|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BASQUETE
Capitaneadas pelo ex-jogador Oscar, equipes programam para setembro torneio independente da confederação
Rebelados, clubes criam liga e peitam CBB
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Todas as equipes que disputam
o Nacional masculino decidiram
ontem, após reunião na casa de
Oscar, em Alphaville, na Grande
SP, criar uma liga independente.
A associação de clubes, batizada
informalmente de Nossa Liga de
Basquete, pretende fazer seu primeiro campeonato a partir de setembro, com final em junho.
"Acho que era uma solução inevitável. A CBB [Confederação
Brasileira de Basquete] só precipitou as coisas", comenta Oscar,
dirigente do Rio de Janeiro.
Na semana passada, 12 clubes
haviam solicitado uma reunião
com a confederação para discutir
a subvenção do transporte das
equipes durante o Nacional.
Hoje, a entidade repassa só R$
10 mil, ao todo, aos times para pagamento de despesas de viagem.
A confederação, no entanto, negou-se a receber os times, alegando que todas as agremiações haviam assinado o regulamento do
torneio e não havia o que discutir.
"Tivemos alguns jogos transmitidos pela TV, mas quase não lucramos com isso porque não temos direito a muito espaço publicitário em nosso ginásio. Temos
que pôr placa da TAM e não ganhamos nada por isso. Só viajamos de ônibus", diz Walter Montagna, presidente do Londrina.
A Folha apurou que os times
chegaram a discutir a paralisação
do Nacional devido ao problema.
A idéia, porém, foi abandonada.
"Os clubes concordaram com as
regras e disputarão o Nacional até
o fim. Mas acho que as equipes tinham o direito de serem recebidas pela entidade que as comanda. A partir de agora, seguiremos
nosso caminho. Vamos procurar
os patrocinadores e as TVs por
conta própria", declara Oscar,
que afirma seguir o exemplo da
maioria dos países que disputaram os Jogos de Atenas, que contam com ligas independentes.
"Ficamos fora das duas últimas
Olimpíadas, nossas seleções de
base têm colecionado fracassos e
os clubes estão em dificuldade. A
CBB não terá mais que realizar o
Nacional. Terá tempo para cuidar
melhor da seleção", analisa ele.
A liga, cuja criação está respaldada pela Lei Pelé, obteve a
anuência até de dois fiéis aliados
da confederação: o Grupo Universo, mantenedor de três times
(Ajax, Brasília e Uberlândia), que
enviou adesão por fax, e o COC,
que sustenta o Ribeirão Preto.
"Vim à reunião para representar o COC. Mas quem assina a entrada é o Chaim [Zaher, dono da
instituição de ensino], que está no
exterior, mas já me disse que é favorável", conta Luiz Henrique Parigi, supervisor do Ribeirão Preto.
Clubes que nem disputam o Nacional, Hebraica e Bauru pediram
para entrar na associação.
O estatuto da liga será elaborado por uma comissão integrada
por representantes de quatro times: Oscar (Rio), Jorge Bastos
(Brasília), Kelvin Soares (Joinville) e Alexandre Cunha (Minas).
"Se tivermos patrocínio de R$
160 mil, já empatamos com o que
todos os times receberam da CBB
neste ano", exemplifica Fernando
Minucci, supervisor do Franca.
Texto Anterior: FIA se mexe para brecar "cai-cai" Próximo Texto: Opositores ao atual presidente apóiam a idéia Índice
|