São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

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Com saída de astros, Tite se torna único contestado

CORINTHIANS
Sem medalhões, treinador vira o maior foco de pressão


RODRIGO MATTOS
DE SÃO PAULO

Um dia após o anúncio da aposentadoria de Ronaldo, Tite gesticulava com seus atletas no banco de reservas do CT corintiano. Apontava para cada um. Foi duro.
Refletia uma pressão que saiu das costas dos ex-corintianos Roberto Carlos e Ronaldo para cair nas do técnico. Ele é o único dos criticados após a queda da Libertadores que continua no clube, entre os que vão à campo.
Por isso, Tite adotou uma postura mais enérgica. Sua bronca tinha como objetivo evitar que o clima emocional criado com a saída de Ronaldo afetasse o rendimento ante o Mogi Mirim, às 21h50, no Pacaembu, pelo Paulista.
"Já estávamos suficientemente alertados contra o Noroeste em relação à Libertadores. Não veio o resultado [empate em 1 a 1], não veio confiança na sequência. Contra o Goiás [pelo Brasileiro-10], ficaram pensando nos outros. Já foram duas lições. Chega", disse o técnico.
O treinador também adotou uma atitude mais clara em relação à força do atual elenco. Pediu mais reforços. "A direção sabe que é importante a vinda de um atleta com o perfil do Liedson."
Embora negada pela diretoria, Tite prega uma pequena reformulação no elenco. Além da chegada de novos jogadores, alguns atletas podem deixar o Corinthians, como o volante Jucilei.
O grupo deve permanecer mais ou menos do mesmo tamanho, mas com algumas trocas. Hoje, o Corinthians tem cerca de 30 jogadores.
E Tite considera que, com apenas o Paulista e o Brasileiro pela frente, esse é um número próximo do ideal.
Para o técnico, mais importante do que a quantidade de jogadores é mostrar aos atletas que aumentou a pressão sobre eles com as saídas Roberto Carlos e Ronaldo.
"Havia sim jogadores importantes que canalizavam mais para eles [a pressão]. Agora, fica mais diluída pelos atletas. A do técnico continua a mesma: é o primeiro", declarou o treinador.
Na berlinda, Tite apostou no entrosamento do novo time, cuja escalação será repetida pela terceira vez hoje à noite, diante do Mogi Mirim.
"A realidade é uma transição dessa equipe. O time está se adaptando", disse ele.
Uma vitória deixa o Corinthians a três pontos do Palmeiras, líder da tabela. Assim, os holofotes sobre Tite passariam a ter efeito mais positivo do que negativo.
Ontem, o Corinthians não treinou porque o campo do CT ficou encharcado.


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