São Paulo, sábado, 17 de janeiro de 2009

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MOTOR

O ano de Massa


Se Hamilton é absoluto na McLaren, o brasileiro começa a ganhar espaço parecido pelos lados de Maranello

FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

MASSA INICIOU 2008 na berlinda. Ou aquém. Era colega de um recém-coroado campeão mundial, visto com desconfiança pelo paddock, candidato a escudeiro apagado ou a próxima quase-estrela a despencar. A bomba-relógio explodiu após os dois primeiros GPs: zerado no Mundial, foi "demitido" pela imprensa italiana, que pôs Vettel no seu lugar. A tabela, então, exibia 14 pontos para Hamilton, 11 para Raikkonen e Heidfeld.
Um ano, quanta diferença...
"Ele definitivamente amadureceu", disse Domenicali, nesta semana, em Madonna di Campiglio. O mesmo Domenicali que precisou responder várias vezes sobre a falta de motivação de Raikkonen. Ontem, a primeira coisa que Montezemolo fez, ao chegar ao evento, foi tascar um beijo no brasileiro. Para Ecclestone, Massa merece o título da temporada. Ah, sim: dias antes, coube ao vice-campeão dar as primeiras voltas com o F60, em Mugello -em 2008, a primazia foi do finlandês.
A não ser que uma gigantesca surpresa aconteça na pré-temporada, Massa largará em Melbourne com status de "o" rival de Hamilton. E tudo isso, os elogios, as expectativas, os mimos, é resultado da maneira como reagiu em 2008 -e aquela decisão em Interlagos ainda está na retina de todos-, mas também fruto do cenário que pinta para este 2009.
Se Hamilton é absoluto na McLaren, Massa começa a ganhar espaço parecido em Maranello. Até porque Raikkonen ajuda -na segunda, enquanto o brasileiro almoçava com Schumacher e a cúpula do time e relatava as impressões do primeiro teste, o finlandês tirava uma soneca num Lancia estacionado no circuito.
A concorrência pode azucrinar, principalmente BMW e Renault, mas não a ponto de tirar a disputa do eixo Maranello-Woking. A história já mostrou que, após grandes mudanças no regulamento, a tendência é que as grandes, com mais recursos técnicos, continuem na dianteira.
Some a isso um item subjetivo, indefinível, imensurável: a evolução da pilotagem de Massa, cada vez mais limpa, cada vez mais precisa.
Dois mil e nove é o ano dele.

MAIS DO MESMO?
Cleyton Pinteiro é o novo presidente da CBA. Foi eleito ontem, por aclamação, depois que Paulo Scaglione desistiu de concorrer ao terceiro mandato. Já vai tarde: a marca de sua gestão foi enterrar o automobilismo de base. Novidade?
Não. Pinteiro, até outro dia, era vice de Scaglione. Esperanças? Não da minha parte, infelizmente.

MENOS DO MENOS
Dennis sai de cena e assim Williams torna-se o último remanescente de uma era em que os garagistas davam as cartas na F-1. E, à exceção de Briatore (que deve parar logo) e Horner, a nova geração ainda não disse para que veio.

fabio.seixas@grupofolha.com.br


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