São Paulo, quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

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FUTEBOL

RODRIGO BUENO

@RodrigoBuenoESP
rodrigo.bueno@grupofolha.com.br

Como não reconhecer Oxford campeã inglesa?

SÓ QUEM viveu aquele período romântico do futebol inglês sabe o que foi aquilo.
Numa época em que não havia ninguém no mundo melhor que os britânicos, os bravos alunos de Oxford, com a ajuda do padre-boleiro Arthur Johnson, conseguiram o título nacional.
A espera foi longa. Não porque a Universidade de Oxford, a mais antiga do mundo anglófono, é de 998. Mas porque o título havia escapado no ano anterior. Em 1873, o poderoso Wanderers derrotara Oxford por 2 a 0 em decisão que parou a nação. A final aconteceu no mesmo dia do clássico do remo com Cambridge. Assim, os craques da bola de Oxford atuaram de manhã, e desfalcados de seu lendário arqueiro: Charles Nepean.
O Wanderers foi bicampeão nacional, pois havia ganho o primeiro título em 1872 ante o Royal Engineers.
A campanha do título de Oxford em 1874 foi exaustiva: cinco jogos (houve a necessidade de replay com o bicho-papão Wanderers, o Santos de Pelé da época).
Depois dos 2 a 0 no Barnes, 1 a 1 e 1 a 0 no Wanderers e 1 a 0 no Clapham Rovers, veio a decisão contra o forte time dos engenheiros reais do Exército britânico.
O rival tinha 16 gols a favor e só um contra no torneio, que teve 28 participantes, os melhores do país. O Royal Engineers treinou duas semanas só para o jogo, uma inovação atlética. E contava com o atacante Herbert Rawson, craque e irmão de William Rawson, um atacante de Oxford.
Cerca de 2.000 pessoas viram a final em Kennington Oval. Aos 10min, Mackarness, único beque de Oxford, abriu o placar. Aos 20min, Patton, o "Príncipe dos Dribles", um Garrincha da época, fez o segundo para os universitários. Ainda saiu um terceiro, mas os árbitros então só validavam se o time pedisse o gol. O nobre time do Oxford não fez isso. Também não pediu até hoje para ser reconhecido como campeão inglês. Venceu a gloriosa Copa da Inglaterra.


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