São Paulo, sábado, 17 de março de 2007

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Sob pressão, Jade estréia na Copa de ginástica

Atleta-prodígio do país, carioca terá a missão de conquistar pódio na França

Na primeira grande prova, ginasta mais jovem a fazer o duplo twist carpado de Daiane tenta cumprir plano da CBG, que exige medalha

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Ela é a atleta-prodígio da seleção, tem superado uma a uma as principais estrelas do país e realiza hoje na França sua estréia no grande circuito da ginástica artística internacional.
Com apenas 1,50 m e 15 anos, Jade Barbosa tentar mostrar aos europeus hoje, na abertura da etapa da Copa do Mundo de Paris-Bercy, por que se tornou há dois anos a ginasta mais jovem a executar o duplo twist carpado, movimento de alto grau de dificuldade que consagrou Daiane dos Santos.
"Eu só quero competir bem. Nunca fui a uma etapa da Copa antes, então é um momento importante para a minha carreira e para o meu sonho de ir à Olimpíada", afirma Jade, atual campeã de salto e solo do país.
Em sua estréia, a atleta carioca terá a missão de substituir à altura a gaúcha Daiane e as paulistas Daniele Hypólito e Laís Souza, que não viajaram por não estarem hoje no melhor da forma física. E mais: a adolescente será a responsável por manter, com mais pódios, o sucesso do país na Copa.
"A gente vem para ganhar medalha, não só competir. Já passamos dessa fase. A Jade foi escolhida porque está fisicamente melhor e também porque queremos testá-la para o Pan", diz Eliane Martins, supervisora de seleções da Confederação Brasileira de Ginástica.
Até hoje o país soma 57 pódios na Copa (40 no feminino), que integra a maior série de eventos da ginástica, só inferior a Mundial e Olimpíada. E, desde 2003, o Brasil não deixa de ir a uma final feminina na França.
Revelada no Flamengo em 1998 por Georgette Vidor (que classificou a atleta como uma em 1 milhão, pelo talento) e há dois anos na seleção, Jade será colocada à prova nos quatro aparelhos (solo, trave, salto e paralelas), o que não é muito comum. E, apesar da confiança, não sabe como reagirá ao entrar no ginásio do Omnisports.
"Só na hora mesmo... Não fico pensando em ter que conquistar medalha nem tenho superstição. Creio que posso sentir um frio na barriga", diz ela, cujo nome foi inspirado em "Amor sem Fim", filme de 1981 estrelado por Brooke Shields.
"Ela é um fenômeno. A melhor atleta de uma geração. É claro que ainda está se situando num grande evento, mas ginástica ela tem para encarar qualquer adversária em nível mundial", avalia Diego Hypólito, maior nome do esporte no país e que também atua na Copa.
Mas a ambientação de Jade não será fácil. Ao lado de Juliana Santos (que já disputou Copa e Mundial em 2006), ela irá encarar 61 rivais de 28 países, entre elas Oksana Chusovitina (ALE), Ye Fan (CHN), Vanessa Ferrari (ITA) e Patricia Moreno (ESP), sem contar russas, romenas e ucranianas.


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