São Paulo, quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

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pena máxima

Tumulto custa 30 jogos e R$ 610 mil ao Coritiba

Votação unânime do STJD interdita Couto Pereira por mais de uma temporada

Clube do PR vai recorrer da sentença, que vale apenas para competições feitas pela CBF e não impede o uso do estádio no Estadual

FÁBIO GRELLET
DA SUCURSAL DO RIO

Perda do mando de campo em 30 partidas, multa de R$ 610 mil e interdição do estádio: essa foi a punição aplicada ontem pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) ao Coritiba, devido à briga generalizada ocorrida após a partida contra o Fluminense, no estádio Couto Pereira, em Curitiba, na última rodada do Brasileiro, em 6 de dezembro. O clube já anunciou que vai recorrer.
A decisão não se aplica ao Campeonato Paranaense. Vale só para torneios promovidos pela CBF -a Série B do Brasileiro e a Copa do Brasil. O advogado do Coritiba, José Mauro do Couto Filho, porém, defende que, caso a pena seja mantida, valha só para a Série B.
A punição foi decidida por unanimidade pelos cinco membros da 2ª Comissão Disciplinar. O recurso será submetido aos nove membros do plenário.
Ao todo, o clube foi punido por quatro infrações. Não tomar providências para prevenir desordens, não evitar o lançamento de objetos no gramado e não evitar a invasão de campo geraram, cada uma, perda de dez mandos de campo e multa de R$ 200 mil. Pela quarta infração -não ser capaz de assegurar a segurança para o jogo-, a punição foi de R$ 10 mil e interdição da arena, até que a CBF avalie as eventuais reformas e autorize que o Couto Pereira volte a ser usado.
No início do julgamento, o Coritiba pediu seu adiamento, alegando que a polícia ainda está identificando os responsáveis pela briga. "As investigações vão mostrar que o Coritiba foi vítima da ação orquestrada por vândalos", disse o diretor jurídico do clube, Gustavo Nadalin. Mas o pedido foi negado.
Em sua defesa, o Coritiba exibiu imagens da briga e levou duas testemunhas: o engenheiro Reginaldo Cordeiro, presidente da comissão de fiscalização de estádios da federação paranaense, e o coronel Jorge Costa Filho, comandante de policiamento de Curitiba.
Ambos afirmaram que o estádio tinha condições de abrigar o jogo e que a diretoria do Coritiba havia informado, na quinta anterior, a respeito da ameaça, feita por integrantes da Império Alviverde, de promover confusão na partida.
Segundo o PM, por conta disso foram mobilizados 680 policiais militares -o dobro do contingente habitual-, além de cem policiais civis. A direção do Coritiba afirmou ter ampliado de 180 para 278 o número de seguranças particulares.
Quando a torcida começou a invadir o campo, havia 51 PMs dentro dele, disse Costa Filho. A Tropa de Choque se deslocou da arquibancada ao campo para conter a invasão. Segundo o coronel, a polícia fez o possível para controlar a situação.
O vandalismo gerou prejuízos de R$ 400 mil, segundo o Coritiba, que pretende cobrar dos torcedores identificados o valor do estrago causado.
Por enquanto, 18 torcedores estão presos, segundo Costa Filho. Outros nove mandados de prisão estão em curso e mais 40 pedidos foram encaminhados pela polícia à Justiça.
Revoltados com o empate em 1 a 1 contra o Fluminense, que causou o rebaixamento do Coritiba no Brasileiro no ano de seu centenário, centenas de torcedores invadiram o campo para tentar agredir o trio de arbitragem, outros torcedores e até jogadores dos dois times.


Colaborou a Agência Folha, em Curitiba


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