São Paulo, domingo, 17 de abril de 2011

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JUCA KFOURI

Santos, 99


Ao entrar em seu 100º ano de vida gloriosa, o time de camisas brancas volta a se impor na América

A VITÓRIA santista sobre o Cerro Porteño veio na hora e no dia certos: na data do 99º aniversário do clube que teve o melhor time da história do futebol em fins dos anos 50 e princípios dos 60 do século 20.
Ao começar seu centésimo ano de vida, o Santos, mesmo com três desfalques tão importantes, fruto de uma noite insana em que fez tudo errado na Vila Belmiro, superou as melhores expectativas e se impôs em Assunção do Paraguai.
Como em seus melhores tempos.
Tempos que os sessentões viveram intensamente, fossem ou não santistas por opção, mas obrigatoriamente santistas por amor ao futebol.
Aquelas camisas brancas, aqueles calções brancos e aquelas meias brancas, que sobressaíam principalmente nos jogos noturnos e iluminados pelo lusco-fusco que nem de longe lembra as iluminações feéricas de hoje em dia, só eram menos mágicos que aqueles negros que se confundiam, tamanha a arte que desfilavam pelos gramados do mundo, para encantá-lo.
Era Dorval, era Coutinho, era Pelé, quem era?
Sim, teve ainda Gylmar dos Santos Neves, Carlos Alberto Torres, Mauro Ramos de Oliveira, Calvet, como Ramiro e Álvaro, Jair, Zito, Mengálvio, Pepe, Pagão, Toninho Guerreiro, Almir Pernambuquinho, Lima, Haroldo, Rildo quantos!
Só craques, acredite.
Não, Pelé não pode ser citado apenas entre tantos jogadores admiráveis, alguns geniais mesmo. Mas sempre é bom destacar que se Ele participou dos famosos 5 a 2 no Benfica (o melhor jogo de que participou em sua carreira, segundo o próprio), no estádio da Luz, em Lisboa, na decisão do Mundial de Clubes de 1962, em 1963 Ele não estava quando veio o bicampeonato em duas batalhas memoráveis contra o Milan, no Maracanã lotado.
A primeira delas, sob chuva torrencial, é dos jogos que marcam uma vida.
Porque os italianos, liderados pelo brasileiro e ex-botafoguense Amarildo, o Possesso da Copa do Mundo de 1962, no Chile, saíram com 2 a 0 no placar no primeiro tempo, depois de terem vencido em Milão por 4 a 2.
Já eram os campeões mundiais quando São Pedro integrou-se ao time do, é claro, Santos, e Pepe, Mengálvio, Lima e Pepe de novo viraram para 4 a 2, forçando o terceiro jogo, então chamado de "negra", que os praianos venceram com pênalti cobrado por Dalmo, o patinho feio que virou cisne.
Desculpe, meninos, mas eu vi.

blogdojuca@uol.com.br


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