São Paulo, sábado, 17 de junho de 2006

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Time se arma contra o corpo-a-corpo

Jogadores da seleção afirmam que porte físico dos australianos exigirá mais toque de bola, a fim de desgastar os rivais

Equipe crê que marcação será facilitada se for evitado o jogo aéreo, e Cafu aponta Viduka e Bresciano como os adversários mais perigosos


DOS ENVIADOS A KÖNIGSTEIN

Se a Croácia, rival da estréia, preocupava pela técnica mais apurada, a Austrália, adversária da seleção brasileira amanhã (às 13h), vai ser um tormento por seu estilo meio futebol meio rúgbi (a grande paixão do país da Oceania).
Os comandados do técnico Carlos Alberto Parreira dizem esperar um confronto bem pegajoso na cidade de Munique.
"Vai ser um jogo de contato, eles procuram isso. A gente não pode cair nisso, nosso forte é tocar a bola, colocá-la no chão", afirma o zagueiro Juan, que também alerta sobre os cruzamentos para a área e os lances de bola parada da Austrália.
O volante Emerson é outro que tem certeza de que irá enfrentar amanhã um time que vai procurar mais o corpo dos adversários do que a bola.
"Vai ser um jogo de muito contato. Então é melhor dar dois toques na bola e tentar ficar com ela o máximo possível", afirmou o volante.
O capitão Cafu fala desse tema também e aponta quais são os perigos individuais do segundo adversário brasileiro no Mundial da Alemanha.
"Já sei bastante sobre a Austrália. É um time de muita força. Os jogadores mais perigosos são o Viduka [atacante] e o Bresciano [meia]", afirma o lateral-direito do Brasil.
Se esses jogadores preocupam pela facilidade em usar o corpo, a técnica limitada dos australianos será um trunfo para Parreira e seus jogadores.
"Eles têm a vantagem da força, mas, em compensação, são menos complicados de marcar com a bola no chão", afirma Juan, um dos poucos destaques brasileiros na estréia.
Na comissão técnica, a preocupação é com o vigor dos atletas australianos, que fazem longos treinos até com o sol do meio-dia alemão.
"Nossos observadores nos passaram que a Austrália está muito bem fisicamente. É o que mais chama a atenção. O Parreira vai pedir para a nossa equipe tocar muito a bola e tentar desgastar os australianos", afirma Moraci Sant'Anna, o preparador físico brasileiro.
Assim como Kaká, que pediu mais movimentação do atacante Ronaldo logo após o jogo contra a Croácia, outros jogadores do time nacional apontam esse fator como essencial para o confronto diante dos australianos, que lideram o Grupo F por terem um melhor saldo de gols (2 a 1).
"Movimentação é tudo. Ainda mais contra a Austrália, que vai ficar lá trás", diz Emerson. (EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)


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