São Paulo, segunda-feira, 17 de junho de 2002

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OITAVAS/ ONTEM

Camara faz dois gols, um na prorrogação, e equipe já repete Camarões de 1990

Senegal consolida rótulo de sensação ao eliminar Suécia

Associated Press
Papa Bouba Dioup cabeceia entre defensores da Suécia, em lance da vitória de Senegal, ontem


RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A OITA

O título de ""Sensação da Copa-2002" já tem dono: Senegal. Em sua estréia em Mundiais, a equipe africana chegou às quartas-de-final após bater ontem a Suécia na "morte súbita", depois de um empate em 1 a 1 nos 90 minutos.
É um feito para a África, que só havia visto Camarões alcançar essa fase -isso em 1990, na segunda participação camaronesa. E é um feito para o mundo, pois Senegal está perto de repetir o que a Croácia fez em 1998 -ir às semifinais em sua primeira Copa.
A partida de ontem, disputada em Oita, uma ilha no Sul do Japão com clima tropical, mais agradável para os africanos do que para os suecos, foi apenas a segunda na história dos Mundiais a ser decidida na morte súbita -a primeira vez foi em 1998, quando a França fez 1 a 0 no Paraguai.
Camara fez na prorrogação o gol que matou o jogo e a Suécia.O atacante senegalês já havia feito o gol de seu time no tempo normal. ""Dedico os gols à minha mãe e às pessoas do Senegal."
Senegal usou desde o início até o final do jogo três atacantes: Camara, Thiaw e Diouf. Levou um gol após escanteio no começo da partida, mas adotou sempre um estilo ofensivo, despojado.
O atacante Diouf, conhecido como ""Serial Killer" por seu poder de aniquilar as defesas adversárias, bateu o recorde de dribles da Copa. Foram 14 ao todo, 13 no tempo normal de jogo, segundo os números do Datafolha.
No total, Senegal deu 28 dribles, contra 15 da Suécia. Diouf, reconhecidamente um ""fominha", foi quem mais vezes recebeu a bola ontem em seu time (91) e quem mais vezes a perdeu também (20).
""Eu estou representando Senegal, a África e a França", disse Diouf, jogador que atua no Lens e que já brilhou na abertura da Copa, quando sua equipe fez 1 a 0 na já eliminada seleção francesa, atual campeã do mundo.
O poderio ofensivo senegalês foi grande -foram 22 finalizações a gol contra 13 da Suécia-, mas a precisão nas finalizações dos africanos deixou muito a desejar -Senegal acertou apenas 18% das finalizações que fez.
O juiz paraguaio Ubaldo Aquino, que já teve atuações terríveis na América do Sul, anulou um gol e deixou de marcar pelo menos um pênalti para Senegal.
Os jogadores africanos disseram que foram favorecidos pelo calor de Oita. ""O calor nos deixou exaustos. Mas o clima afetou mais os suecos", declarou Coly.
O técnico de Senegal, Bruno Metsu, mostrou compaixão com a Suécia e falou abertamente que quer enfrentar agora o anfitrião Japão, que define o próximo rival dos senegaleses amanhã, em mata-mata com a Turquia.
""Deve ter sido duro para a Suécia ser eliminada na morte súbita. Sobre o nosso adversário das quartas, ficaria feliz se fosse o Japão. Seria um jogo muito bom", declarou o treinador.



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