São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 2006

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CARLOS SARLI

Elas estão de volta

Já era hora de provas de peso internacionalmente do surfe feminino serem realizadas em águas do nosso país

DESDE O DIA em que Andréa Lopes se tornou a primeira brasileira a vencer uma etapa do Mundial de surfe da primeira divisão, o WCT, muita coisa aconteceu com o surfe feminino por aqui, exceto provas válidas pelo Mundial. Em 1999, competindo como convidada, Andréa conquistou o Alternativa Pro no Rio. Essa foi a última vez em que as garotas da elite do esporte correram atrás de pontos para o ranking em praias brasileiras. Apesar disso, o crescimento da categoria segue firme. Há muito tempo o bodyboarding deixou de ser unanimidade entre o eleitorado feminino, que, de pranchinha, funboard ou pranchão, hoje é presença certa nos line ups de todas as praias em que haja ondas surfáveis. E, ainda que ocorram situações primárias, como a que deixa uma das melhores atletas do país de fora do circuito mundial por falta de patrocínio, representantes do país ainda alcançam bons resultados, trazendo combustível para a categoria. Em 2000, Tita Tavares obteve o primeiro título da divisão de acesso -WQS- para o país, ela que foi a primeira mulher na história do esporte a tirar um 10 numa prova da ASP, a CBF do surfe. No ano seguinte, foi a vez de Jacqueline Silva vencer o WQS num aquecimento para, em 2002, alcançar o melhor resultado brasileiro na elite do esporte: o vice-campeonato mundial do WCT. Tita, Jacqueline e mais Silvana Lima, Taís de Almeida, Cláudia Gonçalves, Bruna Schimitz, entre tantas outras, voltam a ter a chance de competir com estrangeiras no Brasil. Até então inédito no país, em 2006 contamos com duas provas do WQS: uma já feita no início da temporada no Costão do Santinho (SC), vencida pela indiazinha potiguara da Baía da Traição (PB) Diana Cristina, 16; e a segunda começou ontem em Itacaré (BA) e vai até domingo. O Billabong Girls Pro Itacaré terá duas semanas de competição, começando com a etapa do WQS e emendando com a prova que marca a volta do WCT feminino ao Brasil, na semana seguinte. Uma volta triunfal, já que pela primeira vez será uma prova exclusiva para mulheres. Das 16 atletas que disputam a principal divisão, 15 já estão na Bahia para o WQS, além de se adaptarem às condições locais para lutarem por bons resultados na quarta etapa do WCT. Duas australianas chegam ao Brasil com ambição. Melanie Redman-Carr, líder da temporada com três vitórias e 100% de aproveitamento, tenta manter a invencibilidade que virtualmente lhe garantiria o título. E a hexacampeã Layne Beachley, vice-líder, tem interesses além das ondas. Em outubro, ela estreará como organizadora de eventos, quando fará a mais rica prova em 30 anos de surfe feminino, o Havaianas Beachley Classic, em Sydney (AUS), patrocinada pela fabricante brasileira de sandálias. Ou seja, uma marca australiana patrocina evento na Bahia e uma brasileira banca outro na Austrália. Interessante.

MUNDIAL (FRANÇA)
Resíduo da punição por doping, o atual líder do ranking do WQS, Neco Padaratz, é a grande ausência do Grand Plage seis estrelas em Lacanau. O evento vai até domingo.

BRASILEIRO DE KITESNOW
Corralco, no Chile, é onde os snowboarders brasileiros se encontram para a inédita disputa na América do Sul. Surgida na França, a modalidade reúne fundamentos do snowboarding e do kitesurfing, aproveitando o vento das montanhas e a superfície de neve.

PAULISTA DE WAKEBOARD
Cerca de 90 competidores divididos em dez modalidades participarão no próximo final de semana da segunda etapa do Circuito no Clube Náutico de Araraquara. A novidade é a introdução da modalidade wakeskate.

sarli@trip.com.br


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