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Time se arma contra o corpo-a-corpo
Jogadores da seleção afirmam que porte físico dos australianos exigirá mais toque de bola, a fim de desgastar os rivais
Equipe crê que marcação
será facilitada se for evitado
o jogo aéreo, e Cafu aponta
Viduka e Bresciano como os
adversários mais perigosos
DOS ENVIADOS A KÖNIGSTEIN
Se a Croácia, rival da estréia,
preocupava pela técnica mais
apurada, a Austrália, adversária
da seleção brasileira amanhã
(às 13h), vai ser um tormento
por seu estilo meio futebol
meio rúgbi (a grande paixão do
país da Oceania).
Os comandados do técnico
Carlos Alberto Parreira dizem
esperar um confronto bem pegajoso na cidade de Munique.
"Vai ser um jogo de contato,
eles procuram isso. A gente não
pode cair nisso, nosso forte é
tocar a bola, colocá-la no chão",
afirma o zagueiro Juan, que
também alerta sobre os cruzamentos para a área e os lances
de bola parada da Austrália.
O volante Emerson é outro
que tem certeza de que irá enfrentar amanhã um time que
vai procurar mais o corpo dos
adversários do que a bola.
"Vai ser um jogo de muito
contato. Então é melhor dar
dois toques na bola e tentar ficar com ela o máximo possível", afirmou o volante.
O capitão Cafu fala desse tema também e aponta quais são
os perigos individuais do segundo adversário brasileiro no
Mundial da Alemanha.
"Já sei bastante sobre a Austrália. É um time de muita força. Os jogadores mais perigosos
são o Viduka [atacante] e o
Bresciano [meia]", afirma o lateral-direito do Brasil.
Se esses jogadores preocupam pela facilidade em usar o
corpo, a técnica limitada dos
australianos será um trunfo para Parreira e seus jogadores.
"Eles têm a vantagem da força, mas, em compensação, são
menos complicados de marcar
com a bola no chão", afirma
Juan, um dos poucos destaques
brasileiros na estréia.
Na comissão técnica, a preocupação é com o vigor dos atletas australianos, que fazem longos treinos até com o sol do
meio-dia alemão.
"Nossos observadores nos
passaram que a Austrália está
muito bem fisicamente. É o que
mais chama a atenção. O Parreira vai pedir para a nossa
equipe tocar muito a bola e tentar desgastar os australianos",
afirma Moraci Sant'Anna, o
preparador físico brasileiro.
Assim como Kaká, que pediu
mais movimentação do atacante Ronaldo logo após o jogo
contra a Croácia, outros jogadores do time nacional apontam esse fator como essencial
para o confronto diante dos
australianos, que lideram o
Grupo F por terem um melhor
saldo de gols (2 a 1).
"Movimentação é tudo. Ainda mais contra a Austrália, que
vai ficar lá trás", diz Emerson.
(EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)
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