São Paulo, quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

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AÇÃO

Dos trópicos aos Alpes


Apesar de mal falarem português, Longhi e Breigutu quebram recordes brasileiros em estações européias


CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

N ÃO É FÁCIL praticar esportes de neve no Brasil. A maioria dos nossos snowboarders e esquiadores caçadores de inverno tem de patrocinar suas viagens às montanhas. Mas, em 2008, a história começa diferente. Enquanto o verão assola o Brasil, Jhonatan Longhi e Anna Breigutu deslizam em alta velocidade nas estações européias e quebram recordes brasileiros.
Detalhe: os dois esquiadores mal falam português. Jhonatan, natural de Americana (SP), foi adotado aos 2 anos por uma família de italianos; Anna idem, por uma família norueguesa. Em dezembro, aos 19 anos, Jhonatan atingiu a inédita segunda colocação na prova de slalom gigante, em Pozza di Fassa, na Itália. Foi a primeira vez que um brasileiro subiu ao pódio numa prova júnior oficial da FIS (Federação Internacional de Ski). Jhonatan disputou o Italiano júnior, que é dominado por alemães, suíços, austríacos e italianos, e marcou 66,43 pontos, aproximando-se da marca brasileira de 48,43, anotada por Nikolai Hentsch em setembro de 2006 (no esqui alpino, quanto menos pontos, melhor). A marca, na categoria feminina, jamais havia baixado os cem pontos FIS, mas Anna Breigutu se encarregou disso. A menina de 17 anos, nascida em Campo Grande (MS), marcou inéditos 95,10 pontos FIS em prova júnior encerrada no último dia 5, em Trondheim, Noruega.
Com os bons resultados, o otimismo aumenta -mesmo sem dominarem o português, os jovens astros preferem competir pelo Brasil. Jhonatan e Anna seguem treinando na Europa e disputarão, entre outras provas, o Mundial júnior, a partir de 23 de fevereiro, em Formigal (ESP).

Surfe big wave
Ondas de 20 pés marcaram o Nelscott Reef Tow-in Classic, nos EUA. Rodrigo Resende/Yuri Soledade ficou em segundo -para muitos merecia o primeiro-, logo à frente de Eraldo Gueiros/Everaldo ""Pato". Gueiros terminou a competição sem o seu parceiro oficial, Carlos Burle, que voltou para o Havaí para a possível realização do Eddie Aikau, evento mais tradicional de ondas grandes na remada.

Só pra havaiano
O freesurfer Jamie O'Brien foi o vencedor da 6ª edição do Da Hui Shoot Out, disputado em Pipeline e Backdoor, com ondas de 12 pés.

Mais triste
A autópsia de Peter Davi, morto por afogamento quando surfava na remada no maior mar registrado em Ghost Tree, EUA, em dezembro, revelou alta concentração do estimulante metanfetamina.

A eterna busca
A prova nômade do Mundial de surfe deste ano, o Rip Curl Search, será na Austrália, de 30/7 a 10/8.

sarli@trip.com.br


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