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São Paulo diverge após derrota
Marco Aurélio Cunha diz que Estadual não é prioridade, mas Muricy afirma que quer ganhar torneio
Dirigente reclama que equipe do Morumbi não teve pênalti a seu favor no Paulista e que nenhum rival foi expulso em suas partidas
DOS ENVIADOS A RIBEIRÃO PRETO
Na saída do estádio Santa
Cruz, duas vozes se manifestaram mais alto no São Paulo e foram bastante dissonantes.
Uma era do superintendente
de futebol, Marco Aurélio Cunha, reclamando dos critérios
do juiz Flavio Guerra e dizendo
que o resultado do Paulista afeta pouco a vida do São Paulo.
A outra era do técnico Muricy Ramalho, dizendo não ser
capaz de avaliar os três pênaltis
marcados e que o Estadual é
encarado a sério pelos seus jogadores e comissão técnica.
Logo depois do final da partida, Marco Aurélio Cunha foi
cercado pelos jornalistas.
"O São Paulo até agora não
teve um pênalti no Paulista a
seu favor e nenhum jogador foi
expulso contra nós", comentou
o superintendente, usando como argumento um agarrão de
Diego Souza em Adriano.
"Se é esse futebol que querem, tudo bem. É só um Paulista, não muda a nossa vida. Gostaria que marcassem nossos
pênaltis quando eles existirem.
E eles existiram", completou.
Não é a primeira vez que o
superintendente se levanta
contra a arbitragem. No clássico em que o São Paulo empatou
com o Corinthians em 0 a 0, reclamou de Sálvio Spíndola por
ter anulado gol de Adriano. O
juiz não voltou a apitar jogos do
São Paulo neste Estadual, ainda
que a comissão de arbitragem
afirme que não haja veto.
"Estava muito longe, não tenho como dizer se foram pênaltis ou não", disse o técnico Muricy, na entrada do vestiário.
"O que eu sei é que o Kléber
[do Palmeiras] deveria ter sido
expulso. Ele abriu o rosto do
André Dias [no primeiro tempo] e merecia ter sido expulso."
Segundo o superintendente e
médico do São Paulo, André
Dias recebeu sete pontos no supercílio após a cotovelada.
Repetidamente instado a comentar a declaração do superintendente sobre os pênaltis,
Muricy encerrou a questão.
"Não gosto de falar de arbitragem. Ele [Marco Aurélio] é
diretor, pode falar, mas para
mim pega mal porque eu sou
treinador e parece que estou
desviando o foco da derrota."
Muricy achou o resultado em
Ribeirão Preto injusto. "Fomos
muito superiores ao Palmeiras
no primeiro tempo. Caímos
nos 20 primeiros minutos do
segundo tempo, quando o Carlos Alberto cansou, e depois
reequilibramos, mas aí ocorreram os pênaltis", analisou ele.
Sobre o menosprezo de Marco Aurélio ao Estadual, Muricy
divergiu totalmente. "Entramos com time titular porque
queremos ganhar o Paulista.
Nós ainda vamos buscar e vamos para a final. Não pus mais
titulares porque não tínhamos", afirmou o comandante.
Do lado do Palmeiras, as declarações de Marco Aurélio
ecoaram. Vanderlei Luxemburgo, que recentemente teve
de dar explicações sobre críticas às arbitragens do Paulista,
comentou que o são-paulino
também deveria ser convidado
a fazer o mesmo.
"Não tenho que falar sobre
isso, mas quem analisa essas
declarações. Se ele fala de complô, se ele sabe de alguma coisa,
eu acho que ele deve falar", disse o técnico do Palmeiras, lembrando que teve que se explicar
não por uma entrevista, mas
por declarações em campo dirigidas ao árbitro.0
(MÁRVIO DOS ANJOS E RENAN CACIOLI)
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