principal razão da vitória, mostram que a camisa
veste muito bem o Imperador. Adriano desequilibra.
Sozinho no ataque rubro-negro, Adriano venceu o duelo contra três zagueiros.
Fez gol, puxou contra-ataques, ofereceu passes precisos. Adriano joga isolado na
frente, modelo que Andrade
conhece bem desde seus tempos de jogador.
Por mais que o Flamengo
do início dos anos 80, aquele
da hegemonia no Brasileirão
-três títulos em quatro
anos-, represente a mais pura tradição do futebol envolvente e ofensivo, jogava com
apenas um atacante: Nunes.
E, várias vezes, jogava num
sistema absolutamente idêntico ao adotado por Andrade.
A decisão do Campeonato
Carioca de 1981, por exemplo,
teve o Flamengo posicionado
no mesmo 4-2-3-1 que hoje
virou o esquema da moda.
Sem Tita, machucado, aquele
Fla jogou com Nei Dias na lateral direita, Leandro improvisado como segundo volante
ao lado de Andrade, uma linha
de três armadores com Lico,
Zico e Adílio, e Nunes sozinho
como centroavante.
Faz quase 30 anos, mas
aquele Flamengo fez escola.
Neste ano, repare quantos times jogam assim. A seleção de
Dunga venceu a Inglaterra e
invariavelmente usa esse sistema. O Corinthians de Mano
Menezes foi campeão paulista
e da Copa do Brasil assim. O
Santos, vice-campeão paulista, jogava desse jeito.
Aquele Flamengo era um time à frente do seu tempo. Digamos, uns 28 anos. Andrade
era parte fundamental daquela equipe campeã mundial e
usa o que aprendeu. Williams
marca pelo lado direito e libera Zé Roberto do lado oposto.
O Fla usa Petkovic para ditar
o ritmo, ora mais rápido, ora
cadenciado. Se o time não for
estático -e o Flamengo não
é-, você verá o homem do lado esquerdo criando jogadas
do outro lado, como fez Zé
Roberto no passe para o segundo gol de Adriano.
A réplica também tem um
camisa 10 que desequilibra. A
cópia pode ter até a faixa de
campeão brasileiro no peito.
MARCAÇÃO?
O jogo entre São Paulo e
Vitória começou com Magal
anunciando que marcaria
Hernanes por todos os lugares do campo. Tentou. Incrível como Hernanes não se
entrega à marcação e como
cresce na hora de decidir.
Magal só pôde ver mais de
perto os dois passes que iniciaram as jogadas dos gols.
PELA LIBERTADORES
O Atlético-MG ainda tem
uma final e encara o Inter.
Enquanto o Cruzeiro joga na
Arena da Baixada. Time por
time, o Cruzeiro tem mais,
nesta reta de chegada. E joga
fora de casa. É ruim? Se você
pensar que o Cruzeiro perdeu a Libertadores em casa e
desperdiçou 24 pontos no
Mineirão, melhor sair.
SEGUE O VELÓRIO
A boa notícia para o Palmeiras é que Túlio e Fábio Santos levaram cartão vermelho contra o Cruzeiro e não jogam na quarta-feira. Desde o empate com o Sport, realiza-se um velório. O defunto é o Palmeiras, que ainda não tem
o atestado de óbito assinado -pode ser na quarta. A primeira reforma promovida por Muricy Ramalho serviu para refazer a equipe com três zagueiros. A próxima pode
colocar dois armadores. Dá tempo?
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