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Para Brasil, realidade é 2ª divisão da Davis
Time enfrentará Croácia, fora de casa, na disputa por lugar na elite do tênis
Capitão da equipe diz que, com aposentadoria de Guga,
país volta a nível anterior, o de, às vezes, "beliscar" uma
vaga no Grupo Mundial
FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS
Com a aposentadoria de Gustavo Kuerten cada vez mais
próxima, o Brasil reconhece
que possui uma equipe de segunda divisão da Copa Davis.
Vitorioso contra a Colômbia
no fim de semana, em Sorocaba, o Brasil enfrenta a Croácia,
fora de casa, por uma vaga no
Grupo Mundial, a divisão de
elite da Davis, em setembro.
"A situação é bem simples.
Temos uma equipe ainda em
formação, que está se renovando. E esse confronto vai ser
uma grande experiência", afirmou o capitão da equipe brasileira, Francisco Costa.
A Croácia ocupa a quinta colocação no ranking da Copa Davis -o Brasil é o 22º- e conta
com tenistas bem posicionados
na lista da ATP. São dois entre
os top 50 (Ivo Karlovic é o 22º
do mundo, e Ivan Ljubicic, o
29º) e dois muito próximos de
entrar no grupo (Marin Cilic é o
51º, e Mario Ancic, o 54º).
Já o Brasil tem apenas um tenista top 100 e perto de sair da
lista -Marcos Daniel é o 91º.
"É de conhecimento geral e
indiscutível que a maioria dos
países é favorita contra a gente", falou Costa. "É só comparar
os rankings dos atletas, a nossa
equipe não está pronta ainda."
De acordo com a análise do
capitão brasileiro, o Brasil só
vai conseguir sonhar em voltar
ao Grupo Mundial quando tiver
pelo menos um jogador entre
os 50 melhores do mundo.
"Antes do Guga, o nível do
Brasil era de segunda divisão.
De vez em quando, a gente beliscava um Grupo Mundial,
mas acabava voltando."
O lado positivo, segundo
Costa, é que a equipe brasileira
está em ascensão. Ele considera que a dupla já está consolidada. André Sá é o 25º do mundo,
e Marcelo Melo, o 29º. Já os
dois tenistas de simples, Marcos Daniel e Thomaz Bellucci,
conseguiram no fim de semana
suas primeiras vitórias na Davis, sendo que o triunfo de Bellucci ocorreu com o duelo contra os colombianos já definido.
Além de ter caído com um
adversário forte, o sorteio de
ontem ainda apontou a Croácia
como anfitriã do confronto.
Além de não ter como faturar
com mais um evento em casa, a
CBT (Confederação Brasileira
de Tênis) perde a oportunidade
de dar experiência na competição a mais jogadores.
Em Sorocaba, além dos quatro titulares, havia três reservas
e quatro juvenis. Por questões
de custos, a operação será bastante reduzida em setembro.
Segundo a CBT, essa experiência de treinar com a equipe
da Copa Davis é muito importante para os jovens jogadores,
que ficam mais tranqüilos para
avançar no ranking.
"Com uns três ou quatro jogadores entre os top 100 e um
ou dois entre o top 50, nós teremos condições de formar uma
equipe em condições de permanecer no Grupo Mundial",
afirmou o capitão do time brasileiro, que não faz estimativa
de tempo para isso acontecer.
"Pode ser um ano, mas também pode demorar quatro ou
cinco", completou Costa.
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