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pena máxima
Tumulto custa 30 jogos e R$ 610 mil ao Coritiba
Votação unânime do STJD interdita Couto Pereira por mais de uma temporada
Clube do PR vai recorrer da sentença, que vale apenas para competições feitas pela CBF e não impede o
uso do estádio no Estadual
FÁBIO GRELLET
DA SUCURSAL DO RIO
Perda do mando de campo
em 30 partidas, multa de R$
610 mil e interdição do estádio:
essa foi a punição aplicada ontem pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) ao
Coritiba, devido à briga generalizada ocorrida após a partida
contra o Fluminense, no estádio Couto Pereira, em Curitiba,
na última rodada do Brasileiro,
em 6 de dezembro. O clube já
anunciou que vai recorrer.
A decisão não se aplica ao
Campeonato Paranaense. Vale
só para torneios promovidos
pela CBF -a Série B do Brasileiro e a Copa do Brasil. O advogado do Coritiba, José Mauro
do Couto Filho, porém, defende que, caso a pena seja mantida, valha só para a Série B.
A punição foi decidida por
unanimidade pelos cinco membros da 2ª Comissão Disciplinar. O recurso será submetido
aos nove membros do plenário.
Ao todo, o clube foi punido
por quatro infrações. Não tomar providências para prevenir desordens, não evitar o lançamento de objetos no gramado e não evitar a invasão de
campo geraram, cada uma, perda de dez mandos de campo e
multa de R$ 200 mil. Pela quarta infração -não ser capaz de
assegurar a segurança para o jogo-, a punição foi de R$ 10 mil
e interdição da arena, até que a
CBF avalie as eventuais reformas e autorize que o Couto Pereira volte a ser usado.
No início do julgamento, o
Coritiba pediu seu adiamento,
alegando que a polícia ainda está identificando os responsáveis pela briga. "As investigações vão mostrar que o Coritiba
foi vítima da ação orquestrada
por vândalos", disse o diretor
jurídico do clube, Gustavo Nadalin. Mas o pedido foi negado.
Em sua defesa, o Coritiba exibiu imagens da briga e levou
duas testemunhas: o engenheiro Reginaldo Cordeiro, presidente da comissão de fiscalização de estádios da federação
paranaense, e o coronel Jorge
Costa Filho, comandante de
policiamento de Curitiba.
Ambos afirmaram que o estádio tinha condições de abrigar o jogo e que a diretoria do
Coritiba havia informado, na
quinta anterior, a respeito da
ameaça, feita por integrantes
da Império Alviverde, de promover confusão na partida.
Segundo o PM, por conta disso foram mobilizados 680 policiais militares -o dobro do
contingente habitual-, além
de cem policiais civis. A direção
do Coritiba afirmou ter ampliado de 180 para 278 o número de
seguranças particulares.
Quando a torcida começou a
invadir o campo, havia 51 PMs
dentro dele, disse Costa Filho.
A Tropa de Choque se deslocou
da arquibancada ao campo para
conter a invasão. Segundo o coronel, a polícia fez o possível
para controlar a situação.
O vandalismo gerou prejuízos de R$ 400 mil, segundo o
Coritiba, que pretende cobrar
dos torcedores identificados o
valor do estrago causado.
Por enquanto, 18 torcedores
estão presos, segundo Costa Filho. Outros nove mandados de
prisão estão em curso e mais 40
pedidos foram encaminhados
pela polícia à Justiça.
Revoltados com o empate em
1 a 1 contra o Fluminense, que
causou o rebaixamento do Coritiba no Brasileiro no ano de
seu centenário, centenas de
torcedores invadiram o campo
para tentar agredir o trio de arbitragem, outros torcedores e
até jogadores dos dois times.
Colaborou a Agência Folha, em Curitiba
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