São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2008

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Para Brasil, realidade é 2ª divisão da Davis

Time enfrentará Croácia, fora de casa, na disputa por lugar na elite do tênis

Capitão da equipe diz que, com aposentadoria de Guga, país volta a nível anterior, o de, às vezes, "beliscar" uma vaga no Grupo Mundial

FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS

Com a aposentadoria de Gustavo Kuerten cada vez mais próxima, o Brasil reconhece que possui uma equipe de segunda divisão da Copa Davis.
Vitorioso contra a Colômbia no fim de semana, em Sorocaba, o Brasil enfrenta a Croácia, fora de casa, por uma vaga no Grupo Mundial, a divisão de elite da Davis, em setembro.
"A situação é bem simples. Temos uma equipe ainda em formação, que está se renovando. E esse confronto vai ser uma grande experiência", afirmou o capitão da equipe brasileira, Francisco Costa.
A Croácia ocupa a quinta colocação no ranking da Copa Davis -o Brasil é o 22º- e conta com tenistas bem posicionados na lista da ATP. São dois entre os top 50 (Ivo Karlovic é o 22º do mundo, e Ivan Ljubicic, o 29º) e dois muito próximos de entrar no grupo (Marin Cilic é o 51º, e Mario Ancic, o 54º).
Já o Brasil tem apenas um tenista top 100 e perto de sair da lista -Marcos Daniel é o 91º.
"É de conhecimento geral e indiscutível que a maioria dos países é favorita contra a gente", falou Costa. "É só comparar os rankings dos atletas, a nossa equipe não está pronta ainda."
De acordo com a análise do capitão brasileiro, o Brasil só vai conseguir sonhar em voltar ao Grupo Mundial quando tiver pelo menos um jogador entre os 50 melhores do mundo.
"Antes do Guga, o nível do Brasil era de segunda divisão. De vez em quando, a gente beliscava um Grupo Mundial, mas acabava voltando."
O lado positivo, segundo Costa, é que a equipe brasileira está em ascensão. Ele considera que a dupla já está consolidada. André Sá é o 25º do mundo, e Marcelo Melo, o 29º. Já os dois tenistas de simples, Marcos Daniel e Thomaz Bellucci, conseguiram no fim de semana suas primeiras vitórias na Davis, sendo que o triunfo de Bellucci ocorreu com o duelo contra os colombianos já definido.
Além de ter caído com um adversário forte, o sorteio de ontem ainda apontou a Croácia como anfitriã do confronto.
Além de não ter como faturar com mais um evento em casa, a CBT (Confederação Brasileira de Tênis) perde a oportunidade de dar experiência na competição a mais jogadores.
Em Sorocaba, além dos quatro titulares, havia três reservas e quatro juvenis. Por questões de custos, a operação será bastante reduzida em setembro.
Segundo a CBT, essa experiência de treinar com a equipe da Copa Davis é muito importante para os jovens jogadores, que ficam mais tranqüilos para avançar no ranking.
"Com uns três ou quatro jogadores entre os top 100 e um ou dois entre o top 50, nós teremos condições de formar uma equipe em condições de permanecer no Grupo Mundial", afirmou o capitão do time brasileiro, que não faz estimativa de tempo para isso acontecer.
"Pode ser um ano, mas também pode demorar quatro ou cinco", completou Costa.


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