São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 2006

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INTERNACIONAL 2x2 SÃO PAULO

Enfim, Internacional

Clube gaúcho sai na frente, cede duas vezes o empate, mas consegue segurar placar e fatura seu 1º título da Libertadores

Com Beira-Rio lotado, Inter conquista América e se classifica para disputar Mundial em dezembro no Japão e tentar igualar rival


MÁRVIO DOS ANJOS
TONI ASSIS
ENVIADOS ESPECIAIS A PORTO ALEGRE

Após 97 anos, o Internacional finalmente fez juz ao nome. Conseguiu ontem o título mais importante de sua história, o primeiro internacional de peso. Com um 2 a 2 contra o São Paulo num Beira-Rio lotado garantiu a tão sonhada Libertadores.
A equipe gaúcha, que havia vencido no Morumbi o jogo de ida por 2 a 1, garantiu assim presença no Mundial de Clubes, em dezembro, no Japão.
O São Paulo perde a chance de conquistar o tetracampeonato continental, e o Inter alivia seu trauma histórico de não triunfar em disputas internacionais como o arqui-rival Grêmio, que já venceu duas Libertadores e um Mundial.
Foi a segunda final entre times brasileiros na mais nobre competição interclubes da América, a segunda consecutiva com times do mesmo país -no ano passado, o São Paulo superou o Atlético-PR.
No jogo de ontem, apitado pelo argentino Horacio Elizondo, o juiz que atuou na final da Copa, o clima era todo favorável ao Inter. Com clima frio e chuvoso, o Beira-Rio já antes do início da partida tocava o ""tema da vitória". Atrás de um gol e nas redes, velas vermelhas e imagem de santo Antônio. O time ainda recebeu palestra do motivador Evandro Motta.
O 13º título brasileiro na Libertadores (contra 20 da Argentina) acabou com a fama de vice do técnico Abel Braga, do Inter. Ironia, Muricy Ramalho, treinador são-paulino, agora acumula os vices do Paulista, do Brasileiro e da Libertadores.
O São Paulo passa a ter aproveitamento de 50% em suas finais de Libertadores -venceu três (1992, 1993 e 2005) e perdeu três (1974, 1994 e 2006).
Na partida de ontem, o time do Morumbi não pôde contar com o atacante Ricardo Oliveira, não liberado pelo Betis (nem viajou a Porto Alegre), nem com o volante Josué, expulso em São Paulo. Já o Inter ficou sem o volante Fabinho, também suspenso ontem.
Muricy apostou na formação mais esperada, com Richarlyson na vaga de Josué. Aloisio tomou a posição de Oliveira. No Inter, Abel Braga mudou o esquema para 3-5-2 com a entrada do zagueiro Índio.
O Inter, que jogava com a vantagem do empate, ganhou tranqüilidade ao virar o primeiro tempo na frente com um gol de Fernandão, que aproveitou incrível falha do goleiro Rogério. A primeira etapa teve que ser interrompida por pelo menos seis minutos devido à fumaça gerada por sinalizadores.
No segundo tempo, o São Paulo chegou a empatar duas vezes. Primeiro, com Fabão. Depois, com Lenílson -Tinga fez o segundo do Inter e foi expulso na seqüência por levantar a camisa na comemoração.
Nos minutos finais, um drama enorme no Beira-Rio. Com um a mais, o time do Morumbi criou uma chance atrás da outra, e o Inter ficou acuado, só se defendendo. Clemer, que falhou no segundo gol são-paulino, fez uma defesa sensacional nos acréscimos em cabeçada de Alex Dias. O São Paulo acabou a partida com quatro atacantes.
O Inter, que briga com o São Paulo também pelo título brasileiro na temporada, manteve seu tabu contra os são-paulinos -nos últimos sete jogos contra o rival, perdeu apenas um.
O São Paulo de Rogério não igualou o São Paulo de Telê.


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