São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

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Contador vira caso de patriotismo

CICLISMO
Federação reclama de ingerência política na Espanha


Carlos Brito/Reuters
Alberto Contador concede entrevista antes de prova em Portugal

FERNANDO ITOKAZU
DE SÃO PAULO

Mesmo flagrado no antidoping, o ciclista Alberto Contador, tricampeão da Volta da França, disputou ontem a primeira etapa da Volta de Algarve (Portugal).
O espanhol foi beneficiado pela decisão da federação de seu país, que aceitou o argumento de que a substância proibida clembuterol entrou no organismo após ingestão de carne contaminada.
O presidente da UCI (União Ciclística Internacional), o irlandês Pat McQuaid, criticou a absolvição.
"Vindo da Espanha, nada me surpreende, mas é decepcionante", disse McQuaid.
Apesar disso, o dirigente não culpa a federação. "Eles vêm fazendo um bom trabalho, mas as ingerências políticas são injustificadas."
"Quero deixar claro que não se trata de uma questão de patriotismo, mas sim uma questão jurídica e científica", afirmou o ciclista espanhol.
Mas os aspectos jurídicos e científicos do caso geram discussões, que só devem ser definidas na CAS (Corte de Arbitragem do Esporte), na Suíça, se houver recurso da UCI e da Wada (Agência Mundial Antidoping).
O broncodilatador clembuterol, que melhora a capacidade muscular, não aparece como uma substância específica na lista da Wada.
"Isto é, não enseja uma redução de pena", afirma o advogado esportivo Luciano Hostins. Ele explica que o Código Mundial Antidoping em vigor desde janeiro de 2009 é mais flexível na questão de penas, mas o clembuterol não se enquadra no critério.
O médico Eduardo de Rose, membro da Wada, diz não acreditar ser possível uma contaminação como a alegada por Contador. "Neste ponto é uma questão de discussão. Mas é um argumento que nunca prosperou."
Hostins trabalhou com Maurren Maggi em 2003. Ela foi flagrada com clostebol, um esteroide anabólico, e alegou que houve contaminação em uma depilação.
"É muito difícil provar isso. Ele teria que comprovar o consumo da carne e que justamente aquele pedaço estava contaminado", explicou.
A UCI e a Wada têm 30 dias para analisar os documentos do caso Contador e recorrer.

Com agências de notícias

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