São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 2011

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Mesmo após presidente dizer que convivência de Carpegiani e Rivaldo era difícil com eliminação e troca de farpas, diretoria mantém ambos no time

RODRIGO BUENO
DE SÃO PAULO

O São Paulo vai conviver no Campeonato Brasileiro com Paulo César Carpegiani, Rivaldo, Juvenal Juvêncio, Jean, pipoca, cachaça e manifestações de torcedores.
O presidente do clube, entre demitir o técnico, dispensar o ex-melhor do mundo, mandar os dois embora ou mantê-los juntos no grupo, ficou com a última opção.
Juvenal Juvêncio, presidente reeleito, disse na sexta--feira, dia seguinte à eliminação da Copa do Brasil e às declarações fortes de Carpegiani e Rivaldo, que "a convivência" deles ficara "difícil".
Ontem, uma reunião entre o dirigente, o treinador e o pentacampeão do mundo jogou para baixo do tapete, aparentemente, uma crise interna que apontava para a demissão do treinador.
"Não me sinto desamparado pela diretoria. Foi a primeira crise que tivemos em sete meses de trabalho. Talvez tenha me excedido ao falar do caráter de Rivaldo. Pedi desculpas. Mas não abro mão de escolher o jogador que quero, não abro mão de escalar", falou Carpegiani.
O discurso de paz também veio na entrevista seguinte, a de Rivaldo, que se sentiu "humilhado" por não jogar.
"Não quis desmerecer o treinador nem o São Paulo. Não me arrependo do que disse, só fiquei triste com a eliminação. Da minha parte, não vai ter problema [com Carpegiani]. Sou da paz, vocês me conhecem. Falei com William José e Henrique, não quis magoar ninguém."
A paz não é certa. A demissão de Carpegiani é pedida por torcida e dirigentes. Há a sombra de técnicos empregados e admirados por Juvenal, e Rivaldo tenta escapar de multa -10% de seu salário.
"Não concordo com a multa. Vou conversar com o presidente. Sou um jogador vencedor, e jogador que está no banco não pode se acomodar. Eu atuei em 90% dos jogos que fiz na carreira, é chato ficar aquecendo, ouvindo a torcida adversária te xingando. Se magoei alguém, peço desculpas", disse ele.
Carpegiani falou da multa para rescindir seu contrato e negou que ela tenha ajudado na permanência no clube.
"Não são os valores que estão falando [R$ 1 milhão]. E não é a multa que faz eu continuar no São Paulo nem o São Paulo continuar comigo. Tenho confiança no meu trabalho. Sei que não adiantam apenas vitórias. Títulos que contam, e perdemos uma competição importante."
Os dois falaram sobre como será a escalação ou não de Rivaldo a partir de agora.
"O Carpegiani vai continuar sendo o treinador que é. Não quero ser escalado pelo meu passado", falou o atleta.
"O jogador tem que falar comigo, pois só eu posso resolver seu problema dentro de campo", disse o técnico.


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