DO ENVIADO A PEQUIM

Um "acordo de damas" determinou ontem a classificação das atletas para a final do salto com vara, que terá a presença da brasileira Fabiana Murer.
O índice mínimo exigido para a classificação para a final era de 4,60 m. Mas, no caso de não haver 12 atletas com essa marca, seriam convocadas as saltadoras subseqüentes.
Ontem, somente a recordista mundial, a russa Yelena Isinbayeva, favoritíssima ao ouro, superou, e com folga, essa distância, em sua primeira tentativa.
Todas as outras competidoras ficaram nos 4,50 m. Não precisariam se esforçar mais.
"Contamos e vimos que havia já 12 que iriam para a final. Então, não precisava fazer mais de 4,50 m", afirmou Fabiana, que se tornará amanhã, às 8h20 (de Brasília), a primeira brasileira a disputar uma final olímpica dessa prova.
"Todo mundo sabe que não precisava fazer isso [4,60 m]. Se alguém fizesse, não criaria pressão. Ao contrário, você ficaria falando: "Essa aí se desgastou à toa".", disse a saltadora, bronze no Mundial indoor-08.
"Mas estava pronta para saltar 4,60 m, se fosse preciso."
A maior dificuldade de Isinbayeva, amiga e colega de treinos de Fabiana, foi a longa demora até poder realizar seu primeiro salto. As distâncias vão aumentando de acordo com as tentativas e eliminações de atletas. A competidora russa, detentora da melhor marca da história (5,04 m), realizou somente um salto no Ninho de Pássaro. "Esperei muito tempo, mas não ligo", afirmou, sorridente, certa de que é uma das maiores atrações do atletismo nesta edição dos Jogos.
Com 23 recordes mundiais no currículo e sem ver ninguém próxima de suas marcas, Isinbayeva já elegeu quem é sua maior rival em Pequim: "Eu mesma".0 (ALF)


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