São Paulo, segunda-feira, 17 de maio de 2004

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VÔLEI

As vagas e a mordaça

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Está tudo definido: Japão, Coréia do Sul, Rússia e Itália ficaram com as últimas quatro vagas do feminino de vôlei da Olimpíada. A disputa acabou ontem no Japão e mostrou que russas e italianas não estão com a bola toda. Na classificação geral, ficaram atrás das asiáticas.
Embora estivessem inscritas entre as 18 jogadoras, as atacantes Artamonova e Godina, mais a levantadora Vassilevskaia, destaques do time russo, não disputaram o Pré-olímpico. Será que elas jogarão em Atenas? O certo é que no Japão quem segurou a onda foi a gigante Gamova, de 2,04 m.
O que se viu foi uma Rússia com um jogo muito quadrado, concentrado em bolas altas e derrotada pela Coréia do Sul e a Itália. As principais jogadoras, ausentes da seleção, fazem falta. Se continuar assim, melhor para Brasil e China, que passam a ser os dois grandes favoritos ao ouro olímpico.
A cada torneio, a Itália deixa a mesma questão: como conseguiu ser campeã mundial em 2002? Depois desse título, não ganhou mais nada. No Pré-Olímpico, perdeu do Japão e da Coréia do Sul. A sua façanha foi vencer a Rússia, mas acabou em quarto lugar. Ou seja, ficou com a última vaga.
A surpresa mesmo foram as japonesas: tiveram a melhor campanha. Sofreram apenas uma derrota em sete jogos. Foi na última rodada, para a Rússia.
A classificação para Atenas foi um alívio. Há quatro anos, o Japão viveu um pesadelo: não foi a Sydney e, pela primeira vez, ficou fora de uma Olimpíada.
Com tradição, mas com um time fora do grupo da elite mundial, o Japão vai a Atenas sem chances de lutar por uma medalha. O certo é que a próxima Olimpíada promete muito equilíbrio no vôlei, já que terá a participação de muitas seleções intermediárias com bom nível técnico.
Para quem quer refrescar a memória, vale lembrar que, além dos quatro países que garantiram vaga ontem, já estavam classificados China, Brasil, EUA, Alemanha, Grécia, Cuba, República Dominicana e Quênia. A batalha deverá ser entre Brasil, China, EUA e Rússia, se for reforçada.

 

Sábado tem início o Pré-Olímpico masculino, no Japão. São oito seleções: Argélia, Canadá, França, Coréia do Sul, China, Austrália, Irã e Japão. O campeão e o time asiático mais bem classificado, já que não houve seletiva olímpica naquele continente, ficam com as vagas. Franceses e japoneses são os favoritos.
 

Fora das quadras, o espanto é a "lei da mordaça" imposta pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB). O presidente, Rubén Acosta, há 20 anos no cargo, proibiu críticas públicas à FIVB e às suas decisões. As confederações nacionais também não podem se opor legalmente à entidade. Ou seja, Acosta tem plenos poderes. A liberdade de expressão e a democracia estão bem longe do esporte.
Vale lembrar que Acosta está sendo investigado pela Justiça da Suíça e pelo Comitê Olímpico Internacional por uso ilegal de verbas dos direitos de transmissões de jogos de vôlei. Uau!

Italiano 1
O Sisley Treviso, do gigante russo Dineikine e do atacante italiano Papi, está em festa. Está comemorando o sétimo título italiano nos últimos dez anos. Nesta temporada, foi bem mais fácil que o esperado. Na fase final, a equipe derrotou três vezes seguidas o Piacenza, do técnico Julio Velasco e cujo destaque é o cubano Leonel Marshall.

Italiano 2
O Valentia, dos brasileiros Axé e William, levou a melhor sobre o Bolzano, do atacante Marcelo Negrão, na luta por uma vaga de acesso à série principal do Campeonato Italiano. Na terceira e última partida entre as duas equipes, o Valentia venceu por 3 sets a 2 (23/25, 21/ 25, 25/22, 25/21 e 16/14) e foi promovido. Já o Bolzano vai continuar jogando na Série A-2.

E-mail cidasan@uol.com.br


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