São Paulo, terça-feira, 17 de julho de 2007

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GINÁSTICA

Nova lesão faz Daiane ser cortada da decisão

Ginasta, que disputaria final do solo, perde última chance de ouro no Pan

Segundo o COB, o médico Mário Namba afirmou que a situação da atleta não é grave e que ela não vai ficar fora do Mundial de setembro

DO ENVIADO AO RIO

Daiane dos Santos terá que esperar até 2011 se ainda quiser uma medalha de ouro do Pan.
A ginasta, que hoje disputaria a final do solo no último dia das competições de ginástica artística do Pan, foi cortada.
A causa é uma entorse ligamentar no tornozelo esquerdo. Não foi o tornozelo que ela torceu no segundo treino no Rio, há pouco mais de uma semana. Para preservar o direito, Daiane, que tem duas pratas e dois bronzes nos Jogos (incluindo o vice-campeonato por equipes, no Rio), acabou sobrecarregando o outro pé.
"O pé está inchado e dolorido. Tem o Mundial em um mês e pouco [começa em 1º de setembro, na Alemanha] e a gente precisa se poupar um pouco também", afirmou a campeã mundial do solo em 2003.
O evento é classificatório para os Jogos de Pequim, em 2008. Há tempo suficiente para se recuperar? "Não sei. Vou fazer exame para saber", falou Daiane inicialmente, para depois completar: "Acho que dá. Tem que dar para recuperar".
Por meio da assessoria de imprensa do COB, Mário Namba, médico da seleção, falou que a situação da atleta não é grave e destacou que ela não corre o risco de ficar fora do Mundial.
Daiane insistiu que lesões como as que teve no Rio são corriqueiras para atletas de alto rendimento e comentou que sempre tem que responder sobre a situação de seu joelho, que comprometeu sua performance nos Jogos Olímpicos de Atenas, há três anos. "O joelho foi em 2004 e sempre perguntam... [As série de lesões] é sinal de que o atleta está treinando, de que o trabalho é desgastante. São coisas que acontecem."
Com efeito. Apenas nesse Pan, a equipe nacional enfrentou outras situações como a de Daiane. Victor Rosa, 20, sofreu fratura no pé durante a apresentação na prova masculina por equipes. Ontem, Laís Souza, que voltou a treinar há pouco mais de um mês, foi substituída por Khiuani Dias na disputa do individual geral.
A poupada de hoje será Jade Barbosa. A ginasta carioca, que era a única dos 12 membros do time nacional com chance de medalhas em todas as provas (equipe, individual geral e todos os aparelhos), não disputará a final das paralelas assimétricas, aparelho em que caiu no evento de ontem. Mas está garantida nas outras três (trave, solo e salto). Ontem, a confederação decidiu preservá-la, escalando nesta final Ana Silva. Na vaga que era de Daiane, no solo, entra Daniele Hypólito.
O argumento de Daiane a respeito da freqüência das lesões tem um respaldo de peso.
De acordo com Martha Karoly, chefe da comissão técnica do time dos EUA -que obteve medalhas em todos os eventos da ginástica artística no Pan até o momento-, a modalidade atualmente demanda mais dos atletas do ponto de vista físico.
Para enfrentar essa realidade, ela conta que os norte-americanos passaram a investir numa gama maior de ginastas. Assim, conseguem preparar uma equipe para cada competição.
"Temos atletas excelentes, treinando com vistas ao Mundial de Stuttgart. Em agosto, acontece a seletiva para aquela competição. E algumas dessas meninas que estão aqui no Rio podem participar do evento na Alemanha", completou ela. (LUÍS FERRARI)


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