São Paulo, sábado, 17 de abril de 2010

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NBA começa hoje mata-matas do "não me toque"

Regras que facilitam caminho à cesta fazem liga ver, pela 1ª vez na década, média de pontos por time bater 100 pontos

"Se Michael Jordan jogasse agora, faria 45 pontos por partida", diz Phil Jackson, treinador do cestinha do Chicago, ícone dos anos 90

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Na base da canetada, a NBA fez dos gritos de defesa nos ginásios, uma marca da liga americana de basquete, que abre hoje os playoffs da temporada 2009/2010, algo fora de moda.
Com uma série de mudanças nas regras, que transformou nos últimos anos o esporte célebre por seu contato físico em um jogo de "não me toque", a milionária liga celebra uma explosão no número de cestas.
Nesta temporada, pela primeira vez na década, a média dos times por jogo superou os 100 pontos (foi de 100,4). Na edição 2003/2004, a última antes das mudanças mais drásticas nas regras, esse número foi de 93,4. Ou seja: cada jogo da liga tem agora 14 pontos a mais, em média, do que há seis anos.
Nada menos do que 18 dos 30 times da liga superaram a barreira centenária na média de pontos neste ano. Na temporada 2001/2002, só quatro equipes atingiram esse patamar.
A explosão no número de cestas não acontece só pelo talento da geração que colocou os EUA de volta no lugar mais alto do ranking olímpico e que tem LeBron James, Dwayne Wade e Carmelo Anthony como nomes mais cintilantes.
Os três, que estão entre os principais cestinhas da liga, foram beneficiados pelas intervenções nas regras feitas pelos cartolas para beneficiar o ataque em detrimento da defesa.
As mais notórias delas foram o veto ao toque com as mãos no corpo dos rivais em várias situações, o aumento no rigor contra tocos que os árbitros consideram faltosos e o veto a defensores por muito tempo no garrafão, tudo feito para deixar o caminho para a cesta livre.
Existem, entretanto, críticas.
"Você não pode mais tocar no rival. O jogo universitário é hoje muito mais físico do que a NBA", diz Larry Brown, um especialista em defesa e que nesta temporada levou o Charlotte Bobcats para os playoffs pela primeira vez na história da franquia da Carolina do Norte.
O treinador mais vencedor da história da NBA é outro crítico do novo estilo. E evoca o maior de todos os tempos para isso. "Michael Jordan teria uma média de 45 pontos por jogo com essas regras", diz Phil Jackson, do Los Angeles Lakers. Na sua carreira, quando as regras permitiam uma marcação muito mais forte, Jordan, que comandou o Chicago treinado por Jackson a seis títulos da NBA nos anos 90, teve média de 30,1 pontos por jogo.
"Era muito mais difícil marcar pontos no meu tempo, quando você arremessava com um braço na sua cara", afirmou Clyde Drexler, companheiro de Jordan no "Dream Team" da Olimpíada de Barcelona-92.
Boa para o marketing da liga, a era de muitos pontos da NBA não é tão espetacular assim para os times que priorizam o ataque e esquecem a defesa. Dos dez times que mais pontuaram na temporada, cinco ficaram fora dos mata-matas.


NA TV - Boston x Miami
ESPN, ao vivo, às 21h




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