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Corinthians capitaliza ídolo precoce
Conselho de Orientação se reúne para dar aval a saída de Willian por US$ 18 milhões, maior transação realizada pelo time
Em pouco mais de sete meses e 41 jogos, atleta, que só tem dois gols na carreira, passou de promessa a ídolo e esteio do time profissional
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
A proposta de US$ 18 milhões (cerca de R$ 36 milhões)
do Shakhtar Donetski pelo
meia Willian, que o Corinthians estuda hoje em seu Conselho de Orientação (Cori), representa o valor que o jovem
atleta adquiriu rapidamente no
clube mais popular do Estado.
Willian, 18, pode se tornar o
jogador mais caro da história
do clube a ser vendido. E já como ídolo e camisa 10 da equipe
do Parque São Jorge, apesar de
ainda não ter nem sequer um
ano como profissional.
E o patamar alcançado pelo
jovem atleta corintiano foi tão
alto e meteórico dentro do clube que impressiona, apesar de
seu desempenho em campo
não ter se traduzido em números tão impressionantes, mas
suficientes para transformá-lo
em imprescindível e valioso para o clube, que desde o ano passado atravessa seguidas crises
dentro e fora de campo.
Com 41 partidas completadas anteontem pelo time profissional, nenhum título conquistado e com apenas dois gols
anotados (ambos após 37 jogos), Willian é atualmente o esteio da equipe no Brasileiro.
Com passagem pelas categorias de base da seleção sub-20,
Willian está no elenco profissional desde o fim do ano passado, quando começou a ganhar oportunidades. Mas só se
firmou como titular -e depois
como principal atleta da equipe- após jogadores mais badalados, como o meia Roger, perderem espaço no clube, depois
da campanha fraca do time no
Campeonato Paulista.
Ganhou a camisa 10 no Brasileiro, competição em que ganhou a confiança da torcida corintiana, de Paulo César Carpegiani e passou a ser visto pela
diretoria como fonte de renda.
Os números do Datafolha
confirmam a importância do
camisa 10 para o time.
Além de ser o maior driblador corintiano na competição
(média de quatro por jogo), ele
é o segundo jogador mais acionado (com 29,7 bolas recebidas), o que mais faz cruzamentos (7,9) e o líder em assistência
(0,5 por duelo).
Já numa visão mais ampliada, o desempenho individual de
Willian, de grande relevância
para o Corinthians, não tem
tanto peso.
O meia não figura entre os
destaques do Brasileiro na
maioria dos rankings. Salvo sua
habilidade para dribles (ele é o
quarto jogador do campeonato
que mais tenta esse tipo de lance), Willian não aparece entre
os cinco primeiros em outros
fundamentos.
O jogador, no entanto, é o líder em bolas perdidas, provocado pelo número de vezes que
arrisca jogadas individuais
mais difíceis. Em média, ele
perde a bola dominada nove vezes por partida.
A importância de Willian para o time e sua posição de ídolo
relâmpago perante a torcida fizeram a diretoria corintiana tomar a inusitada decisão de dividir a responsabilidade por ter
que se desfazer do jogador.
Ao receber a proposta oficial
do Shakhtar, o presidente em
exercício do Corinthians, Clodomil Orsi decidiu não dar sozinho a palavra final. Pediu o
pronunciamento do Cori para
se nortear por ele.
A atitude de Orsi, no entanto,
não foi bem vista no clube.
Conselheiros dão o caso de Willian como exemplo da falta de
segurança que o presidente em
exercício tem demonstrado
desde que assumiu o cargo oficialmente, há onze dias.
Se o Cori disser sim para a
venda de Willian, a negociação
pode ser concretizada e ele deixar o clube na próxima semana.
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