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Ronaldinho, pelo Barcelona, e Henry, pelo Arsenal, protagonizam a final da Copa dos Campeões
Europa celebra o futebol-show
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A PARIS
Pode ser, com mais chances, para Ronaldinho e o seu Barcelona.
Mas também pode acontecer com
Henry e o Arsenal.
Seja quem for o vencedor da
edição que comemora os 50 anos
da Copa dos Campeões, ficará
provado que é possível, sim, ser
campeão jogando bonito.
O brasileiro, duas vezes seguidas eleito o melhor do mundo pela Fifa, e o francês, o vice dessa
mesma lista em 2003 e 2004, são
os solistas de dois times que aliam
eficiência com fantasia.
Isso numa competição que teve
como campeões recentes times
nada inventivos, como o Liverpool de Rafael Benitez e o Porto
de José Mourinho.
Donos de alguns dos gols mais
bonitos da temporada, Ronaldinho e Henry jogam em times que
não perderam na dura Copa dos
Campeões e têm as melhores defesas da competição -o Arsenal
não é vazado há dez jogos.
São firmes na defesa sem bater.
O time inglês faz, em média, 15
faltas por jogo. Os espanhóis cometem 17. Qualquer dessas marcas seria suficiente para fazer de
qualquer um a equipe mais leal do
Brasileiro-06. Tanto é assim que o
Barcelona não teve jogadores expulsos, e o Arsenal teve só um.
Ambos os times acertam mais
de 50% das finalizações, outra
marca que seria recordista no Nacional, e ficam com a bola em
mais da metade do tempo das
partidas. Na França, jogam confete neles próprios e no adversário.
"Para quem gosta de futebol, é
um prazer oferecer esse espetáculo", diz, sem modéstia, Arsène
Wenger, o técnico da equipe inglesa. "O Arsenal é notável. É uma
final que os dois times merecem",
devolve Frank Rijkaard, o treinador do clube catalão.
Os finalistas têm campanhas
parecidas, mas histórias bem diferentes. Com vários atletas machucados ou em fim de carreira,
Wenger optou por um renovação
radical. Hoje, por exemplo, ele
aposta no espanhol Fabregas, 19,
para comandar seu meio-campo.
Já Rijkaard faz sua terceira temporada no Barcelona com a mesma base. "Temos que ter um equilíbrio entre a alegria de jogar e o
trabalho do jogo, que é a parte tática e física", ensina o holandês,
que promete mais uma vez dar liberdade absoluta de movimentos
para Ronaldinho.
Favorito nas casas de apostas, o
Barcelona tenta evitar o clima de
já ganhou -diretores do clube irritaram Rijkaard pelo excesso de
confiança demonstrado em público. "Numa final, cada um tem
50% de chances. Para nós, jogadores, não importa esse favoritismo", diz o zagueiro Puyol, o capitão do time azul e grená.
Jogando no seu país, Henry,
carrasco dos também espanhóis
Real Madrid e Villarreal nesta edição da Copa dos Campeões, tentará não sentir o peso da responsabilidade que seu próprio chefe
atribui a ele. "Ele está sob pressão.
Espero que consiga fazer o que sabe", falou Wenger.
Poderosos na temporada 2005/
2006, Arsenal e Barcelona são times de história modesta, quando
comparada com a de seus rivais
locais, na Copa dos Campeões.
Enquanto o Liverpool triunfou
cinco vezes, o time londrino nunca ergueu a taça, que ontem era
carregada sem nenhum aparato
de segurança por dois funcionários da Uefa nos arredores do Stade de France, em Saint-Denis. O
Barcelona ganhou o torneio uma
vez, contra nove do Real Madrid.
Quem vencer hoje está classificado para o Mundial da Fifa, em
dezembro, no Japão.
NA TV - Band e ESPN, ao vivo,
às 15h45
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