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Seleção sofre para se adaptar à nova bola
Superfície mais lisa e maior flutuação dificultam, afirmam jogadores do vôlei
Equipe alterna treino com
o novo modelo, que será lançado às vésperas dos Jogos, porque, na Liga, ainda joga com o antigo
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Os jogadores da seleção brasileira de vôlei estão trocando
as bolas às vésperas de disputar
a fase final da Liga Mundial e a
Olimpíada de Pequim.
Favorito ao título das duas
competições, o time de Bernardinho tenta se adaptar ao novo
modelo, que será lançado só às
vésperas da Olimpíada.
Na manhã de ontem, no Rio,
os atletas atuaram com a bola
dos Jogos. Hoje, um dia antes
da partida contra a Venezuela,
em Goiânia, a equipe vai treinar
com a versão antiga, que é usada na Liga Mundial.
A mudança de bola às vésperas da Olimpíada deixou os jogadores descontentes. A adaptação está sendo complicada.
""A nova é terrível. Ela flutua
muito e não cai muito rápido, o
que acaba dificultando. É estranha essa atitude da federação,
que fez a mudança tão perto da
Olimpíada", diz o ponta Dante.
A superfície do novo modelo
também é motivo de reclamação dos brasileiros.
""Não foi muito acertada essa
mudança. Trocar uma bola com
tão pouco tempo não é bom.
Ela é diferente. Parece uma bola de basquete, é mais lisa", afirma o levantador Marcelinho.
Jogando na Grécia, ele está
há quatro anos atuando com a
versão antiga da Mikasa, que
também é usada no Campeonato Grego. Na Superliga brasileira, a bola é diferente. É produzida pela Penalty.
Os modelos da Liga Mundial
e da Olimpíada são fabricados
pela Mikasa, empresa que confecciona os modelos nos torneios olímpicos de vôlei desde
os Jogos de Moscou, em 1980.
A nova versão tem apenas
duas cores (azul e amarelo) e
oito gomos, dispostos em formato de hélice. O modelo antigo é branco, amarelo e azul, e os
gomos são horizontais, agrupados de três em três.
A empresa assegura que a nova bola é feita de material que
reduz o efeito do suor do atleta
em sua textura. Segundo a Mikasa, a nova versão foi desenvolvida para proporcionar longos ralis e usa tecnologia que
dará mais precisão às jogadas.
O líbero Escadinha, especialista em passe e defesa, foi outro que criticou a troca de bolas.
""Ela é muito difícil, é muito
leve. Já estávamos acostumados com a outra [oficial desde
1998]. Essa é muito estranha."
""Só nos resta acatar a decisão
dos dirigentes. Não sabemos
nem a quem recorrer. Temos
que nos acostumar. O que nos
consola é que a bola vai ser
ruim também para os adversários", conforma-se Marcelinho.
A partir de quarta, a fase final
da Liga Mundial vai começar
no Rio. A Rússia será o primeiro adversário do Brasil. Na sexta, dia 26, a equipe enfrentará o
Japão, no Maracanãzinho.
No outro grupo, apenas os
EUA estão classificados. França, Sérvia, Polônia e China disputam as duas vagas restantes.
A disputa da medalha de ouro acontecerá no dia 28.
Logo após a Liga Mundial, a
delegação embarcará para o Japão, onde encerra a preparação
para os Jogos chineses.
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