São Paulo, segunda-feira, 16 de novembro de 2009

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Prancheta do PVC

Paulo Vinicius Coelho - pvc@uol.com.br

Réplica dos velhos tempos

ADRIANO fez questão de vestir a camisa 10, quando chegou à Gávea. Não gostou da pesquisa realizada na internet ter definido que ele jogaria com a 9. Queria o número que foi de Zico, de Dida, de Petkovic.
Jogos como o de ontem, em que foi a principal razão da vitória, mostram que a camisa veste muito bem o Imperador. Adriano desequilibra.
Sozinho no ataque rubro-negro, Adriano venceu o duelo contra três zagueiros.
Fez gol, puxou contra-ataques, ofereceu passes precisos. Adriano joga isolado na frente, modelo que Andrade conhece bem desde seus tempos de jogador.
Por mais que o Flamengo do início dos anos 80, aquele da hegemonia no Brasileirão -três títulos em quatro anos-, represente a mais pura tradição do futebol envolvente e ofensivo, jogava com apenas um atacante: Nunes.
E, várias vezes, jogava num sistema absolutamente idêntico ao adotado por Andrade.
A decisão do Campeonato Carioca de 1981, por exemplo, teve o Flamengo posicionado no mesmo 4-2-3-1 que hoje virou o esquema da moda. Sem Tita, machucado, aquele Fla jogou com Nei Dias na lateral direita, Leandro improvisado como segundo volante ao lado de Andrade, uma linha de três armadores com Lico, Zico e Adílio, e Nunes sozinho como centroavante.
Faz quase 30 anos, mas aquele Flamengo fez escola. Neste ano, repare quantos times jogam assim. A seleção de Dunga venceu a Inglaterra e invariavelmente usa esse sistema. O Corinthians de Mano Menezes foi campeão paulista e da Copa do Brasil assim. O Santos, vice-campeão paulista, jogava desse jeito.
Aquele Flamengo era um time à frente do seu tempo. Digamos, uns 28 anos. Andrade era parte fundamental daquela equipe campeã mundial e usa o que aprendeu. Williams marca pelo lado direito e libera Zé Roberto do lado oposto. O Fla usa Petkovic para ditar o ritmo, ora mais rápido, ora cadenciado. Se o time não for estático -e o Flamengo não é-, você verá o homem do lado esquerdo criando jogadas do outro lado, como fez Zé Roberto no passe para o segundo gol de Adriano.
A réplica também tem um camisa 10 que desequilibra. A cópia pode ter até a faixa de campeão brasileiro no peito.

MARCAÇÃO?
O jogo entre São Paulo e Vitória começou com Magal anunciando que marcaria Hernanes por todos os lugares do campo. Tentou. Incrível como Hernanes não se entrega à marcação e como cresce na hora de decidir. Magal só pôde ver mais de perto os dois passes que iniciaram as jogadas dos gols.

PELA LIBERTADORES
O Atlético-MG ainda tem uma final e encara o Inter. Enquanto o Cruzeiro joga na Arena da Baixada. Time por time, o Cruzeiro tem mais, nesta reta de chegada. E joga fora de casa. É ruim? Se você pensar que o Cruzeiro perdeu a Libertadores em casa e desperdiçou 24 pontos no Mineirão, melhor sair.

SEGUE O VELÓRIO
A boa notícia para o Palmeiras é que Túlio e Fábio Santos levaram cartão vermelho contra o Cruzeiro e não jogam na quarta-feira. Desde o empate com o Sport, realiza-se um velório. O defunto é o Palmeiras, que ainda não tem o atestado de óbito assinado -pode ser na quarta. A primeira reforma promovida por Muricy Ramalho serviu para refazer a equipe com três zagueiros. A próxima pode colocar dois armadores. Dá tempo?


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