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CARLOS SARLI
Elas estão de volta
Já era hora de provas de peso
internacionalmente do surfe feminino serem realizadas em águas do nosso país
DESDE O DIA em que Andréa
Lopes se tornou a primeira
brasileira a vencer uma etapa do Mundial de surfe da primeira
divisão, o WCT, muita coisa aconteceu com o surfe feminino por aqui,
exceto provas válidas pelo Mundial.
Em 1999, competindo como convidada, Andréa conquistou o Alternativa Pro no Rio. Essa foi a última
vez em que as garotas da elite do esporte correram atrás de pontos para
o ranking em praias brasileiras.
Apesar disso, o crescimento da categoria segue firme. Há muito tempo o bodyboarding deixou de ser
unanimidade entre o eleitorado feminino, que, de pranchinha, funboard ou pranchão, hoje é presença
certa nos line ups de todas as praias
em que haja ondas surfáveis.
E, ainda que ocorram situações
primárias, como a que deixa uma
das melhores atletas do país de fora
do circuito mundial por falta de patrocínio, representantes do país ainda alcançam bons resultados, trazendo combustível para a categoria.
Em 2000, Tita Tavares obteve o
primeiro título da divisão de acesso
-WQS- para o país, ela que foi a
primeira mulher na história do esporte a tirar um 10 numa prova da
ASP, a CBF do surfe. No ano seguinte, foi a vez de Jacqueline Silva vencer o WQS num aquecimento para,
em 2002, alcançar o melhor resultado brasileiro na elite do esporte: o vice-campeonato mundial do WCT.
Tita, Jacqueline e mais Silvana Lima, Taís de Almeida, Cláudia Gonçalves, Bruna Schimitz, entre tantas
outras, voltam a ter a chance de
competir com estrangeiras no Brasil. Até então inédito no país, em
2006 contamos com duas provas do
WQS: uma já feita no início da temporada no Costão do Santinho (SC),
vencida pela indiazinha potiguara
da Baía da Traição (PB) Diana Cristina, 16; e a segunda começou ontem
em Itacaré (BA) e vai até domingo.
O Billabong Girls Pro Itacaré terá
duas semanas de competição, começando com a etapa do WQS e emendando com a prova que marca a volta do WCT feminino ao Brasil, na semana seguinte. Uma volta triunfal,
já que pela primeira vez será uma
prova exclusiva para mulheres. Das
16 atletas que disputam a principal
divisão, 15 já estão na Bahia para o
WQS, além de se adaptarem às condições locais para lutarem por bons
resultados na quarta etapa do WCT.
Duas australianas chegam ao Brasil com ambição. Melanie Redman-Carr, líder da temporada com três
vitórias e 100% de aproveitamento,
tenta manter a invencibilidade que
virtualmente lhe garantiria o título.
E a hexacampeã Layne Beachley, vice-líder, tem interesses além das ondas. Em outubro, ela estreará como
organizadora de eventos, quando fará a mais rica prova em 30 anos de
surfe feminino, o Havaianas Beachley Classic, em Sydney (AUS), patrocinada pela fabricante brasileira
de sandálias. Ou seja, uma marca
australiana patrocina evento na Bahia e uma brasileira banca outro na
Austrália. Interessante.
MUNDIAL (FRANÇA)
Resíduo da punição por doping, o
atual líder do ranking do WQS, Neco Padaratz, é a grande ausência do
Grand Plage seis estrelas em Lacanau. O evento vai até domingo.
BRASILEIRO DE KITESNOW
Corralco, no Chile, é onde os
snowboarders brasileiros se encontram para a inédita disputa na
América do Sul. Surgida na França,
a modalidade reúne fundamentos
do snowboarding e do kitesurfing,
aproveitando o vento das montanhas e a superfície de neve.
PAULISTA DE WAKEBOARD
Cerca de 90 competidores divididos em dez modalidades participarão no próximo final de semana da
segunda etapa do Circuito no Clube Náutico de Araraquara. A novidade é a introdução da modalidade
wakeskate.
sarli@trip.com.br
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