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MOTOR
Destino
Vai, Cristiano, esqueça dos quase dois anos parado, das cirurgias, da fisioterapia, dos vaticínios furados, e acelere
FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE
VAI, CRISTIANO. Acelere o Pontiac por Laguna Seca, encare a
"saca-rolha", retarde a freada
no retão, na tomada para o hairpin.
Não se preocupe com os tempos,
com os resultados, com o desempenho do carro -tá bom, sei que estas
recomendações você não seguirá.
Esqueça dos quase dois anos parado, das cirurgias, da fisioterapia, dos
vaticínios furados que colocavam
fim à sua carreira. Apague as semanas no hospital, as trocentas explicações que teve de dar para o acidente
com o cervo, não é mais hora disso.
Valorize os momentos bons. As
aventuras de mountain bike em Belo Horizonte, as viagens para Guarda do Embaú e as corridas de tampinha na areia, os solos de guitarra, o
primeiro treino, lá no Texas.
Lembre dos momentos de glória.
Daquela estréia nos EUA, em Homestead, ainda na Indy Lights, que
deixou todo mundo no circuito -este colunista incluído- entre chocado, surpreso e encantado. Do título
no ano seguinte. Da primeira vitória
para um motor Toyota. Do campeonato na Champ Car em 2002, conquistas que o levaram para a F-1.
E, quando pensar na F-1, tente se
concentrar nas voltas lideradas em
Silverstone e naquele terceiro lugar
no grid de Suzuka, em 2003. Não,
2004 não foi um bom ano, mas qualquer um teria problemas ali. O Gascoyne mudou o carro sei lá quantas
vezes, as pressões eram enormes e,
se serve como consolo, a equipe não
deslanchou até hoje, vergonha diante da grana que torra no esporte.
Agora, hoje, é o dia de voltar.
É hora de disputar a primeira corrida desde julho de 2006, é hora de
mostrar que a sensibilidade para
acertar um carro ainda está aí, é hora
de recomeçar. O Vasser é um cara legal, você sabe disso, meio despirocado, mas gente boa, um bom parceiro.
E você sabe que, se precisar de alguma dica, seu pai estará aí do lado.
E que dicas... Pruett, Donohue, Van
de Poele, e mesmo os outros brasileiros na pista, Zonta e Negri, não
têm um pai como Toninho, 14 vezes
campeão brasileiro de Turismo.
Vai, Cristiano, faz o que você sabe.
Acelere, vai atrás do seu destino.
Dê mais uma bela lição na gente.
SOB PRESSÃO
Cinco GPs apagados, e Nielsen falou aquilo que até os paralelepípedos de Mônaco já haviam percebido: se Nelsinho continuar assim,
perderá a vaga. Cenário complicado, até porque o principado não é
exatamente o melhor lugar para
um novato correr sob pressão.
SOB PRESSÃO
Em 2007, a Prefeitura de São Paulo
gastou R$ 5,8 milhões para reformar o asfalto de Interlagos. E prometeu transformar em decreto a
cartilha do GP Brasil, que vetava
corridas de caminhão. Nesta semana, Kassab confirmou a F-Truck
por lá, no dia 6 de julho. Ah, sim:
tem eleição em outubro.
fseixas@folhasp.com.br
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