São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 2008

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Seleção sofre para se adaptar à nova bola

Superfície mais lisa e maior flutuação dificultam, afirmam jogadores do vôlei

Equipe alterna treino com o novo modelo, que será lançado às vésperas dos Jogos, porque, na Liga, ainda joga com o antigo


SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Os jogadores da seleção brasileira de vôlei estão trocando as bolas às vésperas de disputar a fase final da Liga Mundial e a Olimpíada de Pequim.
Favorito ao título das duas competições, o time de Bernardinho tenta se adaptar ao novo modelo, que será lançado só às vésperas da Olimpíada.
Na manhã de ontem, no Rio, os atletas atuaram com a bola dos Jogos. Hoje, um dia antes da partida contra a Venezuela, em Goiânia, a equipe vai treinar com a versão antiga, que é usada na Liga Mundial.
A mudança de bola às vésperas da Olimpíada deixou os jogadores descontentes. A adaptação está sendo complicada.
""A nova é terrível. Ela flutua muito e não cai muito rápido, o que acaba dificultando. É estranha essa atitude da federação, que fez a mudança tão perto da Olimpíada", diz o ponta Dante.
A superfície do novo modelo também é motivo de reclamação dos brasileiros.
""Não foi muito acertada essa mudança. Trocar uma bola com tão pouco tempo não é bom. Ela é diferente. Parece uma bola de basquete, é mais lisa", afirma o levantador Marcelinho.
Jogando na Grécia, ele está há quatro anos atuando com a versão antiga da Mikasa, que também é usada no Campeonato Grego. Na Superliga brasileira, a bola é diferente. É produzida pela Penalty.
Os modelos da Liga Mundial e da Olimpíada são fabricados pela Mikasa, empresa que confecciona os modelos nos torneios olímpicos de vôlei desde os Jogos de Moscou, em 1980.
A nova versão tem apenas duas cores (azul e amarelo) e oito gomos, dispostos em formato de hélice. O modelo antigo é branco, amarelo e azul, e os gomos são horizontais, agrupados de três em três.
A empresa assegura que a nova bola é feita de material que reduz o efeito do suor do atleta em sua textura. Segundo a Mikasa, a nova versão foi desenvolvida para proporcionar longos ralis e usa tecnologia que dará mais precisão às jogadas.
O líbero Escadinha, especialista em passe e defesa, foi outro que criticou a troca de bolas.
""Ela é muito difícil, é muito leve. Já estávamos acostumados com a outra [oficial desde 1998]. Essa é muito estranha."
""Só nos resta acatar a decisão dos dirigentes. Não sabemos nem a quem recorrer. Temos que nos acostumar. O que nos consola é que a bola vai ser ruim também para os adversários", conforma-se Marcelinho.
A partir de quarta, a fase final da Liga Mundial vai começar no Rio. A Rússia será o primeiro adversário do Brasil. Na sexta, dia 26, a equipe enfrentará o Japão, no Maracanãzinho.
No outro grupo, apenas os EUA estão classificados. França, Sérvia, Polônia e China disputam as duas vagas restantes.
A disputa da medalha de ouro acontecerá no dia 28.
Logo após a Liga Mundial, a delegação embarcará para o Japão, onde encerra a preparação para os Jogos chineses.


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