São Paulo, terça-feira, 17 de julho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

lado a lado

Teixeira se reelege pela 5ª vez, e ministro avaliza

Dirigente ganha endosso de Orlando Silva Jr., que esteve na cerimônia de posse

"Temos que ter a serenidade e a grandeza de reconhecer os êxitos alcançados", diz titular do Esporte sobre os 18 anos do cartola no cargo

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Com o aval do ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, foi reeleito ontem para o seu sexto mandato, que poderá ser o mais longo de sua era.
Pelo estatuto da entidade, alterado no ano passado, Teixeira ganhará mais três anos na presidência da CBF caso o Brasil ganhe o direito de sediar o Mundial de 2014. Em outubro, a Fifa anunciará o vencedor.
Até agora, o Brasil é candidato único a receber o evento. Desde 89 no cargo, o dirigente poderá ficar 26 anos no poder.
A chapa de Teixeira contou com a assinatura de todos os dirigentes de federações estaduais e presidentes de clubes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro.
"Nós temos que ter a serenidade e a grandeza de reconhecer os êxitos que foram alcançados pelas gestões [ do presidente da CBF]", disse o ministro do Esporte, que participou da reunião da assembléia-geral da entidade. Silva ficou cerca de uma hora com os dirigentes.
O ministro não poupou elogios ao presidente da CBF. "A avaliação sobre administrações deve ser feita com base em resultados. Um resultado evidente foi a seleção brasileira, que conseguiu importantes vitórias na administração Ricardo Teixeira, o que acho muito positivo", disse Silva, que ficou sentado próximo do troféu da Copa América, conquistado anteontem na Venezuela.
"O segundo resultado muito importante é a estabilização do calendário brasileiro. Para alguns, era inimaginável o Brasil ter torneios com a mesma regra, com acesso e descenso, com ponto corridos. Isso é uma conquista do futebol brasileiro", disse o ministro, que não opinou sobre a longa permanência de Teixeira no cargo.
O presidente da CBF já superou a marca de João Havelange, seu criador e ex-sogro. O ex-presidente da Fifa comandou a antiga CBD por 16 anos, de 1958 a 1974. Teixeira já soma 18 anos na entidade. Sua primeira eleição na CBF teve o apoio oficial de Havelange, que ontem participou da eleição. Ele sentou ao lado de Teixeira, mas se recusou a dar entrevista.
No início da década, Teixeira foi investigado por duas CPIs. Durante 18 meses, ele obteve vitória parcial apenas na votação do relatório final da CPI da CBF/Nike, na Câmara.
Na mesma Casa, teve seus sigilos bancário, financeiro e fiscal quebrados.
No Senado, a derrota foi pior. Por unanimidade, foi aprovado o relatório de Geraldo Althoff (PFL-SC), que acusava o dirigente de crimes fiscais, apropriação indébita e evasão de divisas -o cartola nega todas as acusações, e as investigações estão paradas no Ministério Público Federal.
A CBF só conseguiu evitar a aprovação do relatório final do deputado Silvio Torres (PSDB-SP) porque era forte na comissão a presença de políticos ligados ao futebol.
Desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o cargo, Teixeira voltou a se alinhar com o poder. Nos últimos anos, ele já freqüentou várias solenidades no Palácio do Planalto. Recentemente, o dirigente assistiu, ao lado do presidente da República, o jogo da seleção em Wembley.
"Quero me colocar à disposição de vocês para que juntos possamos fazer com que o futebol brasileiro suba cada vez mais as grandes posições no futebol mundial", disse Teixeira, no seu discurso aos dirigentes após o triunfo.
A vitória de ontem foi uma das mais fáceis da era Teixeira. Ele não teve nenhum opositor. Na última eleição, em 2004, o dirigente teve que enfrentar uma disputa jurídica antes de comemorar a vitória.
À época, São Paulo e Flamengo não votaram pela reeleição do cartola, que passou, na opinião dos clubes, a perseguí-los.


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Análise: Gestão ganha aprovação do governo Lula
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.