São Paulo, sábado, 17 de maio de 2008

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Brasileiro vence etapa mais temida do surfe

Bruno Santos dá ao país 1º título na elite desde 2002

Joseba Etxaburu/Reuters
Bruno Santos surfa em Teahupoo, Taiti

DA REPORTAGEM LOCAL

Com o título em Teahupoo conquistado anteontem, o surfista niteroiense Bruno Santos, 25, protagonizou no Taiti uma das maiores façanhas da história do surfe brasileiro.
Vindo das triagens para o evento -ele não compete em todas as etapas do WCT, principal divisão do circuito mundial de surfe-, ele conquistou a etapa mais temida do calendário.
Desde 2002, um surfista do país não vencia um título na elite. E nunca um brasileiro havia sido campeão em Teahupoo, conhecida como "a praia dos crânios quebrados", por causa da barreira de corais onde quebram as ondas.
Neste século, é apenas o segundo título de um brasileiro no WCT. Na história, atletas do país obtiveram 14 conquistas.
Bruninho, como ele é conhecido, superou o atual campeão mundial, Mick Fanning, seu vice, Taj Burrow, e o campeão mundial de 2001, CJ Hobgood, para chegar à final, em que bateu o herói local Manoa Drollet.
"Só queria dizer que não estou acreditando até agora. Estou muito amarradão. Desde o ano passado já vinha superconfiante em obter um bom resultado", disse o surfista ao Sportv.
"Quando consegui a vaga [com o segundo lugar na triagem], sabia que poderia ir além das quartas-de-final", completou ele, que encerrou o torneio com 15 pontos na perna.
Na disputa por uma vaga no evento principal, a prancha bateu em sua coxa, e, segundo ele "fez um buraco", que inclusive motivou os salva-vidas a recomendarem sua desistência da etapa taitiana.
A bateria final não foi disputada com ondas grandes para os padrões de Teahupoo -tinham cerca de 1 m, de acordo com o site oficial da WCT. Isso obrigou o niteroiense a improvisar.
"Como o mar estava pequeno, minha prancha 6'3 era muito grande. Então emprestei uma prancha de um francês. Ele salvou minha vida e agora quero ficar com a prancha", declarou ele, que fez ainda outro agradecimento relatado pela organização do evento: "Peguei dois tubos pequenos. E, depois, não teve mais onda. Não sei, talvez a mãe natureza tentou me ajudar."
Drollet reconheceu a superioridade do brasileiro e disse que, no mar, sentiu a pressão por estar na final. "Deixei que ele pegasse a primeira onda, e foi um grande erro. Ele ganhou ali. Depois, fiquei mais tempo olhando para o Bruno do que para as ondas. Ele mereceu a vitória", afirmou o vice-campeão ao site oficial da WCT.
Depois, Bruninho homenageou a filha, Sofia, com o feito.
"Queria dedicar essa vitória à minha filha, Sofia. Foi aniversário dela há três dias, e eu não estava presente. Mas daqui a poucos dias estarei aí para enchê-la de beijos e comemorar bastante com a minha família e com todos os meus amigos", disse o surfista ao Sportv.


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