São Paulo, quinta-feira, 17 de maio de 2001

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FUTEBOL

Técnico diz que foi prejudicado pela antecipação do jogo para as 15h

Apesar de Luxemburgo, Corinthians jogará à tarde

MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Se dependesse do técnico Wanderley Luxemburgo, o Corinthians não enfrentaria o Atlético-PR, hoje, às 15h, no Pacaembu, pela Copa do Brasil.
Segundo o técnico, a decisão da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) em antecipar a partida das 20h30 para as 15h vai "atrapalhar tecnicamente" o seu time.
A decisão da CBF foi baseada nas determinações do governo federal em proibir a realização de, entre outros espetáculos, jogos no horário noturno para economizar energia. A resolução que regulamenta a posição está publicada no "Diário Oficial" da União de hoje e tem validade imediata.
Para tentar adiar a partida, Luxemburgo se reuniu no início da noite de ontem com membros da diretoria do Corinthians, mas acabou sendo convencido do contrário. Antes do encontro, o técnico se mostrava determinado. "Acabei de receber a notícia oficial [ontem, às 18h". Vou conversar agora com a diretoria do Corinthians. O meu parecer é o seguinte: jogo às 15h qualquer dia, menos amanhã. Não é um amistoso que vamos disputar, mas uma partida das quartas-de-final da Copa do Brasil, que dá uma vaga na Libertadores, nosso objetivo. É brincadeira que as coisas sejam definidas assim. O Corinthians não pode ter prejuízo."
Mesmo antes da reunião, porém, Luxemburgo já reconhecia que iria de qualquer forma acatar a decisão da diretoria, ainda que contrária à sua vontade.
"Sou um funcionário do Corinthians. Faço o que for definido. Mas a minha programação foi afetada, e acho que o clube deve defender isso", declarou.
"Acho que a decisão foi um lástima para o futebol brasileiro, sem falar da sociedade. Jogos à tarde darão ainda mais prejuízos aos clubes. Estamos vivendo um estado de sítio não declarado. O prejuízo não será só nosso. As emissoras, a publicidade, o negócio futebol vai perder. Acho que a TV vai acabar bancando os jogos à noite", disse o vice-presidente de futebol corintiano, Antonio Roque Citadini, antes da reunião.
Os jogadores, entretanto, adotaram um discurso "patriótico", diferentemente de seus superiores.
"Se é para o bem da nação, acho que nós [jogadores" temos que fazer a nossa parte para poupar energia", disse o zagueiro Scheidt, que ontem treinou no time titular, no lugar de Fábio Luciano, que foi poupado do treino por estar com dores na panturrilha direita e ainda é dúvida para o jogo de hoje.
Os atacantes Ewerthon e Muller, que hoje formam o ataque titular, também se mostraram aptos a colaborar com a campanha nacional de racionamento de energia.
"Acho que é lamentável o país estar passando por essa crise, mas acho também que todos têm que ajudar. Não adianta reclamar. Temos que ajudar o país", afirmou Muller, que, como todos os jogadores corintianos, se mostrou surpreso com a notícia.


NA TV - ESPN Brasil e Sportv, ao vivo, às 15h



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