São Paulo, quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

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TÊNIS

Mais dez anos


Para sobreviver, Brasil Open precisa se reinventar, pois a atual fórmula se mostra conhecida e desgastada

RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

UM TORNEIO num lugar paradisíaco, país tropical, novidade no circuito. Logística inédita: hotel, quadra, praia, piscina, comida farta e coqueiros, tudo a pé.
Em quadra, um brasileiro top ten, tricampeão em Roland Garros, além de adversários de primeira linha, nomes de expressão à época, e brasileiros competitivos.
Some-se a isso torcedores ávidos por um torneio profissional, depois de sete anos, um destino turístico de alto padrão novo em folha em um dos litorais mais sedutores do país, um patrocinador forte convidando a todos para um programa especial, com conforto e festa.
O Brasil Open nasceu fadado ao sucesso, há dez anos, quando tinha, inclusive, uma ótima versão feminina, com meninas de expressão e estrelas. Por isso, conseguiu rapidamente atrair bons jogadores, mídia especializada e não especializada, torcedores e apreciadores do tênis, mesmo disputado em uma época ruim, setembro, depois do Aberto dos EUA, em piso rápido.
Em seu quarto ano, uma mudança de impacto: o torneio vai para fevereiro, passando ao saibro e integrado à perna latinoamericana do circuito, com Chile, Argentina e México. Sinal de que o evento poderia ganhar em tudo, incluindo público, prestígio, patrocinadores e, até, mais tenistas de alto nível.
Essa fórmula, porém, durou pouco. A versão feminina sumiu, o brasileiro top ten parou de jogar, jogadores estrangeiros que vinham eram xingados e não voltavam, a mídia diminuiu sua cobertura, o destino se popularizou e, neste último ano, o patrocinador saiu.
Para sobreviver e fazer frente aos próximos dez anos, o torneio baiano precisa se reinventar, inovar, experimentar novos formatos e sair da fórmula que, sim, levou-o ao sucesso, mas que se mostra, ano após ano, conhecida e desgastada.
Hoje, passados dez anos, não conseguiu furar o círculo de fãs do tênis, o "clubinho", e se integrar ao calendário esportivo nacional do torcedor apaixonado, como um GP de Fórmula 1. Quem sabe um dia nesses próximos dez anos?

NA MÍDIA
O jornalista Erich Beting escreve crítica interessante sobre o Brasil Open em http://negociosdoesporte.blog.uol.com.br.

EM QUADRA
Ferrero passeou até o título na Costa do Sauipe. Com casa na vizinha Guarajuba, foi uma recompensa ao espanhol, que sempre prestigiou o torneio e adotou essa região, onde passa parte do tempo livre.

NOVO COMANDO
Com João Zwetsch, a CBT dá um passo para revigorar a equipe na Davis. Se tiver liberdade e fugir das obviedades, ele pode ajudar a amadurecer uma promissora geração.

reandaku@uol.com.br


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