São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ano novo

Palmeiras planeja seu 2009 no escuro

Clube reformula elenco sem saber quem vai assumir a presidência em 26 de janeiro, cinco dias após estréia no Paulista

Quatro jogadores já deram adeus ao Parque Antarctica e vários outros, como Alex Mineiro, ainda não tiveram seus contratos renovados


Eduardo Knapp - 4.mai.08/Folha Imagem
Time do Palmeiras, que passa por desmanche às vésperas da temporada 2009, posa antes do jogo em que conquistou o título paulista deste ano, contra a Ponte Preta

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras que planeja, contrata e dispensa no final de 2008 trabalha sem saber como será o início de seu 2009. Prestes a trocar de presidente, o clube se organiza no escuro.
Enquanto o atual mandatário, Affonso della Monica, não conseguiu aprovar a extensão de seu mandato no Conselho Deliberativo e junto aos associados, a diretoria de futebol que o ajudou a se reeleger no ano passado remonta a equipe que abrirá a temporada cinco dias antes das eleições.
"Vamos continuar com o planejamento sendo elaborado. Não dá tempo de esperar. Acreditamos que ele está sendo feito da melhor maneira para o clube", afirmou o diretor de futebol Genaro Marino.
O Palmeiras vai estrear no Paulista no dia 21 de janeiro, contra o Santo André, em Ribeirão Preto. Na segunda-feira seguinte, o clube vai conhecer o seu novo presidente.
"Não vai ser tão diferente. Terá a mão do presidente, mas a estrutura será essa", disse Marino, a respeito do time que está sendo arquitetado pelo vice Gilberto Cipullo, homem forte do futebol no clube.
O problema é que, em caso de vitória do grupo da oposição nas eleições do dia 26, Cipullo é justamente um dos nomes que não deverão continuar no clube com a nova gestão.
"O clube tem de aproveitar as boas cabeças, independentemente da coloração política", ponderou Roberto Frizzo, provável candidato oposicionista.
Apesar do discurso conciliatório, ele admite que Cipullo não faz parte de seus planos, ao contrário de alguns diretores, como o próprio Genaro Marino e Savério Orlandi, pelos quais nutre certa simpatia.
"O Cipullo é uma liderança de um movimento de oposição ao nosso e talvez seja mais difícil conciliar", disse Frizzo, derrotado por Della Monica no pleito de 2007. "Vou tentar ser o menos político e o mais administrador possível para o Palmeiras", completou ele, antevendo uma possível vitória.
O planejamento da equipe para a próxima temporada já vem sendo realizado pela atual diretoria, mesmo sem que se saiba o futuro político do clube, desde o final do Brasileiro.
A diferença é que antes o grupo de Della Monica ainda alimentava a esperança de controlar o Palmeiras por mais uma temporada -até novembro do ano que vem, segundo a proposta colocada em votação.
A derrota do presidente na votação dos sócios no sábado fará a situação se mexer para arrumar um nome de consenso. Enquanto isso, o elenco palmeirense é formatado sem que se saiba quem vai pagar os salários a partir do ano que vem.
O técnico Vanderlei Luxemburgo, que participa da montagem do time, tem contrato até o final de 2009. Apesar de o custo de sua comissão técnica ser questionado pela oposição, ele deverá permanecer.
O novo presidente já não encontrará Denílson, Élder Granja, Leandro e Martinez, que saíram. Léo Lima, Lenny e Jorge Preá devem ir embora. Alex Mineiro, Gladstone, Kléber, Maicosuel, Roque Júnior e Thiago Cunha seguem negociando.


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.