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Copa "passa" na internet e coloca a Fifa em xeque
Entidade fiscaliza páginas de atletas e cobra direitos de transmissão, mas diz que não há como frear troca de vídeos
Sites que disponibilizam
imagens grátis da Copa dão
drible nas restrições e fazem internautas acompanharem Mundial de maneira inédita
TALES TORRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Nunca a Fifa fez tantas restrições à internet em uma Copa. Mas o esforço da entidade
não impediu que os usuários tivessem acesso a um inédito volume de imagens do Mundial.
Graças a sites gratuitos de
trocas de imagens como o
www.youtube.com e o
www.video.google.com, qualquer pessoa conectada à internet tem à disposição milhares
de vídeos da atual Copa.
Se a Fifa tem fiscalizado as
páginas oficiais de jogadores e
cobrado pelos direitos de transmissão de vídeos na internet,
nada pode fazer atualmente,
por exemplo, contra o site You
Tube (algo como "você no tubo"), um espaço "sem dono",
abastecido por dezenas de milhares de usuários, do mundo
todo. Uma rápida busca na página oferece mais de 5.000 vídeos desta e de outras Copas.
Do gol de Caniggia contra o
Brasil em 1990 ao lance que fez
Tevez balançar as redes contra
Sérvia e Montenegro, ontem.
Da tristeza da Polônia na última quarta à festa holandesa ontem nas ruas de Stuttgart.
Os vídeos entram nos sites de
duas maneiras. Ou reproduzidos de transmissões profissionais -no Google Video dá para
ver Brasil x Croácia na íntegra,
gravado de um canal argentino- ou captados por usuários
que levam celulares aos estádios e de lá filmam os trechos
que são colocados nas páginas.
É impossível ver um jogo em
tempo real nessas páginas, mas,
em alguns casos, os melhores
lances da partida são inseridos
poucos minutos depois do fim.
A proliferação de vídeos da
Copa na internet fará a Fifa se
mexer em breve. Por enquanto,
a entidade reconhece que não
há como limitar a troca de vídeos. Tanto que ela própria disponibiliza compactos das partidas no site oficial da Copa.
"Esta troca de conteúdo veio
para ficar. É algo sem volta", diz
o especialista Antonio Rosa
Neto, presidente da Dainet
Multimídia e Comunicações.
Ronaldo Lemos, professor e
coordenador da área de propriedade intelectual da escola
de direito da Fundação Getúlio
Vargas, no Rio, prevê: "Ou a Fifa proíbe a entrada de pessoas
com telefones celulares nos estádios ou desenvolve uma maneira de tirar proveito desta
prática. Afinal, o evento está recebendo promoção gratuita".
Para Lemos, a emissora que
tem material reproduzido em
outros sites está sendo lesada.
"Os eventos são protegidos por
direitos autorais", conclui, lembrando dos processos que gravadoras musicais impuseram a
sites supostamente piratas.
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