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NBA começa hoje mata-matas do "não me toque"
Regras que facilitam caminho à cesta fazem liga ver, pela 1ª vez na década, média de pontos por time bater 100 pontos
"Se Michael Jordan jogasse agora, faria 45 pontos por partida", diz Phil Jackson, treinador do cestinha do Chicago, ícone dos anos 90
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Na base da canetada, a NBA
fez dos gritos de defesa nos ginásios, uma marca da liga americana de basquete, que abre
hoje os playoffs da temporada
2009/2010, algo fora de moda.
Com uma série de mudanças
nas regras, que transformou
nos últimos anos o esporte célebre por seu contato físico em
um jogo de "não me toque", a
milionária liga celebra uma explosão no número de cestas.
Nesta temporada, pela primeira vez na década, a média
dos times por jogo superou os
100 pontos (foi de 100,4). Na
edição 2003/2004, a última antes das mudanças mais drásticas nas regras, esse número foi
de 93,4. Ou seja: cada jogo da liga tem agora 14 pontos a mais,
em média, do que há seis anos.
Nada menos do que 18 dos 30
times da liga superaram a barreira centenária na média de
pontos neste ano. Na temporada 2001/2002, só quatro equipes atingiram esse patamar.
A explosão no número de
cestas não acontece só pelo talento da geração que colocou os
EUA de volta no lugar mais alto
do ranking olímpico e que tem
LeBron James, Dwayne Wade
e Carmelo Anthony como nomes mais cintilantes.
Os três, que estão entre os
principais cestinhas da liga, foram beneficiados pelas intervenções nas regras feitas pelos
cartolas para beneficiar o ataque em detrimento da defesa.
As mais notórias delas foram
o veto ao toque com as mãos no
corpo dos rivais em várias situações, o aumento no rigor
contra tocos que os árbitros
consideram faltosos e o veto a
defensores por muito tempo no
garrafão, tudo feito para deixar
o caminho para a cesta livre.
Existem, entretanto, críticas.
"Você não pode mais tocar no
rival. O jogo universitário é hoje muito mais físico do que a
NBA", diz Larry Brown, um especialista em defesa e que nesta
temporada levou o Charlotte
Bobcats para os playoffs pela
primeira vez na história da
franquia da Carolina do Norte.
O treinador mais vencedor
da história da NBA é outro crítico do novo estilo. E evoca o
maior de todos os tempos para
isso. "Michael Jordan teria
uma média de 45 pontos por jogo com essas regras", diz Phil
Jackson, do Los Angeles Lakers. Na sua carreira, quando as
regras permitiam uma marcação muito mais forte, Jordan,
que comandou o Chicago treinado por Jackson a seis títulos
da NBA nos anos 90, teve média de 30,1 pontos por jogo.
"Era muito mais difícil marcar pontos no meu tempo,
quando você arremessava com
um braço na sua cara", afirmou
Clyde Drexler, companheiro de
Jordan no "Dream Team" da
Olimpíada de Barcelona-92.
Boa para o marketing da liga,
a era de muitos pontos da NBA
não é tão espetacular assim para os times que priorizam o ataque e esquecem a defesa. Dos
dez times que mais pontuaram
na temporada, cinco ficaram
fora dos mata-matas.
NA TV - Boston x Miami
ESPN, ao vivo, às 21h
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