São Paulo, segunda-feira, 17 de maio de 2010

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Torcida vaia, mas aplaude Federer no fim

Dani Pozo/Associated Press
Federer, que não conseguiu defender o título ganho em 2009

LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MADRI

"Não se esqueça que estamos na Espanha", advertiu Rafael Nadal quando da chuva de vaias recebidas pelo checo Tomas Berdych, em 2006, após o jogador mostrar um dedo nada educado para plateia, que fazia barulho pelo compatriota Nadal.
Explosivos como qualquer bom espanhol, os cerca de 11 mil torcedores que ignoraram a decisão do Campeonato Espanhol de futebol e acompanharam ontem a final do Master 1.000 de Madri -incluindo a rainha Sofia, da Espanha- não chegaram a fazer o mesmo com Federer.
Mas deixaram de lado algumas regras básicas de plateias mais "serenas", nas palavras do próprio Federer.
Numa espécie de mistura entre Maracanã e Roland Garros, o público do Madri Open, acompanhados por celebridades como os jogadores Cristiano Ronaldo e Raul, do Real Madrid -que foram ao torneio todos os dias menos ontem, quando estavam jogando-, e por parte da família real espanhola, respeita (quase sempre) os pedidos de silêncio durante os pontos.
Mas, a cada intervalo, por mínimo que seja, faz barulho. Muito barulho.
Na partida de ontem, intercalava gritos de "Olé!"com "vamos Rafa!", aplaudia de pé pontos as típicas cruzadas de seu compatriota, lamentava suas bolas na rede, agitava bandeiras, ria e até vaiava -como no ponto repetido pela dúvida do juiz e de Federer em uma bola de Nadal.
O próprio espanhol pediu, em um gesto com a mão, para a plateia se acalmar.
"Aprende com ele", gritou um torcedor, quando Nadal, apontou com a raquete para uma marca que assegurava uma bola boa do adversário.
"O público daqui é um público muito animado, faz com que o torneio de Madri seja espetacular", defendeu Nadal após a partida.
"Se nota muita diferença para torneios como Wimblendon. Lá há muito mais silêncio. Aqui [Madri], a plateia se envolve mais, participa", observou o Federer, que, ao deixar a quadra após a final de ontem, ganhou uma salva de aplausos.


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