São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2008

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casa nostra?

Palmeiras joga em palco neutro

Mais da metade do elenco titular tem pouca rodagem no Parque Antarctica com a camisa alviverde

Enquanto atletas buscam familiarização com estádio, Luxemburgo vai dirigir time pela centésima vez no palco do clássico de domingo

RENAN CACIOLI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras venceu a disputa com o São Paulo para poder jogar em casa a segunda partida da semifinal do Paulista. O problema é que, aos olhos do atual elenco, o Parque Antarctica é tão neutro quanto o Morumbi.
Dos 11 prováveis titulares que jogarão no domingo, 6 têm pouca rodagem no estádio com a camisa alviverde.
Frutos da renovação de elenco feita pelo clube para esta temporada, eles ainda deram o azar de chegar ao Palmeiras em ano de reforma na casa.
Reaberto somente na 11ª rodada do Estadual, o Parque Antarctica recebeu quatro duelos do time na temporada.
Ou seja, para atletas como o atacante Alex Mineiro e o lateral-direito Élder Granja, que participaram dos quatro jogos, a casa palmeirense lhes é tão familiar quanto a Arena Barueri -onde atuaram em três oportunidades no torneio.
"Realmente, o que vai fazer diferença é a pressão da torcida. O adversário sabe que estará jogando na casa do Palmeiras. Não é o fato de conhecer o campo ou não", disse Granja.
O atacante Denílson, que tem entrado freqüentemente no time titular, minimiza a pouca familiarização com o estádio. Ele também esteve presente aos quatro confrontos do time em seus domínios.
"Não pode ficar se preocupando em detalhe de ter jogado bastante no Parque Antarctica ou não. É o jogo da vida do Palmeiras, não tem outra chance. Vai ter de ir para dentro do São Paulo de qualquer maneira."
Outros atletas, porém, não tiveram nem a oportunidade de jogar todas em casa. Para Henrique (3), Diego Souza (3), Léo Lima (2) e Kléber (1), o estádio será ainda mais neutro.
Curiosamente, a situação do elenco é oposta à do treinador.
No domingo, Vanderlei Luxemburgo completará a centésima partida em casa na batuta do Palmeiras -somando a passagem atual com as anteriores. Lá, ele obteve 83 vitórias, 12 empates e quatro derrotas.
Não por acaso, foi justamente o treinador um dos que mais defenderam a utilização do Parque Antarctica nas finais.
Mas a tal decantada vantagem palmeirense se dá mais pela vitória de bastidores na queda-de-braço com o São Paulo.
Na semana passada, o presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, descartara o Parque Antarctica para o segundo jogo da semifinal. Após idas e vindas, a luta dos dois clubes pela carga de ingressos acabou decidindo o duelo a favor dos palmeirenses.
Ao saber que o jogo poderia ser em Ribeirão Preto, o São Paulo reduziu o número de bilhetes destinados à torcida rival para a primeira partida, no Morumbi. Sem divisão igual de ingressos, o Palmeiras recorreu à FPF e conseguiu levar o confronto para o seu estádio.
Apesar da falta de identificação de mais da metade do elenco com a casa alviverde, o Palmeiras terá de resolver em campo tanto a peleja que a cartolagem iniciou fora dele quanto sua vida no Paulista-2008.


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