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Agora é Kaká quem posa para Ronaldo
Yokohama, palco da consagração máxima do "Fenômeno" em 2002, engatilha a coroação do franzino reserva do penta
Ex-promessa são-paulina e coadjuvante no penta joga no Japão como melhor do mundo e ofusca o herói nacional de cinco anos atrás
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Yokohama, 2002. Kaká, garoto, assiste como um mero
coadjuvante da seleção brasileira à consagração máxima de
Ronaldo. Yokohama, 2007. Ronaldo, veterano, assiste como
um mero torcedor do Milan à
partida decisiva que antecede a
consagração máxima de Kaká.
Se na conquista do penta do
Brasil Kaká era só uma opção
quase nunca usada por Luiz Felipe Scolari -atuou 18 minutos
na Copa de 2002-, na atual
temporada Ronaldo é apenas
um freqüentador assíduo do
departamento médico do Milan -ex-melhor do mundo por
três vezes, jogou somente uma
partida, contra o Cagliari.
O mundo mudou bastante
para os dois nos últimos cinco
anos. Kaká ascendeu no Milan
e conseguiu feitos que o ""Fenômeno" sempre sonhou. Até hoje, não conseguiu o título da badalada Copa dos Campeões,
competição que teve neste ano
show do ex-são-paulino, campeão e artilheiro, com dez gols.
Em 2002, na Copa que teve
final em Yokohama, Ronaldo é
que fora campeão e goleador.
Seria também naquele ano o
melhor do planeta para a Fifa.
Amanhã, será Kaká o centro
das atenções na festa de gala da
máxima entidade do futebol.
Na Itália, já comparam o ano
de Kaká com o que Van Basten
teve em 1989: campeão europeu, vencedor da Supercopa da
Europa e da ""Bola de Ouro". Só
falta o título mundial de clubes.
Ronaldo conseguiu também
em 2002 em Yokohama um
Mundial interclubes, mas esse
foi um raro momento de conquista no Real Madrid. Na era
galáctica, o ""Fenômeno" engordou a conta bancária, mas
não a sua galeria de troféus.
Para o centroavante só sobrou o Espanhol de 2003, basicamente. Antes de o Real faturar novo troféu nacional neste
ano, Ronaldo saiu do clube desgostoso com Fabio Capello, que
acabou rindo por último, campeão. Na volta à Itália, lesões
musculares em série o tiraram
de combate. E seu longo tratamento gerou polêmica.
Ronaldo e Kaká se cruzaram
nos últimos anos na seleção
brasileira, mas no momento
crucial, na Copa da Alemanha,
não brilharam juntos. O primeiro, criticado pela forma (ou
ausência dela), praticamente se
despediu do time nacional. O
segundo, com mais personalidade, até ousou cobrar o ídolo e
companheiro. Determinado,
voltou melhor para a equipe.
Prova da virada na carreira
dos dois pode ser vista em recentes campanhas publicitárias. Eterno garoto-propaganda da Nike, Ronaldo agora ganha chuteira especial pela carreira, não pelo presente. Sua
careca famosa e conhecida em
todo o mundo foi aposentada. A
situação está literalmente mais
cabeluda para o centroavante.
Já Kaká, apesar de religioso,
exibe uma veia mais ousada como 007 na nova campanha da
Adidas -na foto publicitária, a
chuteira parece ter se transformado numa pistola. De smoking, mostra elegância de modelo que se acostumou a desfilar trajando a grife Armani.
O Milan pode ser o time estrangeiro campeão mundial
com mais brasileiros. Dida, Cafu, Serginho, Emerson. Tem
ainda Pato, Digão, Leonardo
como dirigente e site com versão em português. Nesse mundo, Kaká é o maioral. Ronaldo,
cortado do Mundial, mas ainda
no Japão, é testemunha disso.
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