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GINÁSTICA
Nova lesão faz Daiane ser cortada da decisão
Ginasta, que disputaria final do solo, perde última chance de ouro no Pan
Segundo o COB, o médico Mário Namba afirmou que a situação da atleta não é grave e que ela não vai ficar fora do Mundial de setembro
DO ENVIADO AO RIO
Daiane dos Santos terá que
esperar até 2011 se ainda quiser
uma medalha de ouro do Pan.
A ginasta, que hoje disputaria
a final do solo no último dia das
competições de ginástica artística do Pan, foi cortada.
A causa é uma entorse ligamentar no tornozelo esquerdo.
Não foi o tornozelo que ela torceu no segundo treino no Rio,
há pouco mais de uma semana.
Para preservar o direito, Daiane, que tem duas pratas e dois
bronzes nos Jogos (incluindo o
vice-campeonato por equipes,
no Rio), acabou sobrecarregando o outro pé.
"O pé está inchado e dolorido. Tem o Mundial em um mês
e pouco [começa em 1º de setembro, na Alemanha] e a gente
precisa se poupar um pouco
também", afirmou a campeã
mundial do solo em 2003.
O evento é classificatório para os Jogos de Pequim, em
2008. Há tempo suficiente para
se recuperar? "Não sei. Vou fazer exame para saber", falou
Daiane inicialmente, para depois completar: "Acho que dá.
Tem que dar para recuperar".
Por meio da assessoria de imprensa do COB, Mário Namba,
médico da seleção, falou que a
situação da atleta não é grave e
destacou que ela não corre o
risco de ficar fora do Mundial.
Daiane insistiu que lesões
como as que teve no Rio são
corriqueiras para atletas de alto rendimento e comentou que
sempre tem que responder sobre a situação de seu joelho,
que comprometeu sua performance nos Jogos Olímpicos de
Atenas, há três anos. "O joelho
foi em 2004 e sempre perguntam... [As série de lesões] é sinal
de que o atleta está treinando,
de que o trabalho é desgastante. São coisas que acontecem."
Com efeito. Apenas nesse
Pan, a equipe nacional enfrentou outras situações como a de
Daiane. Victor Rosa, 20, sofreu
fratura no pé durante a apresentação na prova masculina
por equipes. Ontem, Laís Souza, que voltou a treinar há pouco mais de um mês, foi substituída por Khiuani Dias na disputa do individual geral.
A poupada de hoje será Jade
Barbosa. A ginasta carioca, que
era a única dos 12 membros do
time nacional com chance de
medalhas em todas as provas
(equipe, individual geral e todos os aparelhos), não disputará a final das paralelas assimétricas, aparelho em que caiu no
evento de ontem. Mas está garantida nas outras três (trave,
solo e salto). Ontem, a confederação decidiu preservá-la, escalando nesta final Ana Silva. Na
vaga que era de Daiane, no solo,
entra Daniele Hypólito.
O argumento de Daiane a
respeito da freqüência das lesões tem um respaldo de peso.
De acordo com Martha Karoly, chefe da comissão técnica
do time dos EUA -que obteve
medalhas em todos os eventos
da ginástica artística no Pan até
o momento-, a modalidade
atualmente demanda mais dos
atletas do ponto de vista físico.
Para enfrentar essa realidade, ela conta que os norte-americanos passaram a investir numa gama maior de ginastas. Assim, conseguem preparar uma
equipe para cada competição.
"Temos atletas excelentes,
treinando com vistas ao Mundial de Stuttgart. Em agosto,
acontece a seletiva para aquela
competição. E algumas dessas
meninas que estão aqui no Rio
podem participar do evento na
Alemanha", completou
ela.
(LUÍS FERRARI)
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