São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 2006

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Ronaldinho, pelo Barcelona, e Henry, pelo Arsenal, protagonizam a final da Copa dos Campeões

Europa celebra o futebol-show

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A PARIS

Pode ser, com mais chances, para Ronaldinho e o seu Barcelona. Mas também pode acontecer com Henry e o Arsenal.
Seja quem for o vencedor da edição que comemora os 50 anos da Copa dos Campeões, ficará provado que é possível, sim, ser campeão jogando bonito.
O brasileiro, duas vezes seguidas eleito o melhor do mundo pela Fifa, e o francês, o vice dessa mesma lista em 2003 e 2004, são os solistas de dois times que aliam eficiência com fantasia.
Isso numa competição que teve como campeões recentes times nada inventivos, como o Liverpool de Rafael Benitez e o Porto de José Mourinho.
Donos de alguns dos gols mais bonitos da temporada, Ronaldinho e Henry jogam em times que não perderam na dura Copa dos Campeões e têm as melhores defesas da competição -o Arsenal não é vazado há dez jogos.
São firmes na defesa sem bater. O time inglês faz, em média, 15 faltas por jogo. Os espanhóis cometem 17. Qualquer dessas marcas seria suficiente para fazer de qualquer um a equipe mais leal do Brasileiro-06. Tanto é assim que o Barcelona não teve jogadores expulsos, e o Arsenal teve só um.
Ambos os times acertam mais de 50% das finalizações, outra marca que seria recordista no Nacional, e ficam com a bola em mais da metade do tempo das partidas. Na França, jogam confete neles próprios e no adversário.
"Para quem gosta de futebol, é um prazer oferecer esse espetáculo", diz, sem modéstia, Arsène Wenger, o técnico da equipe inglesa. "O Arsenal é notável. É uma final que os dois times merecem", devolve Frank Rijkaard, o treinador do clube catalão.
Os finalistas têm campanhas parecidas, mas histórias bem diferentes. Com vários atletas machucados ou em fim de carreira, Wenger optou por um renovação radical. Hoje, por exemplo, ele aposta no espanhol Fabregas, 19, para comandar seu meio-campo.
Já Rijkaard faz sua terceira temporada no Barcelona com a mesma base. "Temos que ter um equilíbrio entre a alegria de jogar e o trabalho do jogo, que é a parte tática e física", ensina o holandês, que promete mais uma vez dar liberdade absoluta de movimentos para Ronaldinho.
Favorito nas casas de apostas, o Barcelona tenta evitar o clima de já ganhou -diretores do clube irritaram Rijkaard pelo excesso de confiança demonstrado em público. "Numa final, cada um tem 50% de chances. Para nós, jogadores, não importa esse favoritismo", diz o zagueiro Puyol, o capitão do time azul e grená.
Jogando no seu país, Henry, carrasco dos também espanhóis Real Madrid e Villarreal nesta edição da Copa dos Campeões, tentará não sentir o peso da responsabilidade que seu próprio chefe atribui a ele. "Ele está sob pressão. Espero que consiga fazer o que sabe", falou Wenger.
Poderosos na temporada 2005/ 2006, Arsenal e Barcelona são times de história modesta, quando comparada com a de seus rivais locais, na Copa dos Campeões.
Enquanto o Liverpool triunfou cinco vezes, o time londrino nunca ergueu a taça, que ontem era carregada sem nenhum aparato de segurança por dois funcionários da Uefa nos arredores do Stade de France, em Saint-Denis. O Barcelona ganhou o torneio uma vez, contra nove do Real Madrid.
Quem vencer hoje está classificado para o Mundial da Fifa, em dezembro, no Japão.


NA TV - Band e ESPN, ao vivo, às 15h45



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