São Paulo, domingo, 16 de dezembro de 2007 |
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Depoimentos Pais de jovens que sonham em ser craques contam a agonia de ver suas carreiras de longe
Aos 11 anos, Júlio (nome
fictício a pedido da família) decidiu que seria jogador de futebol. Vivia em
João Pessoa (PB). Roberto (nome fictício) já decidiu: vai juntar dinheiro e viajar com o filho de volta para o "sul". Quer ver de perto como está a vida e a carreira de Mateus (nome fictício). O garoto saiu de Rondônia aos 14 anos para ser jogador de futebol. Passou por clubes de São Paulo e Minas Gerais. A última parada foi o Villa Nova. A preocupação com o filho foi crescendo à medida que os telefonemas para sua casa começaram a aumentar. "Toda hora tem empresário ligando. Querem que eu assine papel em branco, falam em proposta do exterior. Sou pai e acho que está na hora de acompanhá-lo." Mateus só encarou os três dias de viagem de ônibus para casa uma vez em dois anos. A passagem foi paga por seu agente. O pai do adolescente conhece de perto a dor de uma carreira frustrada. Ele deixou Rondônia aos 15 anos, jogou em Curitiba, mas não vingou. "Sempre falo que nós temos para beber e comer. No resto, damos um jeito. É covarde quem não vai atrás de seus sonhos. Ele foi. E, se não der certo, a gente não tem que se frustrar." Antônio não sabe que o filho parou de estudar há dois anos. Aos 16, estudou até a oitava série. "Queria que ele estudasse, mas... Ele já ajudou no trabalho pesado, foi soldador, plantou café. Acredito na base que demos a ele." Texto Anterior: Empresário ganha fama e assédio de pais Próximo Texto: Final sub-14 tem briga e lama Índice |
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