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Teixeira se reelege pela 5ª vez, e ministro avaliza
Dirigente ganha endosso de Orlando Silva Jr., que esteve na cerimônia de posse
"Temos que ter a serenidade e a grandeza de reconhecer os êxitos alcançados", diz
titular do Esporte sobre os 18 anos do cartola no cargo
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Com o aval do ministro do
Esporte, Orlando Silva Júnior,
o presidente da CBF, Ricardo
Teixeira, foi reeleito ontem para o seu sexto mandato, que poderá ser o mais longo de sua era.
Pelo estatuto da entidade, alterado no ano passado, Teixeira
ganhará mais três anos na presidência da CBF caso o Brasil
ganhe o direito de sediar o
Mundial de 2014. Em outubro,
a Fifa anunciará o vencedor.
Até agora, o Brasil é candidato único a receber o evento.
Desde 89 no cargo, o dirigente
poderá ficar 26 anos no poder.
A chapa de Teixeira contou
com a assinatura de todos os dirigentes de federações estaduais e presidentes de clubes
da primeira divisão do Campeonato Brasileiro.
"Nós temos que ter a serenidade e a grandeza de reconhecer os êxitos que foram alcançados pelas gestões [ do presidente da CBF]", disse o ministro do Esporte, que participou
da reunião da assembléia-geral
da entidade. Silva ficou cerca de
uma hora com os dirigentes.
O ministro não poupou elogios ao presidente da CBF. "A
avaliação sobre administrações
deve ser feita com base em resultados. Um resultado evidente foi a seleção brasileira, que
conseguiu importantes vitórias
na administração Ricardo Teixeira, o que acho muito positivo", disse Silva, que ficou sentado próximo do troféu da Copa
América, conquistado anteontem na Venezuela.
"O segundo resultado muito
importante é a estabilização do
calendário brasileiro. Para alguns, era inimaginável o Brasil
ter torneios com a mesma regra, com acesso e descenso,
com ponto corridos. Isso é uma
conquista do futebol brasileiro", disse o ministro, que não
opinou sobre a longa permanência de Teixeira no cargo.
O presidente da CBF já superou a marca de João Havelange,
seu criador e ex-sogro. O ex-presidente da Fifa comandou a
antiga CBD por 16 anos, de 1958
a 1974. Teixeira já soma 18 anos
na entidade. Sua primeira eleição na CBF teve o apoio oficial
de Havelange, que ontem participou da eleição. Ele sentou ao
lado de Teixeira, mas se recusou a dar entrevista.
No início da década, Teixeira
foi investigado por duas CPIs.
Durante 18 meses, ele obteve
vitória parcial apenas na votação do relatório final da CPI da
CBF/Nike, na Câmara.
Na mesma Casa, teve seus sigilos bancário, financeiro e fiscal quebrados.
No Senado, a derrota foi pior.
Por unanimidade, foi aprovado
o relatório de Geraldo Althoff
(PFL-SC), que acusava o dirigente de crimes fiscais, apropriação indébita e evasão de divisas -o cartola nega todas as
acusações, e as investigações
estão paradas no Ministério
Público Federal.
A CBF só conseguiu evitar a
aprovação do relatório final do
deputado Silvio Torres (PSDB-SP) porque era forte na comissão a presença de políticos ligados ao futebol.
Desde que o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva assumiu o
cargo, Teixeira voltou a se alinhar com o poder. Nos últimos
anos, ele já freqüentou várias
solenidades no Palácio do Planalto. Recentemente, o dirigente assistiu, ao lado do presidente da República, o jogo da
seleção em Wembley.
"Quero me colocar à disposição de vocês para que juntos
possamos fazer com que o futebol brasileiro suba cada vez
mais as grandes posições no futebol mundial", disse Teixeira,
no seu discurso aos dirigentes
após o triunfo.
A vitória de ontem foi uma
das mais fáceis da era Teixeira.
Ele não teve nenhum opositor.
Na última eleição, em 2004, o
dirigente teve que enfrentar
uma disputa jurídica antes de
comemorar a vitória.
À época, São Paulo e Flamengo não votaram pela reeleição
do cartola, que passou, na opinião dos clubes, a perseguí-los.
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