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Brasileiro vence etapa mais temida do surfe
Bruno Santos dá ao país 1º título na elite desde 2002
Joseba Etxaburu/Reuters
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Bruno Santos surfa em Teahupoo, Taiti
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o título em Teahupoo
conquistado anteontem, o surfista niteroiense Bruno Santos,
25, protagonizou no Taiti uma
das maiores façanhas da história do surfe brasileiro.
Vindo das triagens para o
evento -ele não compete em
todas as etapas do WCT, principal divisão do circuito mundial
de surfe-, ele conquistou a etapa mais temida do calendário.
Desde 2002, um surfista do
país não vencia um título na elite. E nunca um brasileiro havia
sido campeão em Teahupoo,
conhecida como "a praia dos
crânios quebrados", por causa
da barreira de corais onde quebram as ondas.
Neste século, é apenas o segundo título de um brasileiro
no WCT. Na história, atletas do
país obtiveram 14 conquistas.
Bruninho, como ele é conhecido, superou o atual campeão
mundial, Mick Fanning, seu vice, Taj Burrow, e o campeão
mundial de 2001, CJ Hobgood,
para chegar à final, em que bateu o herói local Manoa Drollet.
"Só queria dizer que não estou acreditando até agora. Estou muito amarradão. Desde o
ano passado já vinha superconfiante em obter um bom resultado", disse o surfista ao Sportv.
"Quando consegui a vaga
[com o segundo lugar na triagem], sabia que poderia ir além
das quartas-de-final", completou ele, que encerrou o torneio
com 15 pontos na perna.
Na disputa por uma vaga no
evento principal, a prancha bateu em sua coxa, e, segundo ele
"fez um buraco", que inclusive
motivou os salva-vidas a recomendarem sua desistência da
etapa taitiana.
A bateria final não foi disputada com ondas grandes para os
padrões de Teahupoo -tinham
cerca de 1 m, de acordo com o
site oficial da WCT. Isso obrigou o niteroiense a improvisar.
"Como o mar estava pequeno, minha prancha 6'3 era muito grande. Então emprestei
uma prancha de um francês.
Ele salvou minha vida e agora
quero ficar com a prancha", declarou ele, que fez ainda outro
agradecimento relatado pela
organização do evento: "Peguei
dois tubos pequenos. E, depois,
não teve mais onda. Não sei,
talvez a mãe natureza tentou
me ajudar."
Drollet reconheceu a superioridade do brasileiro e disse
que, no mar, sentiu a pressão
por estar na final. "Deixei que
ele pegasse a primeira onda, e
foi um grande erro. Ele ganhou
ali. Depois, fiquei mais tempo
olhando para o Bruno do que
para as ondas. Ele mereceu a vitória", afirmou o vice-campeão
ao site oficial da WCT.
Depois, Bruninho homenageou a filha, Sofia, com o feito.
"Queria dedicar essa vitória à
minha filha, Sofia. Foi aniversário dela há três dias, e eu não
estava presente. Mas daqui a
poucos dias estarei aí para enchê-la de beijos e comemorar
bastante com a minha família e
com todos os meus amigos",
disse o surfista ao Sportv.
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