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"Acordo" põe Ronaldinho em Pequim
Milan diz que combinação com a CBF, prévia à contratação do meia-atacante, explica tratamento diferenciado dado a ele
Surpreso com a exceção, Kaká questionará dirigentes italianos sobre sua situação em relação aos Jogos, hoje, quando deve chegar à Itália
Alessandro Garofalo/Reuters
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Ronaldinho acena para fãs no centro de treinamento do Milan
DA REPORTAGEM LOCAL
O Milan costuma ter regras
rigorosas para seus jogadores.
E o que vale para um, vale para
todos. Pois a contratação de
Ronaldinho, que repercutiu em
toda a Itália e fez o clube mudar
de ares, levou seus dirigentes a
quebrarem essa norma.
Logo após a chegada do meia
à Itália, a diretoria da equipe
anunciou que ele estava liberado para disputar a Olimpíada
de Pequim. Isso depois de ter
vetado as presenças do lateral
italiano Bonera e de Kaká, decisões que foram mantidas -clubes não são obrigados a ceder
atletas acima de 23 anos.
"Nós respeitamos o compromisso [com a CBF] que ele fez,
anteriormente à transferência
para o Milan. Se ele já fosse do
clube, ele não teria ido, mas ele
só será nosso em uma semana.
Então, vamos deixá-lo ir, diferentemente de Bonera e Kaká",
afirmou o vice-presidente do
Milan, Adriano Galliani.
Estrela do time de Milão, Kaká, 26, ficou surpreso com a notícia. Afinal, anunciou que queria ir aos Jogos e foi vetado.
O jogador pretende questionar os dirigentes do clube italiano para saber se sua situação
mudou, hoje, quando está prevista sua chegada à Itália. Mas o
clube demonstrou que isso não
será alterado, pois adota discursos diferentes para os dois.
Na nota que vetou Kaká nos
Jogos, o Milan disse que "pelo
simples fato de que o campeão
brasileiro faz parte já da seleção
principal, o clube rubro-negro
não considera justo que Kaká
seja convocado para as partidas
oficiais da seleção olímpica".
Com Ronaldinho, 28, foi diferente. "[A Olimpíada] Será uma
chance de ele chegar às suas
condições. Quando voltar, terá
um tempo para entrar no nosso
mecanismo", explicou o técnico Carlo Ancelloti.
Isso porque Kaká atuou na
maior parte da temporada passada em boa forma. Sempre
contundido, Ronaldinho jogou
pouco pelo Barcelona.
A CBF contava que o agente
do gaúcho, Roberto Assis, incluísse a participação de Ronaldinho nos Jogos. Afinal, o empresário tinha dado a palavra
ao presidente da confederação,
Ricardo Teixeira, de que o jogador estaria na Olimpíada.
Não houve conversa nesse
sentido durante a negociação,
segundo o empresário do atleta. Mas, depois, o clube aceitou
sua liberação para os Jogos.
O Milan, em compensação,
conseguiu repercussão dentro
da Itália e internacionalmente
com a contratação. Tanto que
Galliani ressaltou que "os ventos estão mudando", sobre uma
reviravolta em favor do clube.
Em sua chegada, Ronaldinho
levou 4.000 torcedores ao aeroporto. Todos os jornais italianos deram destaque para ele
em suas primeiras páginas.
No aeroporto, Ronaldinho
disse que estava "muito feliz" e
esperava "divertir as pessoas".
"É verdade. Eu confiava que
seria do Milan. Muitas coisas
aconteceram, e afinal estou
aqui", contou ele, que preteriu
o Manchester City, clube que
oferecia maior salário a ele e
um maior valor ao Barcelona.
O Milan encerrou suas contratações para a temporada
2008/2009. Desistiu assim de
Schevchenko, pois afirmou que
seria inviável ter ambos.
"Ronaldinho me custou um
saco de dinheiro, mas valeu a
pena", afirmou o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, que é dono do Milan e se gabou da contratação.
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