São Paulo, sexta-feira, 17 de agosto de 2007

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FÁBIO SEIXAS

Quando tudo dá certo

Não bastasse o sucesso nas pistas, com a liderança do Mundial, Hamilton, veja só, sai agora com a filha do chefe

N O MEIO do Mediterrâneo, lá onde azul e verde se confundem e o vento levante sopra, o Kogo navega e balança e balança...
Kogo é um dos brinquedos de Mansour Ojjeh, trilhardário saudita que entrou na F-1 colocando dinheiro na Williams, fazendo-a grande, e que depois mudou-se para a McLaren, fazendo-a maior ainda, gigante. Kogo tem 235 pés, 72 metros, se preferir. Leva exatos 21 tripulantes, de capitão a camareiras -a diária, se você quiser alugá-lo na baixa temporada, sai por 420 mil. Leva, também, montes de convidados. Nos últimos dias, Hamilton é um deles. E não é difícil visualizar como estão sendo os finais da tarde do inglês nessas microférias da categoria. O Kogo balançando, o sol se pondo, um sorriso escancarado...
Antes, porém, "pause". E um leve toque na tecla "rewind". Até outro final de tarde de agosto. Em 2006. E em Istambul, para onde a categoria viajará já na semana que vem. Domingo, friozinho. Lewis e Anthony Hamilton batem na porta envidraçada do motorhome da Ferrari pedindo para chamarem Nicolas Todt. Só com a anuência do filho de Jean, até então chefe do garoto na GP2, poderiam entrar.
Nicolas demora a aparecer e os dois ficam ali, pacientemente esperando, sem serem procurados/incomodados pelos jornalistas e fotógrafos que vão e voltam, que passam sem olhar para o lado -na lógica perversa do paddock, um piloto que ainda não correu na F-1 e que não tem linhagem não é nada. "Fast forward". Um agosto depois Hamilton tem 22 anos e corre na F-1. Mais: alcançou marcas que nunca nenhum dos 650 estreantes que passaram pelo esporte havia conseguido. Mais ainda: com 65% do campeonato disputado, lidera o Mundial. Mais (é, tem mais): está de contrato novo, saída encontrada pela McLaren para satisfazê-lo.
E, incrivelmente, não pára por aí. No Kogo, está cumprindo seu papel de bom moço. A idéia da McLaren era promover um encontro entre Hamilton e Alonso para que eles lavassem roupa suja e deixassem tudo em ordem para um final de temporada sem sustos. O inglês atendeu prontamente ao chamado. O espanhol, até ontem, não.
Mas a cereja do bolo veio nesta semana. Não bastasse tudo isso, Hamilton, aquele que em agosto passado era um nada, está "ficando" com a filha de Ojjeh. Sara tem 18 anos e é uma espécie de Paris Hilton com verniz. Estudou na Suíça, é amiga de Jude Law e teve Michael Douglas fazendo discurso na sua formatura. Está de passagem marcada para Manhattan, onde estudará nos próximos quatro anos.
Pois é... Além de tudo, Hamilton conquistou a bonita filha do chefe. Dá para imaginar dias mais felizes na vida de um rapaz de 22? Não, não dá. E a impressão que tenho é que, quando as coisas começam a dar certo assim, nada consegue detê-las. Nem um bicampeão.

fseixas@folhasp.com.br


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