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RODRIGO BUENO
Aquecimento global de jogaços
Duelos eletrizantes foram vistos nos últimos dias na Espanha, na Inglaterra, na Itália e até mesmo na Ucrânia
DESDE O ÚLTIMO sábado, quando tivemos um eletrizante
Barcelona 3 x 3 Real Madrid
pelo Espanhol, esbarramos numa
suposta definição científica do que
seria um grande jogo de futebol.
Chuva, belos gols, lances polêmicos, equilíbrio e emoção seriam os
requisitos ou ingredientes de uma
partida memorável. Pelo menos uns
quatro jogos nos últimos dias não
reuniram todos esses elementos e
serão lembrados por anos. Basicamente, teriam faltado chuva e lances
polêmicos, o que acho até bom.
Começando pelo clássico na Espanha, tudo apontava para um dos
mais fracos duelos entre os gigantes.
Mas saiu o empate com mais gols no
confronto desde 1970, contando os
jogos da Liga (só um outro encontro
entre os arqui-rivais nesse período
teve seis gols pelo Espanhol). Messi
fez um "hat trick" que só oito homens conseguiram no mais badalado choque interclubes europeu. Mas
o fato de o jogo não ter sido decisivo
diminuiu a bola da partida.
No mesmo sábado, na Inglaterra,
um Middlesbrough 2 x 2 Manchester United chamou a atenção muito
por ser eliminatório. Era partida da
FA Cup, com aquele que talvez seja
hoje o melhor time da Europa. Parecia jogo fácil, mas o Boro botou os
Red Devils contra a parede e, até o
fim, o placar era imprevisível.
O empate premiou ambos e jogou
mais luzes no jogo-desempate desta
segunda. Nesse dia teremos o replay
de Chelsea x Tottenham pelo torneio. O primeiro jogo? Um 3 a 3 mais
legal (opinião minha) do que o de
Barça x Real. O time de José Mourinho, desfalcado, viu astros como Ballack e Essien se lesionarem e seguirem em campo mesmo com um 1 a 3
no placar. O clássico londrino também viu empate no fim com golaço,
mas com fator decisivo que faltou
em boa parte no jogaço espanhol.
Teve clássico em Milão no domingo. O placar de 2 a 1 foi magro, mas o
derby mostrou virada, manutenção
de invencibilidade e a presença de
Ronaldo contra a Inter. Ele marcou
pelo Milan, o que já tinha feito pela
Inter, pelo Barça e pelo Real contra
seu arqui-rival da ocasião. Não era
decisão, mas esse duelo talvez seja o
mais lembrado do scudetto da Inter.
No meio de semana, não houve
Copa dos Campeões, quando esperamos os melhores jogos. Mas rolou
Copa da Uefa, disputa que reunia até
esta semana 40 brasileiros, alguns
deles sócios da seleção de Dunga.
E não é que o melhor jogo dos últimos dias (opinião minha, de novo)
veio na quinta, no Shakhtar Donetsk
x Sevilla? Era decisão, saíram gols
bonitos (um raro de escorpião de
Matuzalém), emoção (gol nos acréscimos do goleiro espanhol Palop) e
equilíbrio (3 a 2 na prorrogação para
o atual campeão da Copa da Uefa).
Desde o início de 2007, com o incrível Liverpool 3 x 6 Arsenal pela
Copa da Inglaterra, vemos um festival de grandes jogos. Na última semana, isso ficou mais visível, mas o
ano parece especial nesse sentido.
Vai ver que é o aquecimento global.
COPA DA UEFA
O gol de Palop não o põe na lista
de maiores goleiros-artilheiros,
mas talvez o deixará como o arqueiro do gol mais lembrado. A
IFFHS "aceitou" mais um goleiro
com mais de 20 gols: Sadigov, do
Azerbaijão (21 gols). Butt (28), do
Bayer Leverkusen, perde espaço no
time e deixa Rogério ainda folgado.
LIBERTADORES
O gol de Zé Roberto contra o
Gimnasia foi genial. Como Riquelme, é um "jogador europeu em atividade na América". O Santos é o
único favorito 100% e fez bom 1 a 1
com o São Paulo pelo Paulista. San-São ou San-Boca, na Libertadores,
será na Vila. Se não for na final.
ESCOCÊS
Há torcedor do Glasgow que acha
o bacana 1 a 0 no rival Celtic no domingo o melhor jogo de 2007.
rbueno@folhasp.com.br
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