São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 2002

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OITAVAS/ HOJE

Johan Walem, Wesley Sonck e Marc Wilmots medem forças com "futebol de deuses"

Bélgica aposta em seus "Ws" para superar "Rs" do Brasil

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A YOKOHAMA

Se no Brasil se fala muito nos três ""erres" -Ronaldo, Ronaldinho e Rivaldo-, na Bélgica a letra da vez é outra. Trata-se dos três ""Ws", que classificaram o time para as oitavas-de-final e tentam levá-lo a superar o Brasil.
Johan Walem, Wesley Sonck e Marc Wilmots, apelidados de os ""três Ws dos Diabos Vermelhos", como é conhecido o time da Bélgica, foram os autores dos três gols contra a Rússia e são as principais esperanças do técnico Robert Waseige, ""o quarto W", para bater os brasileiros hoje.
""Quando nós três estamos em campo, o time rende mais", disse Wesley Sonck, 23, que teve duas ríspidas discussões com o treinador, uma antes da Copa e outra na semana passada, e começou os três jogos do Mundial no banco.
""Quem decide a escalação não sou eu, mas se em 88 minutos [tempo em que esteve em campo na primeira fase" fui tão elogiado, acho que posso ser o titular."
Contra os russos, foi só a partir dos 25min da fase final, quando substituiu Mbo Mpenza, contundido, que os belgas melhoraram e chegaram à vitória. Oito minutos depois de entrar, Sonck fez o segundo gol, de cabeça.
Mas, para infelicidade de Sonck, Mpenza já se recuperou da contusão, e ele corre o risco de ficar, mais uma vez, somente como opção para a segunda etapa.
Para Walem, 30, a história dos três ""Ws" vai ficar marcada pela atuação contra a Rússia, mas ainda mais se o time passar pelo Brasil. ""Na Bélgica, o futebol brasileiro é adorado, é o futebol dos deuses. Se vencermos, vai ser um resultado histórico, daqueles para serem comentados por gerações."
Capitão do time, Wilmots, 33, que assim como Sonck é atacante, enquanto Walem fica no meio-campo, acha que, apesar de serem franco-atiradores, os belgas têm chances de ficar com a vaga.
""Jogo eliminatório não é fácil para ninguém. Se você está num mau dia, como aconteceu com a Dinamarca contra a Inglaterra ou com o Brasil na final contra a França [em 1998", já era. Mas se acorda com sorte, faz um gol no começo, tudo pode acontecer."
Para Waseige, o jogo de hoje é um dos mais importantes da história do futebol belga. E, certamente, o principal de sua carreira como treinador. Brigado com a imprensa de seu país, que chegou a dizer que o time pediu sua cabeça antes da partida contra a Rússia, o que ele nega, Waseige espera eliminar os brasileiros para dar uma resposta a seus ""detratores".
Nem que seja nos pênaltis. ""Treinamos muitas cobranças, sim, mas não é de agora", disse o zagueiro Daniel Van Buyten.
""Quando se disputa um torneio com jogos eliminatórios, todos devem estar preparados para isso. Ainda mais a Bélgica, que costuma empatar muito [é a recordista de empates seguidos -cinco- em Mundiais". O Brasil também deve ter treinado pênaltis..."



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